Capítulo 2 - Rememorando o passado na colônia espiritual

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          Em agradável sala de estar, recostada em uma poltrona, Nina repousava brandamente. O ambiente era calmo e acolhedor. Flores graciosas e coloridas enfeitavam o vaso sobre o consolo,  e a luz do entardecer espraiava-se através das frestas das janelas, em suave matizes. 

        Seu rosto moreno e jovem era o mesmo, contudo se encontrava agora mais amadurecido e nimbado de cores saudáveis. Nesse momento entrou na pequena sala jovem senhora, trazendo às mãos algumas telas em que apareciam belíssimas paisagem retratadas.  Aproximou-se e, com carinho, pousou as mãos no ombro de Nina.

      _  Nina, está na hora, vim buscá-la.

        Nina abriu os olhos, que refletiam grande vivacidade, e tornou: _ Cora querida! Já?

      _ Sim   _ Respondeu a outra.  _ Podemos ir.  

       Nina preparou-se com rapidez e declarou-se pronta para sair. Fazia quase um ano que Nina chegara ao campo da Paz. Apesar do bem-estar que sentia, ela não se conformara em deixar a família terrena e desejava a todo custo regresso à Terra. 

       Solicitara nova encarnação no seio da mesma família, mas até o momento fora aconselhada pelos mentores da colônia espiritual a que procurasse trabalhar em benefício das almas sofredoras enquanto estudavam o caso. 

       Nina vivia na casa de Cora, com quem se identificava espiritualmente e, embora não se recordasse dos detalhes, sentia-se ligada ao seu passado, como benfeitora e amiga querida. 

       Sob seus cuidados, sentira renascer sua saúde, que sempre se combalia quando se desesperava de saudades os seus entes queridos que ficaram na Terra. 

     Com paciência e carinho, aplicava-lhe passes amorosos e ao mesmo tempo conversava com ela, confortando-a e procurando elevar-lhe a mente, com fé e amor. 

    Com esses cuidados, Nina foi melhorando e suas crises de saudades se espaçando. Por esse motivo, Cora pôde levá-la consigo no atendimento às irmã doentes recém-chegadas da Terra, recolhidas ao hospital, bem como no entretenimento às crianças que frequentavam a Escola evangélica onde Cora militava como assistente e orientadora. 

    As duas saíram. Era agradável caminhar pelas ruas onde árvores acolhedoras sombreavam as calçadas , e os chalés coloridos e alegres adoçavam o olhar de Nina, sempre tão sensível às belezas naturais, ia preocupada e ansiosa. 

      Fora convocada para uma reunião em que, juntamente com seu orientador, Cordélio, iria rever seu caso e possivelmente o veria resolvido. 

     Caminhando rapidamente, as duas chegaram logo à praça onde se situava o Departamento  de Orientação e Auxilio de Reencarnação e de Escolhas das Provas.  Conduzida à presença de Cordélio , Nina sentiu-se comovida. A figura bondosa e enérgica do seu orientador inspirava-lhe respeito e simpatia. 

   Seu olhar percuciente a envolvia com franqueza e interesse. Suas palavras sempre sábias tinham o poder de fazê-la sentir-se amparada e tranquilo. 

        Ao vê-la, Cordélio levantou-se e abraçou-a com carinho. 

        _ Seja bem-vinda, Nina. Já a esperava. Queria sentar-se. 

      Nina obedeceu e nada disse. Sentiu que ele adivinhava sua ansiedade. 

      _ Minha filha, estudamos seu caso. Você deseja voltar à Terra. 

       Quer reencarnar. Entretanto, Nina parece-nos ainda muito cedo. Embora seus motivos sejam justos e nobres, não acreditamos útil seu sacrifício. 

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⏰ Last updated: Mar 11, 2021 ⏰

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