Capítulo Vinte e Nove

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Por ironia do destino Harry e Molly estavam juntos, bem mais do que eu e a Summer, tão juntos que foram parar no meio da máfia por causa disso. Eu não queria acreditar nisso mas era o que era.

Quando eu briguei com aquelas caras não foi para nós meter em mais confusão, eu apenas achei que nos livraria deles e poderíamos ir até a polícia mas eu estava enganado. Bater neles apenas provocou mais o Ivan, capo da máfia, e eu apenas queria me socar por isso.

Até que ele me ofereceu aquela oferta. Lutar pela máfia em troca da liberdade do meu amigo. Eu quase aceitei na mesma hora mas e a minha ruiva? Os planos do Ivan eram de ficar com ela e fazer Deus sabe o que com ela mas eu nunca permitiria isso. Ele percebeu já que quebrei a cara da maioria dos seus homens sem pensar duas vezes.

Tony não sabe mas ter chutado minha bunda por todos os anos da nossa infância me livrou da morte. A minha, a da Summer ou Ivy, e a do Harry. . A Molly... Bom, Ivan não a incluiu no acordo e eu não pude fazer muita coisa.

O fato é que fiquei dez anos naquela máfia, fiz coisas que nunca me imaginei fazendo, tive que me envolver com mulheres que não queria apenas para provar para o Ivan que estava na mesma página que ele. Matei pessoas com meus punhos, com armas e com qualquer coisa que o Ivan mandasse. Eu era apenas um pião nas suas mãos e isso me cansava. Até que a Cat, que até então era apenas alguém que eu fudia ocasionalmente, me ofereceu uma saída.

Eu tinha que ficar cinco anos casada com ela, eu fiquei quase sete anos, e não tínhamos mais nada. Nem mesmo o sexo que era a única coisa que tínhamos em comum, nem mesmo isso tínhamos mais. E eu tinha reencontrado a Ivy. Como eu teria alguma coisa com a Cat se eu apenas queria a Ivy?

Óbvio que sai com outras mulheres desde que nos reencontramos, ela fingia que não me conhecia mas eu sabia que era ela no momento que meus olhos pararam nela. Eu nunca esqueci aqueles olhos.

— Você está distraído. - Lídia me acorda dos meus pensamentos e eu a olho sorrindo

— Estou apenas pensando. - eu levanto do pequeno sofá no quarto da minha amiga e beijo sua testa — Tenho que ir.

— Muito trabalho por lá. - eu afirmo e ela ri — Eu poderia dizer que logo o Noah voltará para lá...

— Mas ambos sabemos que ele nunca mais ficará mais do que algumas poucas horas por lá. - eu a interrompo e ela sorri

— É, isso mesmo. - ela ri e o barulho faz o pacotinho rosa se remexer em seus braços — Isso, filha, concorda com a mamãe. - ela diz baixinho e fico me perguntando porque essa maluca achou que seria uma mãe ruim

— Vou deixar vocês descansarem. - ela nem mesmo me olha, sua atenção é apenas da sua filha — Estou indo. - ela me olha, finalmente

— Volte mais tarde. - eu afirmo antes de beijar sua testa mais uma vez — Diga ao meu noivo para não demorar no escritório. - eu afirmo e saio de seu quarto indo rapidamente para meu trabalho

Tudo está confuso aqui, eu nunca achei que poderia gostar dessa confusão mas ela já me é muito familiar. Eu queria ser músico e não advogado mas com o tempo percebi que viver rodando o mundo era bem mais difícil do que eu pensava. Ter um lar, um lugar de paz, nos braços de quem eu amo, isso sim é a vida que sempre quis.

Billy usa uma moleta para caminhar até a porta do escritório do Noah é a primeira coisa que vejo quando entro no andar do meu escritório. Jacob está com o telefone em seu ouvido e tudo parece agitado como sempre mas tão sem graça que estou sentindo falta da cara linda da minha namorada. Mesmo que aqui ela me ignore totalmente.

— Quer ajuda? - pergunto ao Billy e o vejo negar mas mesmo assim eu abro a porta do Noah

— Obrigado, doutor Labarra. - eu aceno e encaro o interior do escritório do Noah, ele parece acelerado e eu quase rio

Nosso SegredoWhere stories live. Discover now