Capítulo Um

3.2K 298 299
                                    

Notas da autora:

Muito cedo pra eu estar feliz com a receptividade de vocês? Olha a emocionada hahahh. Resolvi liberar o primeiro capítulo logo hoje. Mais uma coisa: eu pretendo que a história seja mais intimista, mais sobre a reaproximação e relacionamento das duas, sem tantos acontecimentos externos. Sem encher mais linguiça, vamos pro capítulo!



Andrea's pov.

Uma semana antes...

– O quê?! – Soltei um pouco mais alto e estática do que o meu tom normal, pigarreando, discretamente, para ajeitar minha voz. – O quê? – repeti, fingindo uma calma que não existia.

Meu chefe me olhava com uma interrogação no rosto, prontinho pra me mandar pro abate, sem entender o motivo da minha surpresa.

– Sim, é isso mesmo, Andy, uma entrevista com Miranda Priestly, e eu quero que você o faça.

Disse, como se fosse a coisa mais simples e óbvia do mundo, enquanto eu crispava os lábios e me ajeitava na cadeira. "A essa altura, não podia ser", pensei e me apeguei a esse pensamento como Emily se agarraria a um Valentino.

– Greg, me desculpe, eu não estou questionando a sua tomada de decisões, eu confio no seu instinto. Mas você é o editor-chefe, Miranda é editora-chefe. Seria mais coerente você mesmo ir. Eu sequer estou compreendendo o porquê de realizar algo assim envolvendo moda, já que nós somos um jornal que anda bem longe dessa área.

Ora, era claro que eu sabia a circunstância e o porquê, óbvio que sim, e Greg também sabia que eu sabia, só estava nervosa e tentando me esgueirar pra fora da situação.

– Andy – começou com paciência – a ideia de começarmos a explorar novos assuntos e incorporá-los ao jornal foi sua. Além de que você se responsabilizou pela maioria dessas matérias e pela coluna quinzenal também. – Dei um suspiro discreto. "Merda." – Imagine o quão grande será. Uma ex-assistente de Miranda, entrevistando-a! Isso vai alavancar nossas vendas.

Olhei pra Greg, ele parecia tão motivado, e com toda a razão do mundo. Eu entendia. Nós havíamos crescido muito juntos, ele sendo, praticamente, um padrinho para mim. Desde a primeira vez que nos vimos, ao me contratar para o The New York Mirror, como uma jornalista iniciante e inexperiente, ele havia apostado suas fichas em mim, confiado em meu trabalho, eu tinha certo senso de responsabilidade com isso. Aos poucos, o jornal, que já havia certa notoriedade, começou a crescer e crescer a partir da minha entrada, tornando-se uma das principais edições de Nova York; e, com ele, eu também, fui de redatora para jornalista chefe, para diretora de redação e, aqui, eu estava: editora-executiva, o braço direito de Greg. Como conseguir desapontá-lo, com algo tão relativamente "simples"?

Dei a ele um sorrisinho sem dentes. Vestindo minha maior determinação do mundo, não seriam meus problemas internos que me impediriam de fazer o melhor para meu trabalho, de jeito nenhum. Se era pra brincar, Andrea Sachs sairia pra jogo.

– Tudo bem, Greg, eu vou entrevistar Miranda Priestly.

-

-

-

"O que aconteceu, Andreah? O gato comeu sua língua?"

Escutei a voz bem ao meu lado, já que eu, tão gênia, ainda não havia conseguido abafar o efeito que aquele demônio em Prada havia causado em mim, mesmo após nove anos.

Eu me sentia estranha por estar naquela situação. Eu não podia negar que havia me perguntado por onde Miranda estava, já que eu tinha uma intuição que me fazia viajar o pensamento até ela, pelo menos, uma vez por dia, imaginando se ela estava bem. Às vezes, eu acordava já com a imagem dela em minha cabeça, e isso bagunçava meus sentidos.

Leads and RootsWhere stories live. Discover now