The captured princess

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Já estava ali há quanto tempo? Três semanas talvez? Ou quem sabe até mais...Não sabia ao certo. Nos primeiros dias que esteve trancafiada ali, chorava todas as noites e implorava em sussurros que Ichigo fosse a salvar, mas com o passar do tempo foi endurecendo, tornando-se forte, resistente. Talvez o motivo disso seriam as torturas psicológicas que sofria nas mãos de Ulquiorra, ou a solidão, talvez seus amigos não fossem à resgatar, talvez só tivesse a si mesma.
O rapaz alvo de olhos esmeraldinos sempre a via todos os dias, sempre levava sua refeição e passava algumas horas a infernizando. A moça era submetida ao terror psicológico e ameaças,  mas não se deixava abater com isso. Não era muito útil em batalhas, não tinha força física de fato, mas tinha a alma e a mente fortes. Com a aproximação rotineira dos dois, ele parou de atormenta-la. As vezes ficava em silencio vendo-a comer, ou simplesmente começava a fazer perguntas sobre o mundo e sobre sentimentos. Orihime não queria admitir para si mesma, mas a verdade é que ansiava pelo momento que Ulquiorra iria a visitar.
E Chegou o momento daquele dia. Ulquiorra entrou no quarto dela acompanhado do outro arrancar que trazia a comida, que em seguida os deixou a sós. Orihime o fitou de forma serena e deu-lhe um sorriso gentil, ele ficou a olhando intrigado, estava cada vez mais curioso sobre aquela mulher. Como ela podia ser tão amável com seu carrasco?   
– Coma – falou de forma fria e encostou-se na parede.
– Sente-se ao meu lado, Ulquiorra-kun – Orihime sugeriu com empolgação na voz, ele a observou com o olhar felino, mas aos poucos foi se aproximando e fez o que ela pediu – Você não come? – ela o questionou enquanto comia.
– Não tenho necessidade – respondeu indiferente, sem deixar de observa-la.
– Mas se desejar pode comer? – ela continuou o interrogatório.
– Sim – respondeu seco e viu que ela estava com o quanto da boca sujo, sem pensar duas vezes limpou com o dedo – Você se suja toda – resmungou e ela lhe deu um sorriso.
– Eu gosto de tê-lo por perto – ela falou de forma sutil e envolveu a mão dele com a dela. Ulquiorra focou o olhar no enlace.
– Por que? – questionou-a no seu tom habitual.
– Eu gosto de você! – ela devolveu de modo gentil e sorriu com as bochechas coradas.
– Eu torturei você e a ameacei, como pode gostar de alguém assim? Você é louca? – puxou a mão de uma vez, mas se arrependeu profundamente ao ver a expressão triste que ela fez. Orihime ficou calada, observando o chão – Responda, mulher! – ordenou.
– Apenas não consigo odiá-lo, sinto que você se fazia isso porque era sua obrigação – falou séria e voltou a encara-lo – Ou você sentia prazer nisso?
Ulquiorra ficou encarando-a sério, não sabia qual resposta dar aquela pergunta. Nunca sentiu prazer em tortura-la, na realidade até teve vontade de não o fazer. Mas precisava seguir ordens e o psicológico da garota deveria ser testado, assim ele o fez. 
– Sim, sentia muito prazer! – respondeu com frieza e se afastou dela – Você não passa de uma humana, não me importo com seu bem-estar.
Orihime sentiu um gosto amargo na garganta, mas permaneceu firme. Ulquiorra permaneceu a encarando, gostava de analisar cada expressão dela. A realidade era que estava mentindo, há cada dia que passava se importava mais com ela, porem não queria admitir para si mesmo. O que Aizen faria se soubesse disso? O mataria provavelmente.
– Sabia que posso espanca-la ate você gritar? – aproximou-se dela novamente e a encarou de modo tenebroso.
– Deseja fazer isso, Ulquiorra? Me ver gritar vai te dar prazer? – ela levantou-se e o encarou de perto, aguardando uma resposta. Orihime estava firme, não tinha medo.
– Eu quero vê-la gritar...– respondeu quase num sussurro, observando os lábios carnudos da garota de perto.
– Então me faça gritar – ela respondeu bem firme. Ulquiorra ficou totalmente sem resposta com aquilo, Aquela mulher era louca?
O esmeraldino afastou-se surpreso e saiu do quarto o mais rápido que pôde. Orihime deixou um pequeno sorriso escapar.

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