— Por que não?

— Nada, Any. Deixa pra lá.

     Outra pergunta surge em minha mente, e eu não meço esforços para fazê-la imediatamente:

— Por que chamou Amber de "Liz"?

— É o segundo nome dela, Any. — responde, com o ar irritado.

— Eu não fazia a menor idéia. — respiro fundo. — Como é o nome inteiro dela, então?

     Não entendo o que falei demais, mas ele se vira de uma forma bruta e me olha como Amber me olhara mais cedo. Fico tensa.

— Por que faz tantas perguntas, Any?

— Ahn, eu-

— Fodase — Josh diz e dá um passo para frente, e eu um para trás. — Parece uma criança chata. O que vai ganhar fazendo perguntas? Quer saber de mais o que? Qual o tamanho do meu pau? Ah, não, claro! Com certeza você já sabe! Todo mundo sabe o tamanho do meu pau!

— Então é verdade? — minha voz sai baixinha.

— Verdade o que, Any? — pigarreia.

— Vinte... e cinco centímetros?

— PORRA ANY ! — ele explode. — SE FODE!

      Eu fecho os olhos quando ele vem em minha direção, acho que ele irá me bater ou algo do tipo. Mas é diferente. Josh passa por mim, e desconta a raiva na parede com um soco.

     Meus olhos se encontram arregalados e minhas mãos tremem de medo, ou talvez, susto. Não consigo me mexer ou falar qualquer coisa. Me recordo de como meu pai fazia a mesma coisa: socar a parede ao invés de agredir minha mãe quando ela o tirava do sério. Eu sempre paralisava, e depois, chorava.

     Meus olhos se enchem d'água, e, apesar de eu tentar contê-las, gotas salgadas deslizam pela minha bochecha sem que eu possa controlar.

     Que droga Any! Não chora. Não chora.

— Ei, Any, não precisa chorar. — consigo entender o que significa seu olhar: ele está arrependido. — Ei, foi mal. — se aproxima ele, e me envolve entre seus braços, com cara de quem não faz a menor idéia do que fazer. — Foi mal, tá bom? Me... me desculpa.

— Você é mal educado. Só queria conversar.

— Para de chorar, por favor. Eu não sei o que fazer quando uma mulher chora. — ele se afasta um pouquinho, e tira o cabelo do meu rosto. — Quer um chocolate? Um nude meu?

     Eu rio.

— Está tudo bem. Desculpa as perguntas.

— Só não fale do meu pau de novo.

— Eu não vou, prometo. — sorrio de relance.

     Josh se afasta e eu limpo as lágrimas restantes.

— Eu estou estressado, de verdade, muito estressado. tenho medo de não conseguir saber a verdade sobre a gravidez da Amber. Isso vem me torturando mais que o normal.

— Eu entendo, tá tudo bem. — digo, sincera.

— Mesmo? — ele quer ter certeza.

— Sim, te prometo que sim.

     Quando Amber chega com um vestido idêntico ao meu sete minutos mais tarde, me acha sozinha na sala de espera. Josh saiu há cinco minutos, e eu não faço a menor idéia de onde está nesse momento. Portanto, o vestido está aqui, e isso é o que importa para mim.

𝗕𝗮𝗱𝗯𝗼𝘆 𝗚𝘂𝘆Where stories live. Discover now