3 - Tentando Descobrir O Mistério.

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Já era de manhã, levantei e troquei de roupa. Vesti uma jardineira jeans e arrumei meu cabelo. Olhei para as flores e achei melhor não jogar mais água, já tinha colocado muita ontem e elas podiam morrer afogadas. Decidi levar as margaridas comigo hoje também, não teria graça ir para a Floricultura sem elas.

Mandei mensagem para o Theo, para nos encontrarmos lá e segui o mesmo caminho de ontem só que mais devagar por não ter uma competição. Mesmo assim, acho que chegaria mais rápido que ele por morar mais perto. E assim foi, cheguei e ele ainda não estava lá.

Deixei a bicicleta com o pedal na calçada e fui checar o vidro de novo. Estava com a mesma placa. E sem ninguém. Não sabia o que fazer e quando o vi chegar mais perto isso só piorou.

- E ai? Como vamos entrar?

-Não sei, ah já tô ficando cansada disso - eu disse me sentando na calçada com a mão na testa.

- Vamos tentar entrar de outro jeito...
- ele cerrou os olhos tentando pensar...

E o que ele disse me deu esperança para refletir, fui até a cestinha da bicicleta e olhei para as flores, mas não tinha nada demais. Tentei pegar na terra que a flor tinha entrado "magicamente", e me esforcei o máximo para minha mão entrar. Então enfiei meu dedo na areia preta até o fundo e vasculhei tentando encontrar algo. Até que o indicador e o polegar encostaram em uma coisa gelada. E eu puxei.

Meus olhos brilharam quando vi a chave. Fui correndo até a porta e consegui abrir. Ao ver a Floricultura me empolguei:

-Ah, eu não acredito! Finalmente conseguimos entrar - Mas... não tem nada aqui - meu semblante murchou ao ver o lugar direito.

- Que estranho, achei que aqui íamos achar a resposta. Mas vamos encontrar algo - ele disse.

Eu concordei com ele e entramos, vimos todas aquelas flores de perto. Senti saudade do senhor Augusto, mas sabia que ele não ía me deixar. Cheguei mais perto ainda das flores, e parei numas roseiras que estavam num vasinho em cima da bancada: Tentei arrancá-lo como Augusto tinha feito com a Margarida, mas eu me furaria com os espinhos, então apenas arranquei algumas pétalas delas. E as folhas vermelhas cairam no chão como penas, sem mágica, apenas caíram... E eu decidi fazer isso com as orquídeas também, mas dessa vez, arranquei com o caule e tudo. O chão ficou coberto de folhas, flores e terra. E eu percebi a bagunça que estava fazendo só quando reparei nisso e quando vi que Theo me olhava sem entender nada. Nem eu entendia, apenas senti que precisava fazer isso.

E ele não interviu.

Então eu continuei, com os girassóis que estavam perto da janela. Os raios de sol o iluminavam e me deu dó arrancá-los logo quando giravam, mas não teve jeito. Eles rodavam lentamente e quando eu vi que a maior flor terminou uma volta, decide arrancá-la, com cuidado, mas tive que ser forte para puxar.

E agora finalmente as margaridas, elas eram menores. Então seria trabalhoso arrancar todas pois eram mais que as outras flores. Desse jeito, eu apenas virei o vaso de cabeça para baixo e os sacudi com força. Nesse momento, Theo parecia entender que era a sua hora de vir me ajudar. Então ele agitou o vaso até que as margaridas e a terra caíram.

Eu fui pegando os vasos para ele, e ele foi fazendo a mesma coisa com as outras. Até que terminou.

Eu senti que faltava uma flor ali, e essa era a minha margarida. Então a peguei da cestinha e a trouxe até a Floricultura. Não sabia muito bem o que fazer. E muito menos Theo.

Olhei em volta e vi todas as flores no chão e a bagunça que estava ali. A única coisa que sentia no momento era o amor que tenho pela margarida que ganhei do Augusto, então a coloquei no peito no meio da minha jardineira perto do bolso. E fechei os olhos com toda a força que eu pude, acreditando que iria descobrir esse mistério.

Margarida Où les histoires vivent. Découvrez maintenant