Eu apenas vivia e esperava a surpresa acontecer

Senti a mão dele entrelaçar na minha e um beijo ser depositado na mesma

- Que foi? - Neguei

- Aonde vamos almoçar?

- Na casa dos meus pais - Falou me olhando, já que estávamos no semáforo

Arregalei os olhos

- E não me avisou isso porque? Tá doido? - Ele riu - Amor, eu nem vim arrumada!

- Tá gata pra caralho Antonella, fala merda não - Negou com a cabeça - Eles já tão esperando a gente, nem da surto

Cruzei os braços e me emburrei

Eu não tava nada preparada pra isso. Não era que não queria, mas tava nervosa

Ele estacionou o carro e me olhou

- Relaxa morena - Riu - Precisa ficar com essa cara de Pânico não, pô

- Aí Matheus - Choraminguei - Tinha que ter me preparado antes

- Bora logo - Me beijou e saiu do carro

Peguei minha bolsa no banco de trás e ele abriu a porta pra mim sair do carro

Assim que eu saí corremos pra área coberta da casa, já chego na casa dos pais dele passando vergonha

Ele travou o carro no alarme e abriu a porta

Queria correr e me esconder de tanta vergonha que eu tava, mas segui ele

- Olha quem chegou - Um homem falou, provavelmente o pai dele

- E aí pai - Cumprimentou ele - A mãe tá na cozinha?

- Tá arrumando a mesa - Me olhou - E essa deve ser a que laçou o coração do meu filho

- É isso que ele diz - Brinquei me direcionando até ele - Prazer, Antonella

- Sou o Jorge - Me abraçou - Vamos lá pra cozinha, tira esse casaco molhado e da aqui

Fiz o que ele falou e entreguei totalmente sem jeito

O Matheus me puxou pela mão me levando até a cozinha, aonde uma mulher estava mexendo nas panelas enquanto três cachorrinhos ficavam em pé olhando ela

Acabei rindo fraco pela cena, muito fofa

- Mãe, da uma olhadinha aqui pô - Ele falou chamando a atenção dela e a dos cachorros que foram pular nele

- Esquece, agora esse aí fica por uma hora brincando com os cachorros - Ela falou sorrindo e vindo na minha direção - Tava ansiosa pra te conhecer, viu? Só ouvia o Matheus falar, mas trazer que é bom nunca!

- Também ouvi falar da senhora - Sorri - Ele me pegou totalmente de surpresa

- A gente também - Ouvi a voz do pai dele e virou pra trás - Mas sabemos o sentimento que ele tem por ti, então ficamos muito felizes de receber vocês aqui

Sorri sentindo o aconchego que eles traziam

O Matheus parou de brincar com os cachorros e entrou na conversa

Ajudei a mãe dele a terminar de arrumar a mesa e logo sentamos pra comermos enquanto ainda conversavamos

A mãe dele correu a gente da cozinha quando terminamos de comer e sentamos no sofá da sala com o pai dele, agora entrando numa conversa sobre a minha vida

- E da onde veio essa paixão pelo exército? - Ele indagou curioso - O Matheus desde pequeno sempre foi apaixonado, mas nunca teve uma inspiração dentro de casa

- Minha família tem uma linhagem muito antiga de militares - Coloquei o cabelo atrás da orelha - Cresci sabendo bem como era a tradição da família no sangue, consequentemente, apaixonada pela pátria

- Olha só - Falou com um sorriso no rosto - Então vem de bastante gerações

- Meu tataravô foi o primeiro militar da família e passou pra todos os filhos

- O Eduardo é primo dela, que é filho de capitão - O Matheus falou mexendo no celular

- Se brincar com o coração dela perde até emprego - O pai dele brincou me fazendo rir

Ficamos mais um tempo conversando sobre outros assuntos, ele contou um pouco sobre a infância do Matheus

- Minha família nunca foi das mais bem de vida, longe disso - Ele falou - Mas quando o Matheus começou a crescer, a gente via que ele tinha potencial pra ser mais, a inteligência dele sempre foi diferenciada das outras crianças. Então trabalhamos dobrado pra conseguirmos colocar ele em colégios a altura, a ajudar nos estudos

- Por isso eu me orgulho pra caralho de vocês! - Ele falou se levantando - E exatamente por isso, que eu vou levar de volta a Antonella pra trabalharmos

- Mas já? - Ele falou decepcionado e eu sorri me levantando também

- Prometo que volto, mesmo se o Matheus não quiser - Brinquei e ele riu se levantando

Nos despedimos dele e da mãe dele que ainda estava na cozinha e fomos pro carro

- Gostou? - Ele perguntou e eu sorri concordando

- Eles são uns amores - Ri fraco - Principalmente teu pai, sério.

- Ele gostou pra caralho de ti, ele não dá muito papo assim não, mas o véio não parava de falar - Dei risada - Vamos ao trabalho?

- Vamos! - Ele beijou minha mão e sorriu arrancando com o carro em seguida

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