10_ Você gosta de pão?

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ㅡ Deus te ouça. ㅡ Sorri e olhei para minha casa. Me assustei ao ver minha mãe agarrada na janela nos observando. ㅡ Eu acho que vou entrar. ㅡ Falei sem tirar os olhos dela.

ㅡ Tudo bem. ㅡ Daniel riu e eu o olhei fazendo uma careta.

ㅡ Minha querida mãe. ㅡ Dei de ombros.

ㅡ Parece com você. ㅡ Ele riu e continuou parado. Sorri para ele antes de virar as costas e caminhar em direção à porta.

Daniel continuou ali até que eu entrasse.

Fechei a porta atrás de mim e encarei minha mãe que tinha um sorriso no rosto.

ㅡ Vejo que fez amizades. ㅡEla se aproximou.

ㅡ Ah, é. ㅡ Assenti. ㅡ Ele é... legal.

ㅡ Deve ser mesmo, afinal, te acompanhou até em casa. ㅡ Ela debochou e eu fiz uma careta para ela antes de começar a rir.

ㅡ Ele mora aí do lado, mãe. ㅡ Fui em direção à cozinha. ㅡ E eu meio que passei mal no colégio hoje. ㅡ Fiz uma careta já esperando a bronca que eu levaria dela enquanto pagava minha garrafa na geladeira.

ㅡ Meu Deus, Elizah, eu deixei o seu almoço pronto hoje. Deveria ter comido! E se você morrer? Não tenho dinheiro para pagar seu velório não. Investimos tudo que tínhamos nessa casa. ㅡ Ela falou sarcasticamente e eu quase engasguei com a água de novo.

ㅡ Eu estou bem, mãe. ㅡ Guardei a garrafa na geladeira.

ㅡ Mas não estava. A partir de manhã vou passar a monitorar suas refeições como quando você estava doente. ㅡ Suspirei quando a ouvi. Eu dei tanto trabalho aos meus pais quando fiquei doente. A pior parte era vê-los fazendo de tudo para garantir que eu ficasse bem. Não queria fazê-los passae por isso de novo.

ㅡ Desculpa, mãe. Vou me alimentar direito. ㅡ Olhei para ela. ㅡ Agora mesmo vou tomar um banho e descer para comer alguma coisa. ㅡ Passei por ela para sair da cozinha.

ㅡ E o seus deveres de espanhol? ㅡ Ela falou e eu parei fazendo uma careta.

ㅡ Vão bem. O que vai ser o jantar? ㅡ Mudei de assunto virando-me para ela.

ㅡ Frango frito com molho apimentado. Mas seus deveres tem que estar todos prontos até domingo a noite, ok?

ㅡ Ok, mamãe. ㅡ Sorri para ela. ㅡ Vou subir.

Eu realmente estava com muita preguiça de começar aqueles exercícios. Mas sabia que uma hora ou outra eu precisaria começar.

Subi rapidamente para meu quarto e a primeira coisa que fiz foi pagar o lençol amarelo e ir até o banheiro para pandura-lo na janela. Eu estava louca por um banho. Havia suado muito na minha ligeira corrida para a escola hoje.

Ascendi a luz do banheiro e olhei diretamente para a enorme janela. Meus olhos acabaram focando na janela da casa ao lado. A luz lá estava ligada, mas não havia ninguém naquele cômodo que me parecia ser um quarto de criança devido a quantidade de pôsteres de desenhos variados como Jovens titãs em ação, bob esponja, tom e jerry e outros.

Sim, a janela de lá é tão grande quanto a nossa. Dava para ver grande parte da parede.

Pensando bem, talvez nem seja um quarto de criança, eu mesma ainda assisto esses desenhos.

Mas deduzi que era o quarto do irmão mais novo de Daniel.

Fui até a janela e cobri a mesma antes que alguém aparecesse lá e eu passasse mais uma vergonha.

Pendurei-a e desci do banco rindo de meus pensamentos. Imagina o garotinho virar para alguém e dizer: caiu uma garota maluca na casa ao lado.

Saí do banheiro rindo e fui pegar minha roupa para poder tomar um banho.

[...]

ㅡ Aí o cara me cortou no meio da pista. Parecia até que eu estava no jato invisível da Mulher Maravilha. O cara quase passou por cima do meu carro. ㅡ Meu pai resmungou enquanto jantávamos na mesa.

ㅡ Ah pai. ㅡ Ri do modo que ele falou. ㅡ Vai ver ele tinha um bom motivo.

ㅡ Que motivo? ㅡ Meu pai nos encarou.

ㅡ Alguém podia estar no hospital. ㅡ Minha mãe respondeu.

ㅡ A mulher dele poderia estar entrando em trabalho de parto. ㅡ Acrescentei.

ㅡ Ele poderia estar atrasado para algo que custasse o sustento da família dele. ㅡ Minha mãe respondeu.

ㅡ Ele poderia estar passando muito mal e precisava chegar ao pronto socorro. ㅡ Falei e olhei disfarçadamente para minha mãe que tentava não rir.

ㅡ Ok, ok! ㅡ Meu pai riu. ㅡ Vocês me convenceram, ele devia ter um bom motivo. ㅡ Eu e minha mãe nos cumprimentamos com um soquinho.

Meu jeito de tentar ver sempre o lado das pessoas eu puxei dela. É claro que a pessoa poderia ser só um idiota que gosta de correr. Mas preferimos não julgar, afinal, ele poderia ter um bom motivo.

ㅡ Querida, amanhã tenho um trabalho no centro da cidade de manhã. ㅡ Minha mãe olhou para mim. Ela era fotógrafa. ㅡ Uma gestante quer fazer um álbum e marcamos cedo por causa da boa luz. Seu pai também não estará em casa, então ficará sozinha.

ㅡ Ah, ok. ㅡ Assenti.

ㅡ Pode chamar seus novos amigos da escola para vir aqui. ㅡ Ela acrescentou e eu a encarei.

ㅡ O que?

ㅡ Amigas. ㅡ Meu pai a corrigiu. ㅡ Não quero garotos aqui quando eu não estiver em casa.

ㅡ Tudo bem. ㅡ Minha mãe riu. ㅡ Pode convidar suas novas amigas para virem aqui passar a manhã com você. Ouvir músicas, assistir filmes, sei lá! Fazer o que os jovens de hoje gostam de fazer. ㅡ Ela me catucou com seu cotovelo com um sorriso.

ㅡ Ah, claro. ㅡ Forcei um sorriso. Que amigas?

ㅡ Deixarei uns lanchinhos para vocês na geladeira antes de sair. ㅡ Ela sorriu de novo e novamente eu forcei um sorriso.

●●●
Continua...

Finalmente! Levei, literalmente, 2 dias para escrever esse capítulo com esse celular. Até breve♡

Amarelo, a nova cor do Amor - DEGUSTAÇÃOWhere stories live. Discover now