VIBES | Lance Stroll

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— Lance.

— Hannah. — A figura de cabelos castanhos claros e levemente ondulados se postou à minha frente assim que atendi a porta após o tilintar da campainha.

Nossos olhares se encararam por alguns extensos segundos até a voz de Chloe surgir por cima dos meus ombros.

— Amiga! Que bom que você chegou. Da licença, Lance. Você está atrapalhando. — Minha delicada irmã esbravejou enquanto puxava a figura esguia da amiga pelo pulso esquerdo.

O perfume adocicado da morena me invadiu rapidamente enquanto ela adentrava, na mesma velocidade, à sala de estar.

— O que vocês vão fazer? — Questionei à medida em que fechava a porta atrás de mim e retornava ao sofá.

Na TV, um jogo de hóquei local preenchia a imagem e dava som ao ambiente.

Montreal está ganhando dos Senatorns de novo? — Lagacé perguntou parando ao lado do braço do móvel e ignorando o que eu havia falado.

— Nada de novo, até então.

— Se continuar assim, serão mais dez anos na fila para chegar aos playoffs. Não que eu ache ruim. — A garota completou dando um sorriso levemente malicioso.

Hannah era torcedora do Toronto Maple Leafs o maior rival do Ottawa Senatorns.

Eu sei disso. Eu sei bem. — Comentei dando uma gargalhada que logo foi acompanhada pela risada leve da canadense.

— Ou, ou, ou. Você veio aqui para matar saudade de mim, não do Lancelote. — Chlo falou colocando as duas mãos na cintura observando a cena diante de si.

A fala despretensiosa de Chloe acendeu o sentimento abrasador que me rondava com frequência. Hannah estava ali para passar um tempo com a melhor amiga. Havíamos retornado de viagem a menos de uma semana e, durante o período em que estivemos fora, elas não se falaram com regularidade.

No entanto, o que ela não tinha conhecimento era que a presença de Lagacé também era do meu interesse.

Ao ouvir a reclamação feita pela amiga, a morena coçou o pescoço como se entregasse que estava escondendo algo. O movimento sutil não foi percebido pela figura entre nós, mas meu olhar havia captado aquele leve sinal.

— Não é para tanto, C. Só estava jogando conversa fora com Lancey enquanto você estava na cozinha.

— Agora vocês podem me responder o que eu havia perguntado?

— Não. — Minha irmã explanou contundente.

— Sim. — Na contra mão, Hannah saiu em minha defesa.

— Por que você fica tanto do lado dele?

— E desde quando você é tão ciumenta? — Lagacé rebateu sorrindo e logo em seguida abraçou a amiga passando o braço pelo seu ombro. — Nós vamos assistir filme romântico e falar mal de garotos. Quer vir junto?

— Ele não quer, não! — E com uma urgência em deixar o ambiente, a loira arrastou a canadense até as escadas que dava para o segundo andar da casa.

Balancei a cabeça negativamente reagindo à ação de minha irmã, desesperada para frear o contato entre nós.

A televisão falava sozinha, até que minha atenção se voltou novamente a ela. Apoiei a cabeça nas almofadas e segui com minha rotina despretensiosa de passar a tarde inteira assistindo a NHL.

Os raios de sol invadiam a janela e preenchiam o ambiente naquela altura da tarde. A sensação prazerosa de calor emanada pelo astro solar induzia minhas pálpebras a se fecharem, ao ponto de não ser mais possível lutar contra o sono que começava a se fazer presente.

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