ᴄᴀᴘɪᴛᴜʟᴏ 07: ᴍᴀʀʏ ɪɪ

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 E murmurando um pouco contrariado a senha, Peter deu espaço para que a morena pudesse passar cabisbaixa. Mas antes que o retrato atrás de si se fechasse completamente, escutou Peter gemer em frustração e uma voz um tanto conhecida por si chamar seu nome.

 Mary ficou estática por longos segundos até tomar consciência de que ele realmente havia vindo e agora estava lá fora provavelmente tentando entrar.

 Ela apressou-se em sair novamente e tudo que temia estava acontecendo: Regulus discutia com Peter, que não deixava o sonserino passar, com uma coragem que Mary e nem ninguém havia visto até então.

— Peter, está tudo bem. Ele está comigo. — E dito isso, ela puxou o braço longo de Black para dentro da sala comunal, onde acontecia a festa. Ela só o soltou quando os dois ficaram sozinhos em um canto um pouco afastado.

— Eu sei me defender, Macdonald. — O garoto resmungou cruzando os braços e apoiando o corpo na parede.

— Sério? Mal percebi, Peter acabaria com você. — Mary zombou e se aproximou um pouco mais dele, abrindo um sorriso ladino. — Obrigada por ter vindo.

— Eu disse que viria.

— Confesso que fiquei com receio de ter mentido só para se livrar de mim. — Ao dizer isso, viu a expressão de Regulus se contorcer, franzindo rapidamente as sobrancelhas.

— Eu não minto e cumpro com a minha palavra. — Falou em um tom frio.

— Desculpa, eu não quis te ofender. — Ela engoliu em seco e respirou fundo.

 Os dois ficaram quietos por um tempo até que o mais novo começou a analisá-la sem ao menos disfarçar.

— Então agora é a nova jogadora da grifinória? — Disse com um sorriso quase não notável no rosto.

— Ah, claro. — Ela entrou na brincadeira. — Normalmente não curto muito usar vermelho, mas são as cores obrigatórias, sabe?

— Ficaria melhor se fosse verde. — Regulus disparou antes mesmo de perceber o que de fato tinha dito, ficando ligeiramente corado.

 Mary mordeu o lábio inferior um pouco envergonhada e virou o rosto, tentando não demonstrar quanto àquela frase havia mexido consigo.

— Reg?

 Os dois encararam Sirius que ao mesmo tempo estava radiante por ver o irmão, estava confuso.

— Não sabia que vinha. — Ele sorriu. — E que conversava com a Mary?

 Sirius disse a última frase encarando a morena com curiosidade, ainda sem entender o que estava acontecendo.

— Quer alguma bebida? Comer algo? Eu posso lhe trazer... — Antes que pudesse terminar, Regulus levantou a mão pedindo com que parecesse.

— Não, obrigado.

— M-mas...

— Eu já disse não, Sirius. — Regulus falou com um tom um pouco mais sombrio do que o normal, atraindo alguns olhares na direção dos três. Mary ainda estava muda. — Pare de bancar o irmão mais velho.

— Mas eu sou o seu irmão mais velho. — Sirius disse como se fosse óbvio.

— Não, não é. — E dito isso, o mais novo ali se retirou rapidamente, com os punhos cerrados.

 Mary tentou dizer algo a Sirius, mas seu olhar perdido a fez engolir em seco e correr atrás do Black mais novo. Ela o alcançou na escadaria que ia para as masmorras.

— Regulus, você não devia tê-lo tratado assim. — Ela falou irritada. Ele se virou e a encarou com o seu olhar mais frio, onde seus olhos azuis transmitiam nada alem de raiva.

— E quem é você para dizer o que eu devo ou não fazer, Mary? Você é só uma... — Regulus se calou antes que pudesse terminar, respirando fundo.

— Uma sangue-ruim? Anda, Regulus, fala! — Mary gritou. Seus lábios tremiam e tudo o que queria era chorar. — Você não é ruim, Regulus, então pare de agir como se fosse. Eu sei o quanto o Sirius é importante para você, então reveja as suas prioridades e se isso vale a pena mesmo.

— Minha única prioridade é a minha família, Mary. — Regulus parou de falar por um momento e olhando para algo atrás dela, completou: — Na qual Sirius não faz mais parte.

— Ok, se você pensa assim, eu não posso fazer nada. — Mary sentiu seu coração sair pela boca, estava se tremendo inteira agora e tudo o que queria era azará-lo e fazê-lo parar de dizer aquelas coisas. — Eu só quero que você saiba que eu e o Sirius algum dia iremos cansar dessa sua atitude.

 Mary deu as costas para ele e dando um longo suspiro, começou a caminhar novamente para a torre da grifinória. Mas antes que pudesse dar cinco passos, sentiu uma mão gelada segurar seus pulsos e com um piscar de olhos e sem entender o que estava acontecendo, Macdonald sentiu seu corpo girar bruscamente e bater contra o corpo de Regulus, logo sentindo os lábios macios dele contra os seus.

 Ele a beijou de forma intensa e lenta, como se tentasse se desculpar por tudo o que está acontecendo. Os dois se separaram por falta de ar e Mary o encarou com as pupilas dilatadas, vendo os olhos dele em um tom ainda mais intenso de azul, como nunca havia visto antes.

— Desculpa. — Ele disse por um sussurro, ainda segurando o pulso dela.

 E por mais que soubesse que nada estava bem e que seria difícil dali pra frente, Mary sorriu.

ʜᴀʟʟᴏᴡᴇᴇɴ ▧ ᴛʜᴇ ᴍᴀʀᴀᴜᴅᴇʀsWhere stories live. Discover now