- Combina com seus olhos... É um anel de  ouro branco, diamantes e esmeralda. Achei perfeito pra você.

- Quando você o comprou? - Pergunto já que ele não desgrudou de mim desde que chegamos aqui.

Ele fica ainda mais tímido e eu não sei lidar com esse Edward tão doce.

- Um mês depois de nos conhecermos.

Eu deveria ficar com raiva, mas não consigo. Então eu bufo.

- Você e o Nicolas são farinha do mesmo saco.

- Ei! Ele é muito menos educado e cordial que eu! Maldade sua nos comparar.

- Devo concordar com o quão educado e cordial você foi quando me arrastou pra cá?

- Eu nunca te bati... - Ele diz dando de ombro. - Nunca nem te machuquei.

- Só me torturou psicologicamente né? E ainda gosta de me por medo.

Ele fica mudo por alguns segundos.

- Anne... Eu... Você deveria ter medo de mim, sou muito instável. Você sabe... O lance das Personalidades Múltiplas. Eu não sei até que ponto as controlo e até que ponto elas me controlam... Então você deveria sim ter medo de mim. - Ele suspira e acaricia meu rosto. - Mas se você sempre for uma boa garota como agora e nunca me deixar... Eu sempre vou manter o controle.

- Precisamos tratar isso, Edward! Isso tem cura, tem tratamento... Me deixe te ajudar para podermos ser felizes de verdade.

- Se eu me curar, você vai ficar comigo pra sempre? De boa vontade?

- Eu já estou com você porque eu quero. Se você se cuidar, vamos ser ainda mais felizes do que somos agora e eu estarei fora de perigo.

- É uma boa proposta, Anne...

Eu sorrio pra ele e me levanto para me arrumar.

Acabamos de posar em uma propriedade particular que eu não sei dizer se é do meu pai ou do Edward, mas que diferença faz?

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Acabamos de posar em uma propriedade particular que eu não sei dizer se é do meu pai ou do Edward, mas que diferença faz?

Edward está ainda mais lindo hoje, há um sorriso bobo e fácil no seu rosto. Ele tem uma cor rosada dando mais vida e brilho ao seu rosto.

Eu não consigo deixar de me contagiar com sua alegria e também estou bem ansiosa para conhecer meu pai.

Fomos de carro o resto do caminho até chegar no local em si.

É bem diferente do que eu pensava... Parece até de outra época!

Andamos até uma casa no topo do morro com uma vista de tirar o fôlego.

Homens armados por toda a parte me deixam tensa, mas os braços de Edward ao meu redor me deixam mais tranquila.

- Viemos ver o poderoso chefão. - Diz Edward brincalhão para um dos caras armados.

- E quem é você?

Edward sorri antes de responder.

- Edward... Beaumont.

O cara solta um palavrão e avisa os outros que ficam pasmos.

- Ah... Avise também que estou com sua filha.

- Isabel? Impossível, ela está morta!

- Não... Annelise Bellini.

O cara volta a cochicha algo com outro que sai correndo para algum lugar.

O outro nós libera para o interinos da casa e eu fico deslumbrada com tamanha beleza rústica.

Edward me guia até um local com bancos para sentarmos e temos a visão privilegiada do local.

- Muito bonito...

- Você nunca saiu do Brasil, né?

- Não...

- Tem muitos lugares que quero te mostrar...

Eu sorrio com a intensidade dos seus olhos sobre mim.

Até que um grito corta nosso clima e eu e Edward nos viramos em direção ao homem que vem até nós.

- Oh mio! MIO DIO! Annelise? Minha filha é você mesmo?? - Diz e vem quase correndo em minha direção.

O homem era bonito, seus olhos eram verdes como o meu e seu cabelo em um tom de cobre quase ruivo. A semelhança era indiscutível.

Eu me levanto e estendo a mão pra ele meio nervosa e sem saber como me apresentar ou falar com ele mas ele ignora e me toma em um abraço.

- Mia figlia... mia figlia è qui con me! Grazie a Dio! - O homem segura meu rosto e me analisa por alguns segundos. - Parece mais comigo que com a sua mãe. - Ele sorri.

Eu não sei como me sentir... Não sabia que meu pai gostava de mim, não sabia que ele sentia minha falta... Eu estou... Tão... Emocionada?

O que eu deveria dizer?

- Já pode soltar minha mulher. - Edward me arranca dos braços do meu pai com um rápido puxão possessivo.

Sério? Ele está com ciúmes do meu pai?

- Sua mulher? - Então seus olhos reparam no anel em minha mão com horror.

Eu não sei o que dizer... Estou perdidas em emoções.

Eu conheci meu pai!

- Vejo que temos muito o que conversar... - Diz inseguro e com a voz trêmula.

- Muito mesmo, Sr. Bellini. - Diz Edward ameaçador.

Eu o cutuco para que pegue leve.

- Per favore, me acompanhem. Vamos para um local mais reservado para termos essa conversa.

Começamos a segui-lo até o que apareceu ser seu escritório.

- Melhor nos sentarmos... Será um longo assunto. - Diz Edward e todos nós nos sentamos.

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