Eternal Flame

Capítulo 1

Freddie sequer precisou sair sorrateiramente de casa. A mãe estava dando mais uma de suas festas e ele acha que até viu alguém colocar fogo em uma camisa. Adultos esquisitos!

Saiu da mansão com sua mochila nas costas e desceu a rua íngreme sem encontrar nenhum vizinho. Não era como se tivessem muitos vizinhos. Todas as casas eram grandes e tinham quintais enormes, então ficavam muito espaçadas entre si. Na rua havia só três construções: a dele e dos outros dois vizinhos que ele sequer sabia quem eram.

O sol estava brilhando, mas não tão forte quanto o de costume. Ufa. Los Angeles era uma cidade muito quente!

Se apressou pelas ruas. Sabia que até amanhã a mãe não iria atrás de si. As festas eram barulhentas e às vezes era difícil para dormir. A mãe ficaria o dia todo na festa e o dia seguinte dormiria até a noite quando finalmente tomaria um banho e iria atrás dele para comerem algo. O andar de baixo estaria bagunçado, no entanto ela sequer ligaria pois podia chamar quantas empregadas quisesse para arrumar tudo.

De qualquer modo, amanhã à noite quando ela finalmente bateria no quarto dele e Freddie não destrancaria a porta como de costume, perceberia que sumiu.

"Ela nem vai se importar, talvez dê outra festa idiota".

Continuou caminhando por muito tempo. A cidade estava sempre cheia especialmente de turistas. Ele tinha colocado um boné para cobrir os cabelos loiros lisos e óculos de sol iguais aos do Tony Stark para andar disfarçado pelas ruas. Era assim que os Vingadores se escondiam nos filmes!

Estava ficando cansado depois de andar tanto. Comeu uma maçã enquanto se sentava de baixo de uma árvore em uma praça pequena perto de uma rua movimentada. Olhou no celular e abriu o Pokémon Go tentando ver onde estava pois sempre tinha nome nos pokestopes. Não reconheceu os nomes, mas o mais importante era que não achou a estação de ônibus – queria pegar um avião no aeroporto, só que não tinha dinheiro para isso.

O plano era comprar a passagem mais barata de ônibus para qualquer cidade possível e começar uma vida lá. Compraria limões e uma caixa de papelão, ai faria limonada e venderia até poder morar em um quarto de hotel. Não deveria ser caro, não é?

Seus pés estavam cansados então ficou sentadinho ali por um tempo. Deveria ter pego mais comida, mas tivera medo de ir para a cozinha onde tinha convidados da festa bebendo.

Tudo o que tinha em sua pequena mochila eram algumas roupas, o carregador de seu celular, um par de chinelos, escova de dentes e uma maçã.

Suspirou e pensou em ir ao Mc Donalds do outro lado da avenida movimentada a sua frente, mas tinha medo de atravessar. A avenida era larga e muito movimentada.

Levantou e decidiu continuar andando para ver se havia outro lugar no qual podia comer.

- É ele mesmo? – ouviu alguém falando. – Ai é ele?!

Freddie apressou os passos. Era só o que faltava! Alguém havia o reconhecido! Não havia muitas fotos suas na imprensa pois ele não andava com o pai para cima e para baixo, mas fãs do pai poderiam o reconhecer de anos atrás ou talvez das raras fotos que a mãe publicava de si – quando queria tirar fotos suas para postar ela era bem amável, até o último clique, depois voltava ao normal.

Ajeitou os óculos e o boné e continuou andando e andando. Não ouvia mais quem quer que fosse, talvez por que em seus ouvidos só havia o som de seu coração batendo bem rápido.

Entrou em uma rua qualquer, ainda cheia de gente e se apressou mais e mais, se cansando. Não queria voltar para casa! Iriam mandar ele voltar, não queria viver lá mais! Queria sumir! A perspectiva de voltar fez lágrimas encherem seus olhinhos azuis e Freddie de repente trombou com alguém e caiu no chão de bunda. Seus óculos de Tony Stark caíram em seu colo e seu boné voou para trás com sua queda.