S(EX)

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Aqui estou novamente. 

Me encontro admirando como a luz do sol ilumina bem suas curvas mal cobertas pelo lençol branco e fino. Sua bochecha amassada por estar com a cabeça deitada sobre o braço, formando um biquinho pequeno em seus lábios. Um suspiro me escapa e fecho os olhos. 

Lembro da noite passada, de nossas palavras e promessas ditas da boca para fora — como sempre. Revivo cada momento; é como se ouvisse novamente seus gemidos enquanto me afundava em você, encantado com a visão de seu corpo arqueado, brilhando com o suor, produto do nosso prazer. Seu pescoço exposto ao que sua cabeça se inclinava para trás, parecia implorar para que eu o marcasse e deixasse uma lembrança para a manhã seguinte, na qual nos despediríamos como se fosse a última vez. 

Doce mentira. 

Você me teve desde o primeiro momento, quando eu ainda não sabia que acabaríamos assim. Já você sabia muito bem, porque sempre foi sua especialidade tomar corações solitários para si. Você sabia que eu me apaixonaria, que me teria totalmente em suas mãos. Você tomou o melhor de mim e me mostrou o pior quando me deixou sozinho com pedaços de um coração e novas inseguranças.

E aqui estou novamente. 

Não importa o quanto eu tente mentir para mim mesmo ou o quanto tente me afastar, eu sempre vou voltar. Porque, sim, você ainda me tem por inteiro mesmo que eu saiba que não é recíproco. Eu sou seu e você pertence a ninguém mais além de si mesmo.

A cada manhã em que acordo em sua cama, observando seu corpo nu e sua expressão de pura — falsa — inocência enquanto dorme ressonando baixinho, meu coração tenta se consertar mais uma vez, juntar os caquinhos que sobraram. Cansado e dolorido, com uma ferida aberta que eu tento ignorar. Com uma confusão de sentimentos que sempre me trazem até você. 

Não falamos daquilo que passou, do que machucou e nos separou. Não precisamos falar de nós e de como estragamos tudo. Olhares aqui, sorrisos ali e três bebidas mais tarde estamos no seu quarto, em seus lençóis, nos tocando da forma como gostamos. Nossos lábios se encontram e as roupas se tornam um estorvo. Sentimos um ao outro e nos expressamos com nossos corpos, porque palavras não combinam com nós dois. 

Tão entregue, tão familiar, tão meu nesse momento.

No final da noite ou na manhã seguinte, dizemos adeus para sempre até a próxima vez.

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Deixe sua ☆ caso tenha gostado da leitura e até a próxima! <3

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