.único - me desculpe.

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As mãos de Mikoto seguravam firme a cintura de Reisi, cautelosamente, preocupado somente em não machucá-lo. Reisi mantinha seus pensamentos longe, longe de qualquer coisa que fosse atrapalhar a última badalada deles.

Munakata, de fato, não queria passar por isso. Queria continuar ao lado daquele rei cabeça dura, que agia mais por impulso do que pela razão. Queria ter mais tempo para aproveitar o que sentiam um pelo outro e por seus clãs; podiam comandar o mundo juntos, mas Suoh não se importava com bens materiais, não se importava com nada além de si mesmo e do seu poder.

Reisi queria que aquela dança parasse o tempo, que ninguém entrasse em sua sala e os interrompesse. Ele queria segurar aquele último momento até que não pudesse mais, até sentir seu poder interno e azul dançar junto a eles. Queria poder sentir tudo que não podia enquanto seus caminhos estavam repartidos por vermelho e azul. Reisi queria Suoh. Ali. Para sempre. Ou até que seus poderes, tão fortes quanto eles próprios, consumissem-nós para sempre.

Mas o rei azul sabia, e muito bem, que não era tão simples voltar no passado.

"Desculpe por fazer você fazer o trabalho sujo", Mikoto disse, antes da badalada da meia-noite soar e The Blue Danube parar de tocar. Eram palavras, só palavras, mas vindo de Mikoto Suoh, eram mais que palavras, mais que um pedido de desculpas.

Era um adeus definitivo. 

02. A última badalada.Where stories live. Discover now