— Eu me sinto tão...

— Eduardo, o Carlos ama a nossa filha e quase morreu pra te provar isso! Sei que ele não fez isso pra te provar nada, mas fez por amá-la demais. Eu agradeço a Deus por ter colocado o Carlos na vida da nossa filha.

— Ela é o primeiro fruto do nosso amor... meu tesouro! Adriana, me perdoa por ser tão cabeça dura.

— Não é a mim que você deve pedir perdão...

Ele me abraçou e vi o quanto ele estava sendo sincero.

— O Carlos me disse que o Johnny era o meu genro preferido e que ele tinha a minha bênção... e ele quase matou a minha filha. Ele tava certo, você nunca gostou do Johnny...

— Eu não conhecia ele, mas creio que minha implicância era por saber que nossa filha estava, de maneira errada, tentando esquecer o Carlos e acabou se envolvendo com esse embuste. Eu sempre soube do amor de nossa filha pelo Carlos e como eu sei que ele a faria feliz, não aceitava ela com outro.

— Desde quando você sabia? - ele perguntou, enquanto eu limpava as suas lágrimas.

— Eu já tive a idade dela... e eu percebi como ela era com o Carlos. Acho que desde os treze ou catorze anos.

— Que?

— Ele não correspondia, Eduardo. Não pense besteira. Ela estava apaixonada, mas só me confessou quando já estava com dezoito. Você é um homem vivido, nunca percebeu como ela era com ele, mesmo namorando?

— Ele sempre foi carinhoso com ela, mas sempre achei que era carinho, não havia amor de homem e mulher.

— Da parte dele, creio que só quando ela já era maior, ela tentou conquistá-lo, mas tinha medo dele não corresponder, como você fazia comigo! E acho que no meio dessa paquera dela, ele percebeu o quanto ele a ama.

Eduardo ficou quieto. Acho que analisando tudo.

Após algumas horas, ele foi até o quarto em que o Carlos estava, creio que para conversar com o mesmo.


CARLOS

NINA DEITOU-SE na cama comigo e puxou minha cabeça com jeitinho para o seu colo, fazendo carinho em mim. Ver que ela estava bem, mesmo com todos os machucados e hematomas, deixou o meu coração mais tranquilo.

— Amor, fiquei com tanto medo dele me matar ou matar você - ela disse, passando a mão em meus cabelos.

— Eu fiquei apavorado, dele te fazer mal. Quando eu vi você toda machucada, foi aquilo que me deu forças pra lutar e tirar você dali bem.

— Senhorita, não pode ficar deitada na cama do paciente! - disse uma enfermeira entrando no quarto — A enfermeira Luana está procurando a senhorita para lhe medicar.

Olhei para Nina, que revirou os olhos.

— Eu estou bem aqui. E não vou sair daqui, se ela quer me medicar, é só vir aqui.

— Tudo bem, mas a senhorita não pode ficar na cama do paciente.

— E quem vai me tirar daqui?

— Filha... - Eduardo entrou no quarto — Será que posso conversar com o Carlos a sós?

— O senhor não vai brigar com ele, não é? Porque se for... eu não saio daqui de jeito nenhum!

— Não. Não vou brigar com ele.

— Tudo bem, Nina - disse para ela, que desceu da cama e a enfermeira a acompanhou até fora do quarto. Me ajeitei como pude, senti dor no peito e no ombro, onde o infeliz me acertou com uma faca. Tentando me ajeitar, eu gemia com alguns movimentos.

Trilogia : POR QUE NÃO? O Doce Carlos - Livro 2Where stories live. Discover now