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Daniel se sentou na frente do pai, fazia tempo que não o via, tia Sabrina apareceu logo depois se sentando ao lado do irmão, os dois encararam Daniel como se ele fosse uma criancinha e ninguém tinha coragem de perguntar nada uns aos outros.

— Por que não voltar? — O pai finalmente perguntou

— Para casa? Para a mamãe me encarando todo dia e me dando alguma piada? Além do mais, minhas aulas ainda não acabaram, tem muita coisa para fazer…

— Você sabe que não é disso que estamos falando, sua tia me contou que você voltou a caçar o Unicórnio.

— O contrário seria mais justo. Sim, o Unicórnio está atrás de todos nós de novo, a polícia, é como da outra vez, apenas nada, lá também não é a cidade mais segura do mundo.

— Mas meu filho, pense comigo, sua segurança é a única coisa que importa.

— Estou pensando. — Daniel colocou as mais na cabeça — Não posso sumir agora, abandonar todo mundo e não garante nada.

— Vou ter que conversar com a sua mãe? Trazê-la aqui para que ela fale com você?

— Chantagem, sério? — riu, suspirando enquanto se levantava — Eu já disse, não dá pra simplesmente ir embora!

— Daniel, não pense em sair daqui! DANIEL! — O pai também ficou de pé — Vamos entrar em acordo, uma semana, quando essa semana acabar, conversamos de novo.

— Ok. — E então saiu andando, batendo a porta do quarto

Daniel deslizou pela porta se controlando para não chorar, depois riu de sua própria encenação dramática, puxando o telefone para falar com Índia e Luan, os dois estavam em uma coisa, um quase relacionamento que não assumiam. As mensagens para Luan não foram visualizadas, e Daniel desistiu por um segundo, mas o rapaz logo respondeu, perguntando o que deveria fazer para tirar Índia da obsessão pelo post no blog.

“De uma nova obsessão.”

“O que?”

"Tracem um plano, liguem os pontos, a Índia não vai mudar a atenção dela por enquanto.”

“Eu queria algo leve, pacifico, até mesmo um filme de comédia…”

“Não vai rolar não, boa sorte.”

Luan mandou uma figurinha o zoando, Daniel se sentiu inseguro, ele queria se envolver novamente com alguém, mas sempre que lembrava de Wagner, do conforto de um abraço ter se tornado o disfarce de um assassino, ainda tinha medo, suas mãos suaram, não era hora para pensar em amor e tragédia, talvez somente em tragédia.

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Índia olhou para Luan, ele estava sentado no chão ao lado dela, com a cabeça recostada em seu ombro, enquanto ele mexia nas próprias mãos sem dizer nada. O que ela estava fazendo afinal? Qual era a sua perspectiva arrastando novas pessoas para a morte? Mas não podia simplesmente o mandar embora, agora a foto dele estava no quadro, ele era uma das vítimas. Ela deslizou a mão até a dele e a apertou, Luan sorriu levemente, com a outra mão Índia continuou a mexer no celular, Mikaela estava passando por algumas burocracias sobre o ataque, Sávio também não dava notícia e Giovana começava a enchê-la de mensagens.

— Giovana não se toca. — Índia comentou

— Achei que tinha sido rude demais com ela... Mas pelo visto ela continua te enchendo. — Luan se virou, ficando frente a frente com Índia — Você acha que pode ser ela? Ela tá atrás de você, antes mesmo de qualquer coisa começar a acontecer, as matérias, o David ser o primeiro...

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⏰ Última atualização: Mar 23, 2021 ⏰

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