Capítulo Vinte e Nove

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P.O.V Ethan Labarra

Eu sorrio de lado e encaro o pequeno pacotinho rosa no colo da minha amiga. Zoé é a bebê mais linda que já vi mas não deixe a Snow saber disso.

Eu não vejo a hora de poder ter a minha, de qualquer maneira. Uma menininha com a cara daquela Sereia que eu tanto amo.

E como eu a amo.

Eu a amei no momento em que coloquei meus olhos nela. No meio daquele bar cheio, com a pior voz que já ouvi na vida cantando um rock meloso e eu só consegui olhar para ela.

Ivy sempre teve essa pose de mulher fatal. Uma mistura impactante de menina e mulher que fudeu meu psicológico muito antes de eu falar com ela. Toda de preto, com a pele brilhando sob a meia luz que havia no bar e os cabelos vermelhos... Eu só me imaginava puxando aqueles cabelos enquanto a fodia ferozmente de quatro.

Eu já estava prestes a enlouquecer vendo de costas para a pista de dança e não se importando nenhum pouco com quem quer que fosse que estivesse esganando um gato no pequeno palco mas, quando ela se virou e eu pude ver ela colocar a garrafa de cerveja entre seus deliciosos lábios, eu perdi a vergonha e fui até ela.

E eu não me arrependo de nenhum milésimo de segundo do que aconteceu depois. Muitos podem imaginar que sim porque, honestamente, eu realmente vivi um inferno ao me colocar no lugar dela no meio da máfia mas eu a conheci e isso valeu a pena.

Ela tinha uma resposta inteligente para cada vez em que eu abria minha boca, ela sabia todas os meus segredos sem nem ao menos eu contar. Ela me via e isso me encantou porque ela foi a primeira em muito tempo a me ver.

Eu estava acostumado a ser ignorado ou a ser visto apenas pelo cargo que meu pai ocupava ou pela quantidade de dinheiro que tinha na conta bancária da minha família. Fazia anos que alguém olhava para mim e apenas para mim, para quem eu sou independente de qualquer outra coisa. E, naquele bar, ela fez isso e imediatamente ganhou meu coração.

Não foi fácil dobrar ela, isso foi até uma surpresa adorável. Todas as mulheres que eu queria, até às que eu não queria, se jogavam sobre mim e eu as tinha fácil demais. Não com a Ivy, ou naquele contexto a Summer. Ela não me queria, estava escrito em seu olhar, ela não queria alguém que tinha tantos segredos como ela, ela queria alguém fácil, superficial e que não a faria pensar sobre nada. Eu não era assim. Eu só queria que ela pensasse sobre tudo, que ela falasse o que pensava, o que escondia. Ela tentava se esquivar de mim, mas toda vez que fazia isso ela se aproximava cada vez mais.

Eu apenas queria sentar em qualquer lugar e ouvir ela me contar seus segredos. A voz dela era uma melodia tão linda que eu, um simples aspirante a músico, amava o som que ela me proporcionava.

Até que eu entendi que a vida dela era bem mais confusa do que eu achei. Eu já tinha visto o quão noscivo o uso de drogas era porque o Harry sempre se metia com pessoas assim, incluindo um amigo em comum que tínhamos e, naquele mesmo ano, acabou indo para a reabilitação. Mas, uma pessoa colocar a sua única família em problemas? Isso sim me deixou louco.

A nossa primeira noite juntos, diga-se de passagem, foi como se eu tivesse voltado a ser um adolescente, que de fato eu era, e tivesse completamente apaixonado por ela naquele segundo. Eu quase disso isso para ela quando estávamos juntos mas conseguir me conter.

O

fato é que me entreguei para ela naquele minuto, achava que podíamos fazer funcionar o que quer que fosse o que tínhamos. Eu poderia muito bem largar Harvard e ficar em Vegas ganhando a vida cantando pelas noites. Seria a porra mais difícil do mundo mas eu faria isso por ela. Mas, quando ela me expulsou de sua casa e percebi que tudo o que tínha sentido foi unilateral, eu apenas fui embora com meu rabo entre as pernas.

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