Afinal de contas, quem gostaria de ficar com ela?

Com ar mórbido, a jovem se levantou de sua cadeira e jogou o copo vazio no lixo enquanto voltava de sua pausa. Estava bem consciente de seus problemas de baixa autoestima, mas bem, que tempo ela tinha pra se preocupar com isso?

-____!!- Denki Kaminari chamou ao longe, com tom de seriedade.

No fim, poucos dos seus antigos colegas ficaram na mesma agência que ____.

-Denki? O que foi?- perguntou ____, alarmada.

- O prédio executivo da área sul está desmoronando e tenho certeza de que não foi falha de construção. Eu vou com você pra ajudar os civis que estão nos escombros, mas a situação é tão séria que mais de uma agência está envolvida - Kaminari suava frio, mas tentou manter uma pose determinada.

Ambos foram mais que rapidamente ao local, com pressa de não chegarem tarde.

_____ nunca se sentiu tão irada quanto naquele momento. Todo aquele cenário banhado em caos parecia um campo de guerra: as pessoas gritavam em agonia em seus corpos semi-mergulhados entre os escombros pesados, crianças chorando por seus pais em meio à destruição e o cheiro de sangue fresco que saia profusamente debaixo de alguns blocos de concreto.

Sentindo os olhos arderem, ______ queria poder expressar sua indignação e aflição com toda aquela merda, mas não era o momento pra isso. Nunca era. Não para a vida que ela havia escolhido.

Que muita gente não seria resgatada, era um fato. Mas o sentido que aquilo trazia... Esse sentimento de revolta era o que a movia, era o que a inspirava para seguir em frente como herói.

Era sobre ajudar quem precisava e punir quem os fazia sofrer. Era sobre tentar fazer o mundo um lugar um pouquinho melhor para os outros viverem.

Naquele momento, _____ parou de fraquejar. Se lembrou do instante há anos atrás em que prometera pra si mesma que seria heroína até o fim, e quando as consequências a alcançassem, arcaria com seu fim deteriorante. Se perguntou porque se distanciaram daquela determinação por tanto tempo.

Ela nascera pra isso, e agora não sobravam duvidas.

Se lançou a frente, levantando os escombros com sua força absurda. Haviam partes muito submersas para que pudesse arrancar os blocos apenas com as mãos, mas ao ouvir o choro terrorífico de alguns civis, começou a não se importar com a dormência nos braços. Algumas vezes, descobria partes soterradas apenas para encontrar cadáveres com uma expressão horrorizada em seus rostos, que não os deixavam mesmo na morte.

Ela nunca se esqueceria do que vira naquele dia, não se esqueceria do cheiro sepulcral, dos gritos cacofônicos e a cor carmin que pintava as paredes desmoronadas.

Foi então que ouvira um grupo de pessoas soterradas, aparentemente uma das salas havia estado intacta, porém lacrado com muitas pessoas dentro e com risco de desabar a qualquer hora. ____ teve uma ideia arriscada.

Usar seu corpo endurecido como uma viga, enquanto os civis se espremiam para a saída.

-Acalmem-se! Vou erguer o bloco e vocês vão precisar sair daí o mais rápido os possível!- gritara ______, esperando que os homens e mulheres soterrados tivessem a ouvido.

A jovem mulher suava profusamente, nem um pouco confiante com a situação. Nunca havia levantado blocos de concreto e servido de viga antes, obviamente. Temia que a força envolvida fosse demais para que ela aguentasse. Seus braços e pernas estavam ainda mais enferrujados, em um estado de quase-dormencia. As juntas dos dedos pareciam quase quebradas, de tanta dor que sentia.

Reações Explosivas (Bakugou x Leitora)Where stories live. Discover now