Amor Doentio

Capítulo 21 - Declaração

O que é isso? Um Surto? Uma transe?

Eu tento revirar minha mente e lembrar de algo que aprendi na faculdade sobre isso. Tento lembrar de algo que possa me ajudar, mas estou tão assustada que minha mente está em branco.

- ANNE!

Ele grita e eu fecho os olhos com o susto.

- Por favor, Anne... Diz que não me odeia, diz que não se arrepende de ter me conhecido, por favor... - Ele soluça e eu sinto suas lágrimas pingarem em meu rosto. Seu choro está como o de uma criança que acabou de perder os pais: descontrolado e alto. Edward está chorando copiosamente. - Você é tudo o que eu tenho...

Tudo o que ele tem? Como ele pode dizer isso!? Ele tem uma família!

Uma família fodida... Mas é uma família!

Ele tem mais dinheiro do que pode gastar, tem a França em sua mão... Como pode dizer que sou tudo o que ele tem? Que porra está acontecendo aqui?

Eu não consigo falar nada, não consigo dizer nada...

Estou confusa, assustada, tensa...

Meu coração está partido em mil pedaços e eu só queria abraçá-lo.

Então eu decidi fazer isso...

Com as mãos tremulas eu acaricio seu rosto e limpo suas lágrimas. Minhas mãos ficam encharcadas.

Edward arregala os olhos, mas depois os fecha aproveitando ao máximo a sensação.

Sua cabeça se inclina desesperadamente para o meu carinho, demonstrando toda a sua carência.

Eu faço menção de trazer sua cabeça até meu peito para abraçá-lo e ele me agarra com toda a força recostado sua cabeça sobre meu peito.

Eu acaricio seu cabelo dourado e macio enquanto ele geme de satisfação. Começo a cantarolar com a minha voz suave de soprano.

Edward me abraça com tanta força que é difícil eu respirar, ele parece ter medo de que eu vá embora, de eu desaparecer.

- Minha Anne... Minha... Só minha. - Ele diz com uma voz tão angelical que parece ser um menino de 5 anos no meu colo e não um adulto, mafioso, assassino com vários problemas mentais.

Porra... Porque eu me enfio nessas roubadas, cara? Minha vida já não é difícil o suficiente? Meus problemas já não são demais pra mim?

Eu suspiro e sinto uma enorme vontade de chorar novamente. Mas como um costume, eu reprimi minha vontade com todas as minhas forças.

Alguns minutos ou horas depois... Não sei ao certo quanto tempo ficamos assim, eu tento sair de baixo do Edward achando que ele pegou no sono, mas ele me agarra com todas as forças.

- Não, não! Não vai... Por favor, não vai!

Eu não me movo, penso em uma desculpa para sairmos do chão e irmos para a cama pelo menos.

- Edward... - O chamo e ele levanta sua cabeça para me encarar.

Eu o encaro de volta sem ter o que falar ao certo, quando encaro seus olhos azuis, toda e qualquer tentativa de formação de palavras some.

- Anne... - Ele começa a dizer e solta minha cintura para pegar meu rosto entre as suas mãos.

Nenhum de nós dois diz mais nada, apenas nos encaramos enquanto eu sinto algo estranho dentro de mim, mas é familiar, pois já senti isso antes com Edward...

É quase um sentimento de que ele faz parte de mim, de que eu sentiria sua falta se o deixasse... Ou até mesmo de que eu jamais conseguiria deixá-lo.

Balanço a cabeça afastando esses pensamentos e sentimentos confusos e depois decido falar.

- Podemos ir... Pra cama pelo menos?

Ele pisca algumas vezes como se voltasse ao normal.

- Huh... Claro. - Ele diz meio confuso.

Impressionante... Certamente ele estava tendo um surto psicótico que se eu não o tivesse acalmado, sabe-se lá Deus o que ele poderia fazer...

Ele sai de cima de mim, ficando de pé e me ajudando a me levantar.

Ele segura minhas duas mãos e me puxa do chão. Depois uma das suas mãos vão para a minha cintura e a outra para minha nuca. Ele encosta sua testa na minha e suspira.

- Anne... Eu amo você. - Ele diz olhando profundamente em meus olhos e emanando sentimentos tão intensos que me deixam atordoada.

Eu engasgo na hora enquanto sinto meu coração parar pela... - nem lembro a quantidade de vezes que ele já parou hoje - milésima vez.

Puta que pariu....