Por fim restaram eu e o Tyler como espectadores solitários nas cadeiras da frente que antes estavam repletas de iniciantes.

_Como todos podem ver temos dois iniciantes que não conhecem ainda sua casta, como de costume não é o iniciante que escolhe sua casta, é a casta que nomeia o iniciante como seu membro. _Sophie disse amavelmente. _Senhor Montreal, por favor, venha até aqui.

Tyler foi até a frente, cochichos o seguiam. Lá na frente foram colocadas sobre uma mesa três medalhões, como mágica, pois não vi ninguém entrar com a mesa ou com os medalhões.

_coloque a mão sobre a mesa querido. _Sophie sorria docemente. _será que será um letrado ou um guerreiro? _ela sorria para a multidão.

_místico. _uma voz gritou ao fundo, todos riram. Meandre não deveria ter gostado de vê-lo comigo ou com Peter, Maya, Caios e Natasha.

Tyler não pareceu ouvir, estava absorto em seu momento. A mão dele estava firme, não fraquejava.

Os medalhões começaram a tremer, Tyler estava sério.

_Diga as palavras. _Sophie o encorajou.

_Eu juro. Não por mim. Não por fama. Juro pela ordem. Enquanto estiver vivo lutarei pela justiça, pelos inocentes. _um dos medalhões se ergueu, foi em direção a mão do Tyler, ele o agarrou_ O sangue do guerreiro se derrama e lava as injustiças. A ordem da lua vive em nós! _ele disse como em transe.

Um grito de viva foi estendido como um rugido de leões pelos guerreiros, mais um membro se juntava a sua casta, e que membro! Tyler não havia nascido tendo consciência das suas origens, mas eu devo dizer que meu pressentimento apitava que ele se daria bem ali, bem, meu pressentimento e as imagens dele matando um vazio. Ele pareceu estar satisfeito pela sua casta, porque o sorriso que ele exibiu ao andar em direção a um assento junto com os guerreiros era um ataque terrorista a pessoas com problemas respiratórios.

_Sua vez querida. _a voz musical de Sophie me fez tirar os olhos do Tyler. Eu me levantei meio indecisa quanto o que se esperava de mim. O que de fato eu era? Uma mística como me disseram que minha mãe era ou uma guerreira como meu pai? Talvez uma letrada, não. Eu não me sentia inteligente assim, não era burra! Mas de qualquer forma não me via com o mesmo ar de segurança que Peter para falar sobre tudo.

Os meus passos retumbavam pelo salão enquanto eu seguia em direção a grande mesa de mármore polido a frente da multidão de iniciantes, podia sentir os olhos de todos se cravarem em mim como adagas. Me postei diante da mesa vacilante, ergui a mão e coloquei em cima da mesa tentando imitar a atitude do Tyler.

_Faça o juramento querida! _Sophie sibilou interessada.

_eu juro... _minha voz saiu meio entrecortada, eu havia esquecido as palavras do Tyler, nesse instante eu entrei em pânico, estava prestes a mim virar em direção a Sophie e pedir auxílio quando os medalhões começaram a tremer. De início era um leve farfalhar, como se uma brisa estivesse lutando para balançar os medalhões, mas depois de uns segundos era como se um terremoto voraz estivesse atingindo misteriosamente apenas os medalhões sobre a mesa. Eu senti algo açoitar o meu interior, eu me vi como em um transe, minha boca se movendo deliberadamente e meus olhos não pareciam me pertencer, era como se eu estivesse vendo a situação em um espelho d'água, e aquilo fosse a história que outra pessoa estivesse vivendo, não eu. _ Eu juro. Não por mim. Não por fama. Juro pela ordem. Enquanto estiver viva lutarei pela justiça, pelos inocentes. _um dos medalhões se ergueu, eu senti ele esquentar a palma da minha mão, e no mesmo instante senti familiaridade naquele toque, ele já havia estado comigo antes, ele era minha herança, uma prova de que de uma forma extraordinária eu sempre estivesse destinada aquele momento. _Os olhos místicos veem tudo! A ordem da lua vive em nós.

A Ordem Da LuaWhere stories live. Discover now