Tyler entrou na biblioteca momentos mais tarde segurando duas xícaras de chocolate, mas não foi até mim, andou em direção a uma grande janela que se assomava as paredes brancas da biblioteca, chutou um grande pufe que se encontrava perto da janela como me convidando a me sentar lá. Levantei e fui me sentar lá. O pufe era bastante confortável e grande, era quase do tamanho de uma cama, Tyler se sentou ao meu lado e me entregou uma das xícaras.

_Já conseguiu imaginar como as coisas serão daqui para frente? _ passou a mão pelos espessos cabelos negros os jogando para trás.

_mais ou menos. _Tomei um gole do chocolate, e nossa, ele estava realmente bom!

_Tomara que a população de lá não seja composta de um monte de velhos com aparência de novos como a Magda. _levantou as sobrancelhas de uma forma petulante. _E se metade delas ter o humor radiante da minha mãe eu zarpo com o meu navio de lá!

_Quando isso acontecer olhe nos porões do seu navio, haverá uma clandestina lá. _falei sem pensar, depois das palavras ditas me achei um pouco ingrata, estava na casa da mulher, com o filho dela, e falava mal dela!

_Desculpe.

_Por? _perguntou tomando um gole da sua xícara.

_Ter falado mal da sua mãe. _estava meio envergonhada.

_ Eu que sou filho não acho saldável passar mais de uma hora por dia com ela, quem dirá você que não tem a mínima obrigação de gostar dela! _disse sorrindo.

_não gosta dela?

_Não gosto da minha mãe, a amo. _me olhou como se tivesse o acusado de conspirar contra o rei. _É isso que os filhos fazem, certo?

_Desculpe novamente. _fiquei rubra de vergonha.

_Não precisa pirar também por ter me perguntado isso Crys.

Ficamos lá sentados por um tempo, depois deitamos, Tyler as vezes dizia alguma gracinha que me fazia rir outras vezes me fazia corar. Depois de um tempo nós dois apagamos estirados no Puff. Afinal acho que estávamos com sono.

***

_ Menino, menino, acorda.

Uma voz se agigantava me tirando de um profundo sono sem sonhos, abri os olhos e vi uma mulher baixinha, sacudindo o Tyler. Era tinha olhos castanhos amendoados, cabelos castanhos salpicados aqui e ali por fios brancos, eles estavam presos em um coque bem feito. Ela usava um vestido rosa pétala simples e sapatos confortáveis.

_Menino...

Tyler abriu os olhos de forma assustada, ele de repente em um gesto rápido agarrou o braço da mulher de forma rude, ela arfou assustada.

Tyler? _me sentei sobressaltada.

Ele piscou duas vezes e soltou o braço da mulher envergonhado _desculpe Babá! _ele parecia preocupado _eu te machuquei? _se levantou e pegou o braço da mulher como que para ter certeza que não havia a ferido.

A mulher deveria ser a Rose, que ele havia mencionado antes... que tinha meio que me dado um banho enquanto eu estava inconsciente. Ela sorriu para Tyler.

_Eu estou bem menino _sua voz era calma e doce _na verdade eu não deveria ter te acordado assim de forma brusca depois de tudo que você passou nos últimos dias!

Tyler fez uma careta _Como assim, você sabia de tudo? _Rose pareceu envergonhada _Você também é uma guardiã? _Tyler parecia magoado.

_Não! _Rose parecia triste em ver as emoções no rosto do meu amigo _não sou uma guardiã meu menino _ela esticou a mão e tocou o rosto do Tyler _eu sou apenas uma humana de uma das aldeias mortais, mas vim trabalhar para sua mãe assim que você nasceu, para mim sempre foi uma honra trabalhar para uma guardiã, ajudar a criar você! _ela disse de forma envergonhada _me perdoe, eu sempre quis contar para você a verdade, mas eu não podia, esse não era o meu papel.

Tyler amoleceu suas feições, ele tirou a mão da mulher do seu rosto e a apertou de forma tranquilizadora _eu sei Babá, sei que você não fez nada por mal. _Isso pareceu tranquilizar Rose _e o que são essas aldeias mortais? _ele perguntou confuso.

