CAPÍTULO LXXXI

Magsimula sa umpisa
                                    

— Carlos se acalma.

Após mais de uma hora, nada de ninguém vir dar notícias, eu continuava no meu choro, sentado no chão, com a cabeça apoiada sobre os joelhos, Dri abraçada com o Eduardo e Clara foi buscar água para tentar me acalmar.

— Toma, Carlos, bebe... vai te acalmar.

— Não quero água! - levantei e comecei a andar de um lado para o outro — Quer que eu me acalme? Traz minha mulher pra mim, viva e bem! Eu quero a minha mulher... Por que ninguém fala merda nenhuma nessa porcaria de lugar?

— Carlos, pelo amor de Deus, fica calmo!

— Como eu posso ficar calmo, se eu não sei como metade de mim está lá dentro?

Nisso, saiu uma enfermeira pela porta por onde a Nina foi levada e eu fui até ela.

— Oi, por favor, sabe me falar da moça que levou um tiro?

— O senhor é parente?

— Sim, sou o marido.

— Então foi o senhor que atirou nela?

— Eu o quê? Claro que não.

— Eu sinto muito senhor...

— Ai, meu Deus... - coloquei a mão no peito e me parecia que o ar não existia — não, não, não...

— Carlos, o que foi? - Clara veio para perto e eu agarrei ela. Ela olhou para a enfermeira — O que houve?

— A moça do tiro, ela... infelizmente não sobreviveu.

— NÃOOOOOOO! - gritei a todo pulmão e todos olharam para mim. Me agarrei na Clara e queria que o mundo acabasse naquele momento.

— A moça morena, de nome Nina? - perguntou minha irmã. Eu já não tinha alma, estava já planejando como morrer para ir junto com ela.

— Morena? Não... asiática.

— Asiática? - olhei para a moça e senti uma sombra de esperança. Comecei a limpar o nariz e meu rosto.

— Sim, ela levou um tiro no rosto, disseram que foi o marido. Ela entrou em coma hoje mais cedo, mas não resistiu.

— Ah, meu Deus... - sei que é ruim, muito ruim, mas eu nunca fiquei tão aliviado.

Caminhei para a porta por onde ela foi levada, quando a mesma se abre e aparece um médico.

— Parentes de Nina Linhares...

— Couto.

— Como é? - perguntou o médico.

— Nina Linhares Couto.

— Você é...?

— Marido.

— Sou o pai e essa a mãe. E Carlos, vocês ainda não casaram...

— Não quero saber! Como tá a minha mulher?

— O tiro entrou pelas costas e passou muito próximo de uma artéria...

— Doutor... pare de encher linguiça! Eu não sou médico e não sei nada dessas porcarias de termos médicos... só me diz se ela tá bem.

— Sim, ela está bem - ele sorriu.

— Ai... graças a Deus - caí de joelhos no chão.

— Podemos ver ela? - perguntou o Eduardo.

— Sim, mas não podem ficar tantas pessoas lá dentro.

— Eu fico aqui, vão vocês três. Se o Carlos não ver a pequenininha dele, ele morre e mata todo mundo aqui - disse minha irmã.

Acompanhamos o médico até o local onde ela estava acompanhada do Bruno.

Trilogia : POR QUE NÃO? O Doce Carlos - Livro 2Tahanan ng mga kuwento. Tumuklas ngayon