Capítulo 2

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Se passaram dois dias e eu me instalei por completo no campus, agora sou um aluno e adivinha de que curso? Exatamente, tudo para ficar perto do Bright, falando nele o mesmo, está há poucos metros de mim, escrevendo tudo que o professor diz, enquanto os outros estão gravando, nos seus celulares, fala sério, em que século ele vive?

Não fuma, não bebe e nem tem celular? Devo dizer que achei uma agulha em um palheiro.

Espero a aula terminar para investir mais uma vez na minha presa.

- Ei, você, te procurei por toda parte e ninguém te conhece. - minto. - Quase achei que você não estudava aqui e mentiu para mim aquele dia.

- Oi?

Ele não me reconheceu? Isso é no mínimo um insulto.

- Sou eu, Bright, o Metawin, daquele dia com a cadela. - digo e reviro os olhos, na boa, ele está me tirando do sério.

- Ah.

E a animação? Tem gente que literalmente lambe meus pés quando passo e você me tem aqui na sua frente e se comporta assim? Tá legal, vou dar um desconto porque, não estamos no inferno e você não sabe quem eu sou, mas ainda sim, eu deixo uma impressão por onde passo e é bem difícil esquecer um rosto como o meu.

Apesar da frustração, ainda tento puxar conversa com ele e nada mais, nada menos, que usar a minha nova arma secreta.

- Você quer ver a Charlotte?

- Quem? - pergunta confuso.

- Puta que pariu, Bright, você tem alzheimer ou é idiota assim mesmo? - explodo sem paciência. - A cadelinha daquele dia, eu a adotei e o nome dela é Charlotte. Só vou perguntar mais uma vez, você quer ver ela?

- Agora? - pergunta, trocando o peso de uma perna para a outra.

Puta merda, eu vou socar esse cara.

- Não, Bright, amanhã. - Digo sem paciência.

- Okay, amanhã eu vejo vocês. Eu acho. -fala meio confuso coçando a cabeça. - Tenho que ir.

E ele se vai e eu fico que nem uma estátua, paralisado demais para pensar, no que tinha acabado de acontecer. Eu em todos os anos da minha vida, que não são poucos, nunca vi ninguém me ignorar, aliás ninguém tentou, só meu pai, mas ele é exceção, porque ainda não tenho poder o suficiente, para o peitar, mas fora isso ninguém me tratou assim? Quem esse Bright pensa que é?

Preciso colocar o meu plano o quanto antes em prática, antes que eu o mate, porque ele está me fazendo ficar sem paciência.

...

- Lugar bonito esse que você mora, primo. - fala meu Dew, aparecendo do nada no meu sofá, assim que abro a porta. - Você tem até uma cadelinha, a terra te mudou.

- O que veio fazer aqui, Jirawat? Não estou com cabeça para suas brincadeiras... O que o papai quer? - falo e me sento na poltrona, ao lado.

- E isso é jeito de falar com alguém da família? - fala num tom magoado, mas sei que é pura encenação. - O que você quer, bastado de Asmodeu?

- Você está muito estressado, já transou com algum dos calouros ou fez uma orgia? O que está te faltando é sexo, seu humor está péssimo, geralmente, você ama minhas piadas. - fala se levantando e vindo até mim e começa a fazer uma massagem nos meus ombros.

- Eu já tentei de tudo e esse cara não cai na tentação. - bufo.

- E você vai deixar o Tio Luci vencer? - Você vai acabar virando um mortal e eu sinceramente, não vou aguentar ele lá, sem você, aliás, ninguém, você dá as melhores festas, Winnie.

- Vocês têm o First! - falo sem humor. - Aquele bastardo de Leviatã deve estar no céu, agora que não estou por perto.

- Até que não, sem você por lá, ele não fica competitivo e nem sente inveja de nada. O inferno não é mais o mesmo. - diz sem jeito. - Você deve partir pra cima desse cara, você não está mole demais?

- Mole? Eu juro que tentei quase tudo. - Falo e me ajeito na poltrona. Charlotte aproveita e pula no meu colo, percebendo que eu preciso de energia. O que não reclamo. Passo a mão nela e ela me deixa um pouco calmo, não é como a minha alcatéia de cães infernais, mas ela serve para seu propósito, no momento.

- Gula? - indaga ele.

- Ele nem come, sempre o chamo para comer e ele na maioria das vezes não vai e quando vai, nem põe muito, nem pouco. A medida é irritante.

- Avareza?

- Ele empresta ou dá tudo que você pedir, é frustrante, não estou brincando.

- Inveja? Preguiça? Ira? Soberba?

- Já falei que não adianta, Dew. - falo coçando os cabelos frustrado com toda aquela situação, não podia deixar Lúcifer levar a melhor. - Ele é praticamente um santo, estou até cogitando que ele pode ser um arcanjo que os caras lá de cima, colocaram no meu caminho para me pregar uma peça.

- Agora você está indo longe demais com essa sua cabecinha maquiavélica, que mania de perseguição é essa? Nem todo o mundo gira em torno de Win Metawin, ouviu?

- Mas devia, acho que a vida de todos seria perfeita, se vivessem me adorando. - falo rindo.

-Todos, menos, esse tal de Bright, eu preciso conhecer a razão do seu estresse, quando você vai ver ele?

- Daqui a uns 3 dias, o santo Vachirawit foi visitar a família na cidade natal.

- E por que você não foi com ele? - pergunta ele me encarando. - Você percebeu que eu não falei um pecado em questão? Até por que não precisa, Winnie, porque é o meu pecado, você é burro ou o quê? Perdeu a chance de levar o cordeiro para o abate e bem na casa da família, até ver a cena, alguém chegando e pegando vocês no ato.

- Ele é virgem e ainda por cima hétero. - falo revirando os olhos.

- E quando foi que isso te impediu?

Dou um sorriso relembrando.

- É, você tem razão...

Com a ajuda do meu querido primo Dew, decidi fazer o Bright cair nas tentações da carne... Ninguém é tão puro, ele não vai resistir, olha só para mim? Tenho que admitir, ele me irrita, mas essa praga às vezes, tem ideias geniais.

 Príncipe Do InfernoWhere stories live. Discover now