PRISIONEIRA DAS MINHAS ESCOLHAS

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Em algum momento eu me calei, não podia mais dizer, porque sequer tinha palavras para decifrar e explicar o que sentia. Então o silêncio me engoliu e eu que era tão boa com as palavras as perdi dentro de mim. Em algum momento eu não mais ouvia, o ruído já era tão forte que nem o mais belo som por mim seria ouvido. Em algum momento eu já não mais sentia, a brisa do vento estava lá, mas não passava por mim, nem toque das pessoas, nem meus próprios sentimentos. Tudo se tornara um eterno mar de nada. Quem eu era agora? Não sabia dizer, olhava para meu reflexo no espelho. Eu estava ali, mas não estava. Deixei-me pelos corredores daquele grande lugar que um dia já admirei e desejei estar, e agora me tornara prisioneira dele e o podia ver matando cada parte de mim gradativamente todos os dias por nove horas. Em algum momento eu morri, mas não sabia dizer quando foi. Talvez quando percebi que estar ali não me faria viver e mesmo assim escolhi ficar. Eu podia ter dito não, mas essa palavra sempre fora tão difícil de dizer. E agora... Como eu voltaria a viver?

PALAVRAS QUE TRAGO NO PEITOOnde as histórias ganham vida. Descobre agora