— Quanto tempo isso vai durar? — Perguntei encarando seus olhos verdes e sua cabeleira dourada que brilhava ainda mais no sol.

— Isso o que? — Acariciou meu rosto com seus dedos de forma suave e gostosa.

— Nós dois.

— Para sempre!

— O para sempre existe?

— Se não existir, faremos existir! — Ele abriu um sorriso. — Eu prometo que farei o nosso para sempre!

— Eu também prometo que será para sempre! — Me arrastou mais para cima de seu corpo e encostou os seus lábios rosados nos meus.

Naquele mesmo dia, uma terça-feira, ele foi até a minha casa falar com os meus pais e oficializamos de forma real o nosso relacionamento.

Ainda podia sentir a sensação maravilhosa que me invadiu naquela terça, minha alegria era quase que palpável, eu tinha Paul Hopper, inteirinho só para mim ou foi o que eu pensei.

Passei a noite em claro, o "Me ligue!" Soava em meus ouvidos e precisei ficar longe do celular.

Pela manhã Ana apareceu com seu top azul turquesa e uma calça preta brilhante, perto dos seus outros looks aquele estava até mais harmônico do que os que já tinha visto.

— Julie, você precisa dormir. — Se sentou ao meu lado no sofá.

— Ele me enviou uma mensagem de voz. — Ela ergueu as sobrancelhas. — E eu ouvi.

— Porque fez isso?

— Porque eu quis, queria ouvir a voz dele, na verdade quero estar com ele.

— Bloqueia o número dele. — Neguei com a cabeça.

— Eu não quero fazer isso.

— Talvez seja o melhor a se fazer, mas eu não posso te forçar a nada, a escolha é sua. — Sorriu fraco e saiu em direção ao quarto me deixando sozinha.

***

— Boa noite. — Respirei fundo e o encarei, ele estava com um sorriso no rosto.

— Boa noite, o que deseja? — Tentei soar simpática.

— Te conhecer. — Revirei os olhos. — Porque você é tão revoltada?

— Não sou revoltada! — Rebati.

— Me prove isso então.

— Eu não tenho que te provar nada! — Me apoiei no balcão ficando próxima a ele. — Porque você insiste em falar comigo?

— Não sei. — Deu de ombros.

— Olha, hoje estou muito cansada e preciso trabalhar, se puder fingir que eu não existo, por favor, faça! — Saí de perto dele.

Não estava me reconhecendo, eu nunca trataria alguém daquela forma, mas ele me irritava e eu nem sabia o porquê, se era por ter uma postura elegante a todo momento, pelo deboche em tudo ou pelo senso de humor exagerado.

Pensei que ele iria embora, mas ele permaneceu lá e o pior de tudo era que ele ficava me observando.

— Para de fazer isso. — Pedi ao me aproximar dele.

— Não estou fazendo nada. — Se fez de vítima.

— Está sim, fala logo o que você quer.

— Te convidar para sair. — Gargalhei e neguei com a cabeça.

— A gente nem se conhece.

— Isso não é culpa minha, esqueceu? — Era verdade. — Sou John Salt, mas disso você já sabe, não? — Soltou uma piscadela ridícula.

— Isso funcionava quando você era mais novo, né? — Revirou os olhos e riu.

— Costumava funcionar. — Passou as mãos no cabelo e passou a língua nos lábios. — E então, topa?

— Não! — Ele abriu a boca e ergueu as sobrancelhas.

— Porque não?

— Porque eu não quero, John. — Pareceu surpreso assim que falei seu nome, mas ignorou e continuou.

— Tudo bem, Julie. — Levantou do banco. — Boa noite. — Saiu.

Eu queria acreditar que ele ia desistir, mas não estava convencida disso.

***

— Porque não aceitou? — Ana perguntou enquanto voltávamos para casa.

— Porque não, Ana.

— Para com isso, dá uma chance.

— Porque eu daria uma chance a ele?

— Não a ele, mas a você. — Fiquei calada, com os olhos fixos na estrada.

— Não sei se estou pronta. — Falei depois de um tempo.

— Tudo bem, essas coisas levam tempo mesmo.

Fomos em silêncio até o apartamento, onde quando cheguei liguei para Vivian e contei para ela.

— Não precisa se envolver com ele, é só uma saída, usa como uma distração.

— Ele é irritante. — Ela riu.

— Mas quem não é para você?

— Ei!

— Ju, você me achava irritante e hoje somos melhores amigas.

— Mas é diferente. — Não era.

— A decisão final é sua, mas não há problema algum em se divertir as vezes, conhecer gente nova, beijar novas bocas...

— Não vou beijar ele! — Me apressei em falar.

— Eu não disse isso. — Ela riu.

—Eu te conheço o suficiente, Vivian.

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Um Amor Em Meio Ao CaosWhere stories live. Discover now