Rose estremeceu _me perdoe Tyler, mas eu não posso falar sobre esses assuntos, não tenho autorização de falar sobre a ordem. Tyler balançou a cabeça de forma compreensiva, ele parecia gostar muito daquela mulher, não queria a pressionar. Nesse instante Rose me olhou atentamente _Se sente melhor menina? _sua voz também foi doce ao se dirigir a mim.

_Oh, sim _me levantei desajeitada e estiquei a mão em sua direção.

_Essa é a Rose Crystal _Tyler falou _ela foi minha babá, é como uma segunda mãe para mim!

Os olhos de Rose brilharam ao ouvir essas palavras, parecia emocionada ao ponto de querer irromper em lágrimas _É um prazer, Crystal, certo? _sua voz também estava denunciando emoção.

_Sim _o aperto de mão dela era gentil _ah, bem, obrigada por mim _não sabia como dizer _o banho sabe? _estremeci envergonhada.

Ela pareceu compreender meu embaraço, ela sorriu _Eu não te dei banho exatamente querida, você estava consciente, só estava atordoada pelo portal, eu mais te conduzi ao banheiro e providenciei tudo, não te dei banho exatamente, não fique envergonhada.

Isso me acalmou _Bem, mesmo assim obrigada!

_não foi nada _ela sorriu. Nesse instante pareceu lembrar do motivo que a levou ali _A senhora Pontes, está esperando você na sala _olhou o Tyler de forma séria _ algo a ver com um acampamento da ordem, quer ver você também querida. _me olhou carinhosamente.

Tyler bocejou _Vou lavar o rosto, e a propósito? Que horas são? _fez a pergunta pra ninguém em especial, pois levou a mão ao bolso e olhou para a tela do moderno celular exasperado. _Duas da tarde, dormimos demais. _me olhou de forma preguiçosa. _A Babá pode te levar até um banheiro para que possa lavar o rosto ou se banhar se quiser.

Eu concordei com a cabeça. Com isso Tyler se virou e saiu me deixando sozinha com Rose. Ela pediu para que eu a seguisse, e foi o que eu fiz.

Saímos da biblioteca e seguimos pelo corredor do qual havia andado com o Tyler, logo passamos pela porta do quarto dele, seguimos andando e mais adiante Rose me indicou a porta de um quarto.

_As suas coisas estão aí dentro _ela sorriu amavelmente _suas roupas foram lavadas e passadas, sua mochila também foi higienizada e há uma nova escova de dentes para você.

Nossa, digamos que Rose era no mínimo eficiente _Obrigada _agradeci. Eu girei a maçaneta da porta e entrei no quarto. Ele tinha paredes escuras e móveis com uma madeira escura, era um quarto simples porém de bom gosto. Havia televisão, cama, uma cômoda grande, criado mudo e uma mesa de estudos em um canto, uma porta indicava que lá havia um banheiro privativo, era um quarto de hóspedes bem confortável. A casa do Tyler pelo pouco que eu havia visto demonstrava que ele tinha uma vida confortável, era muito bem arrumada com mobílias caras, e a casa me parecia tão grande quanto a que eu cresci.

Para minha surpresa Rose entrou atrás de mim _suas coisas estão arrumadas na cômoda _ela sorriu.

Eu a agradeci novamente, mas ela não saiu do quarto, apenas ficou me olhando, como se quisesse me falar alguma coisa _Algum problema Rose? _perguntei sem graça.

Ela continuou a me olhar por um tempo, mas por fim sorriu e disse de forma amável _O Tyler parece ter se aproximado bastante de você! _eu fiquei calada, não sabia o que ela queria dizer na verdade _Bem, isso é bom _ela continuou _ele antes só tinha um contato mais próximo com um amigo, o Justin, fico feliz que ele tenha feito mais amizades.

Eu não sabia aonde exatamente ela queria chegar, mas respondi sem graça _Bem, amigos são uma boa coisa né?

_Sim _ela respondeu sorrindo, deu alguns passos como se fosse sair do quarto, mas depois se virou para mim e completou _Tenha paciência com ele Crystal, ele tem um gênio meio difícil as vezes, mas é um bom menino.

Eu fiquei meio sem jeito _Eu sei que ele é uma boa pessoa Rose, ele me ajudou muito nos últimos dias.

Ela sorriu em resposta, parecia satisfeita, com isso me deixou sozinha no quarto.

A Ordem Da LuaWhere stories live. Discover now