- Isso não é modo de uma senhora falar.
- O modo de uma senhora falar é com a boca dela! Se eu falar com a minha boca, estou a falar como deve de ser!
- Minha filha. Imploro-te! Pelo menos dá uma hipótese ao rapaz.
- Eu já conheço o tipo de pessoa que ele é! Disse-me que homens só querem uma esposa bonita.
- E que mal tem? Que mal tem um homem querer uma mulher bonita?
- O problema é que vocês homens querem uma esposa bonita para se gabarem uns aos outros porque no que toca a estimar essa esposa bonita vocês nem perto disso o fazer!
- Nem todos os homens são assim.
- Não quero saber! Eu não preciso de um casamento para me puder considerar uma mulher. Basta eu pensar que sou e chega!
- Priscila! Uma senhora de bem deve ser casada e… Priscila!
Ele grita que nem uma criança assustada quando atiro a minha espada para a mesa.
- O senhor meu esposo e o nosso filho, o menino punhal! - ponho o punhal á direita da espada.
- Priscila tu estás-te ouvir, minha filha? Ouve o teu pai, que só querer o teu bem e…
- Não duvido que só queres o que TU achas que é melhor para mim, mas ninguém aqui nesta casa me conhece melhor do que eu mesma.
- É só que… o funeral do rei vai ser hoje e… isso pôs-me a pensar que… eu não vou estar presente na tua vida.
- Eu sei defender-me pai!
Pego nas minhas armas e saiu do escritório do meu pai. Só queria era ver o que ele dizia se fosse ele que estava a ser empurrado para um casamento arranjado. Para o diabo com eles, os malditos casamento e os cânones que dizem que só as mulheres que parem crianças é que são dignas. Todas as mulheres são dignas.
Saiu para o mesmo pátio e encontro o tipo de antes.
- Menina Priscila, gostaria que a menina me ouvisse por breves mementos. - diz ele, todo arrogante.
- Não. - e continuo a andar
- A menina deve ter sofrido um desgosto de amor para ser tão fria para comigo mas perdoo-a. A minha bondade e as minha intenções são das mais puras e…
- Ouve lá pindérico! - Farta desta conversa, eu paro e viro-me para ele - eu não me vou casar contigo porque não quero! Não porque me partiram o coração, não porque desconfio de ti, mas porque não é da minha vontade!
- A menina ainda é jovem e é por isso que age assim. É apenas a sua idade e inocência a falarem.
Recomeço a andar porque se eu ouvir mais um disparate da boca desta vara verde, eu juro por Pivurise, que eu não vou parar até ele estar todo esburacado!
Continuo a andar até ao armeiro, onde pouso a minha espada e punhal, e saiu. Desta vez, com o tipo ainda atrás de mim e a falar como ainda me vou arrepender desta decisão, dirijo-me para os estábulos onde pego no meu cavalo castanho claro e preparo-lhe a cela.
- Ah! Vejo que a menina deseja passear a cavalo. Não é para me exibir mas sou o melhor cavaleiro das Terras do Sul. Mas não se preocupe porque irei abrandar para a menina puder me acompanhar.
Ignoro-o e continuo a prepara o meu cavalo para puder sair dali, senão vai haver sangue neste chão.
Quando acabo de apertar os cintos e correias da cela, monto-o e saiu dos estábulos. O tipo ainda atrás de mim pede para esperar já que os criados ainda lhe estão a prepara o seu, mas ignoro-o. Saiu pelo portão da frente e continuo a cavalgar pela estrada fora até aos campos de trigo do meu pai. Quando chego salto por cima da vedação e continuo a galope pelos campos fora. Não tenho medo de me perder porque não é a primeira vez que percorro estes campo mas mesmo assim mantenho-me sempre atenta para não ir contra ninguém. Depois de algum tempo chego ao pé de uma arvore alta e oiço uma voz.
- Outro pretendente? - diz o Keru, o meu único amigo. Ele tem os dourados, a pele escura como a minha e o cabelo é castanho com rastas que lhe chegam aos ombros.
- O que é que queres? Com a morte do rei o meu pai está-se a passar com a crise de meia idade.
- É… eu ouvi sobre isso. Mas tu tens mesmo de parar com as fugidas para aqui.
- Tu não vais começar com a conversa de eu ter de me casar, pois não? - digo irritada.
- Não! Eu só acho que devia de haver outra forma de negares os teus pretendentes!
- Eu já tentei de tudo! Mas eles acham sempre que me estou a fazer de difícil! Parece que a linha que separa o sim e o não deles está meia esbatida! - digo sentando-me, derrotada, ao lado dele.
- O que é que esperas? Eles viveram sempre a pensar que as mulheres só querem homens e ficar grávidas, não que isso tenha algum mal mas... quando lhes aparece tu, que diz que não, eles não querem acreditar.
- A educação destes tipos é perto de nenhuma! - levanto-me toda irritada e dou um valente soco na arvora tão forte que oiço algo a cair - Palermas! Idiotas!
- Obrigado pela maçã - diz ele, rindo, limpando-a á camisola azul clara - mas não posso deixar de concordar contigo. Nós, rapazes, parecemos ter nascido sem educação nenhuma sobre com tratar uma senhora devidamente.
- Que é… ?
- Como um ser humano! Uma pessoa! Vocês são raparigas… não são muito diferente de nós. Vocês deviam de ser livres e escolher com quem casar, quando quisessem e sem problemas, tal como nós rapazes.
-… és oficialmente o único rapaz com quem eu consigo ter uma conversa sem querer decapitar.
- F-Fico feliz… eu gosto muito da minha cabeça nos meus ombros. - ele põe a mão dele sobre a minha - mas tu tens de ter um pouco mais de calma. Não porque és uma rapariga, mas porque tu ferves em pouca água.
- Eu sei, eu sei… mas é mais forte que eu… eu só detesto a maneira com toda a gente me diz que eu preciso de um homem para puder dizer que sou uma mulher decente!
-Tens de ter calma. Vai-se tudo resolver.
Ele dá-me metade da maçã que caiu e acaba ali a conversa.
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Uma questão de Confiança
FantasyFoi nos prometido dragões pelos nossos antepassados mas quando eles chegaram, e como a humanidade não tinha como os controlar, só restava uma coisa: mata-los. Como se não basta-se os ataques de panico e a ansiedade de ter de ser o futuro rei, Corian...