aconteceu

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Charllote acorda atordoada, ela levanta e vai até o banheiro, mas não consegue ver seu reflexo no espelho, ela começa a achar estranho, então ela vai até seu celular e tenta pegar o mesmo, mas não consegue

Char: o que está acontecendo? só pode ser um sonho, anda Charllote acorda!- ela começa a bater em sua cabeça

"não é um sonho"- uma voz ecoa atrás dela, quando ela olha tem um homem, alto e de pele reluzente-" venha aqui"

ela vai até a janela, que era para onde ele estava olhando, sua mãe estava acompanhando um caixão, junto a Henry, Jasper, Piper, Ray e algumas pessoas de sua família

Char: O quê? não, não é possível, !- ela se desespera

"Charllote, entenda, chegou sua hora, nós temos que ir"

Char: mas e minha mãe, e meus amigos, eu não posso deixar eles assim, eu- ela é interrompida

"já é tarde demais, eles não podem te ver, muito menos te ouvir, Char, acabou, você poderá voltar para visitá-los depois, mas entenda, sua hora chegou, a deles não, venha, tem uma pessoa que adoraria te ver"- ele da sua mão para Charllote, que segura, e logo eles somem, indo para uma simples vila, os raios amarelados do sol iluminavam toda a extensão do lugar, era ventilado e tranquilo, os passarinhos cantavam, ela nunca havia estado lá, mas sentia que era a lá que ela pertencia, lá era seu lar

Charllote: onde...-o homem havia sumido, ela estava só

"Filha"- uma voz masculina e familiar atrás dela, logo seus olhos encheram-se de lágrimas, e então ela se vira, e tem a certeza, era ele, ele estava alí

Char: Pai!- ela corre até ele e o abraça, faziam 8 anos que ela não o via, eles tinha ido quando ela havia 10 anos, mas diferente dela, ele havia visto ela durante cada dia desses 8 anos, ele sempre visitava ela, ele a viu crescer

Carl- Filha, você não sabe como é bom conversar com você de novo- ele a solta e passa a mão pelo seu rosto, ela se sentiu segura com o ato, mas a ficha caiu

Char: então é verdade- ela olha no fundo dos olhos dele, seu olhar continha desespero, e o olhar de seu pai continha calma, mas logo sua face se entristeceu, fazendo Charllote se derramar em lágrimas novamente, abraçando o pai

Carl: Sinto muito, mas a sua hora chegou, você terá que aceitar isso, mas nós podemos vê-los todos os dias, tem um prazo de tempo, mas é o suficiente para sabermos se eles estão bem!- ele apertava forte sua filha que ainda chorava

Char: Você foi me ver?- sua voz era fraca e baixa- foi me ver depois que você veio para cá?

Carl: Durante cada dia desses longos 8 anos, eu te vi crescer, apesar de você não estar me vendo, eu estava com você, eu sempre estive, assim como eu te prometi

Carl apresentou tudo e todos a Charllote, eram pessoas de diferentes lugares do mundo e as pessoas importantes para elas, o pai de Char foi o primeiro de sua família a ir para lá, a mesma foi a segunda, só ficam no mesmo lugar pessoas que tem um laço forte, eles tinham um laço forte, um laço inquebrável, assim como Char tinha com sua mãe, assim como Char tinha com Piper, assim como Char tinha com  Jasper, assim como Char tinha com Ray, assim como ela tinha com Henry, principalmente com Henry, eram sentimentos recíprocos, ligações recíprocas, e como ela sabia? simples, ela não sabia, ela não tinha certeza, ela apenas sentia que era assim, e ela estava certa, ela sempre estava

Char: eu posso, acompanhá-los?- ela estava sentada em um banco junto a seu pai, eles estavam olhando o céu, e sentindo a brisa do ar e os raios alaranjados que iluminavam os rostos de ambos

Carl: Vamos!- ele dá a sua mão para Charllote e logo eles aparecem em seu funeral, ela se aproxima do caixão, havia um padre falando algumas palavras enquanto todos de preto encaravam seus pés, era tão estranho, ela estava ali, porém estava morta, ela podia se ver e se sentir

Foi até Henry, que estava encarando seus pés, ele não acreditava, ele estava frustrado e triste, ele se culpava por cada segundo que ele perdeu, Charllote havia falecido, durante a noite ela teve um ataque cardíaco inesperado, fazendo assim, ela perder a vida antes mesmo de chegar no hospital, sua mãe estava abalada, ela não imaginava perder a filha, seus amigos, eles não tinham o que pensar, estavam destruídos, em pensar que Henry havia a beijado naquela noite, havia a abraçado aquela noite, havia comemorado e até discutido aquela noite, com ela, mas então a manhã chegou, e ele recebeu a notícia, a trágica notícia que acabou com sua vida

-"Chegou a sua vez Henry!"- uma voz feminina ganhou a atenção de Henry e Charllote, era Piper, ela não tinha brilho em seu olhar, Henry então foi para a frente de todos, e pegou um papel, logo o abrindo, analisou o papel por alguns segundos e deixou escorrer uma lágrima, logo rasgando, amassando e jogando o papel longe

Henry: Em duas horas eu fiz um discurso, mas eu não vou usar ele, duas horas não foram o suficiente para pensar nas palavras certas, porque não existem- ele faz uma pausa- aos meus 5 anos eu a conheci, aos meus 12 anos eu comecei a gostar dela, aos 15 eu percebi que estava perdidamente apaixonado, aos 17 eu senti que a amava de verdade mas não tinha coragem de assumir, há alguns dias atrás eu assumi, não somente para mim, mas para ela, eu me senti livre, mas sufocado, ela dizia não sentir o mesmo e isso doeu, isso me machucou muito, ontem, eu estava no trabalho com ela, e nós cantamos uma música juntos, era a "nossa música"- ele faz aspas com os dedos- hoje eu recebi a notícia, e mais uma vez meu mundo desabou, pra várias, é só o que tem acontecido ultimamente, e, tá tudo bem- uma lágrima escorre em seu rosto- na verdade não, não tá tudo bem, não tá nada bem, eu a perdi, eu perdi tudo- ele coloca suas mãos no rosto- eu lembro que, quando éramos menores, ela sempre me dizia que queria viajar o mundo, conhecer novos lugares e explorar, conhecer pessoas, fazer amizades- ele olha pra Ray, que acena positivamente- eu vou fazer isso, por ela! ela dizia "você tem que viver mais, aproveitar mais, vamos viajar", e nós vamos, ela pediu para que eu a levasse junto, e eu vou, eu nunca, nunca amei alguém como eu amo essa garota, e eu sei que minhas palavras são ridículas e que eu não estou falando coisa com coisa, eu sei que um dia o mundo vai explodir e todos seremos pó, mas eu amo ela, e não importa o que me digam, não importa quantas vezes me digam, não importa quem me diga, eu vou ser alguém, que ela quer que eu seja- ele olha para o caixão de Charllote, o qual já iam cremar- nós teremos o nosso para sempre, pois eu te amarei eternamente, até que o meu pulmão já não aguente mais, e meu coração já não pulse mais sangue, não porque eu lhe prometi isso, mas porque eu não tenho escolha, esse é meu destino e eu estou condenado a isso, não posso fazer nada, mas posso ser feliz, ou tentar, por você

amor quase não correspondido (FINALIZADA)Where stories live. Discover now