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Eram apenas seis horas da manhã, mas a luz matinal já podia ser capaz de invadir o quarto através das janelas abertas. Iluminava o cômodo inteiro e dava ao local uma aura saudável por conta das luzes naturais. O silêncio em Yokohama também ajudava, pois apesar de ser possível ouvir alguns sons de carro andando pelas estradas, não era algo extremamente irritante. Podiam ser barulhos considerados normais para a hora. Na cidade, o dia começava mais cedo que o costume.

Com uma luz fraca batendo nos olhos, [Nome] teve certa dificuldade em abri-los. Ainda assim, era gostosa a sensação. Acordar cedinho com uma brisa fria arrepiando os pelinhos do corpo sempre foi delicioso. Quando conseguiu abrir seus olhos [cor], enxergou o céu ainda não tão azul, mas estava bonito e com uma tonalidade interessante. Raramente acordava àquela hora, e em todas as vezes que o fazia, ficava bons minutos admirando a beleza da matina. Se pudesse, acordaria em uma hora marcada da qual pudesse ter o privilégio de ver o dia amanhecendo. Porém, a preguiça é o obstáculo de quem deseja fazer isso.

Esticou os braços e pernas, sentindo que seus músculos precisavam daquilo. Teve uma noite de sono incrível, embora tenha dormido um pouquinho tarde. Não foi por afazeres pendentes, ou simplesmente por ter maratonado seus filmes prediletos. Só teve Samatoki como seu principal impedimento. O homem albino não aguardou pelo final de semana, portanto decidiu visitar [Nome] em plena quarta-feira. Foi uma surpresa súbita, mas nada incômoda. Aliás, ela acabou rendendo a [Nome] uma noite diferenciada. Classificaria como quente. Mas embora já tenham tido vários outros momentos íntimos, era bem complicado dizer que tipo de relacionamento os dois mantinham. Samatoki sempre mostrou a [Nome] sinais de ser um rapaz problemático em questão de compromissos. Ele era do tipo que dormia com [Nome], ia embora no dia seguinte e depois retornava, repetindo outro dia. Isso nunca foi algo grave, porém era muito difícil responder quando lhe perguntavam se Samatoki era seu namorado. Consideraria-o seu ficante, mas acha essa palavra tão brega que não a usa para definir o relacionamento. Também poderia dizer que Aohitsugi era seu amigo, mas não é nada comum amigos se pegarem. De fato, não sabia achar as palavras certas. Todas as vezes se atrapalhava ao explicar. Por isso optou por não falar sobre essa confusa relação aos demais.

Falando no rapaz, pôde sentir uma mão agarrando sua cintura. Olhou pelo ombro, tendo a visão de Samatoki com as cobertas escondendo suas partes baixas, mas apresentando o peitoral e braços nus. Seus músculos pareciam mais definidos, apesar deles não serem tão exagerados. Ver aquele homem despido ao seu lado permitiu que [Nome] pensasse coisas indecorosas ao seu respeito, mas se conteve. Samatoki acharia bem esquisito mal acordar e receber elogios lascivos de uma pessoa que não faz isso com frequência. Tudo o que fez foi encará-lo com um sorriso ousado. Era inegável que desejava imediatamente sentir o corpo do mais velho contra o seu. Mas ele ainda parecia um tanto desacordado para isso.

— Bom dia — cumprimentou. Ele não saiu do lugar, só devolveu o sorriso.

— Dia — foi tudo que falou.

[Nome] se deitou de volta na cama. Quando esperava ver o albino vestindo suas roupas e se despedindo, se surpreendeu completamente. Pelo contrário, Samatoki puxou o corpo para perto de si e lhe deu um beijo na testa. Estava muito fofo para ser ele. Nesses dois anos de amizade colorida, aquilo nunca tinha acontecido. Vez por outra recebia abraços carinhosos, mas nada mais que isso. De toda forma, mesmo estranhando aquele comportamento diferenciado, abraçou a cintura calorosa de Samatoki. Podia ouvir os batimentos cardíacos do mais alto. Lógico que não estava acelerado, visto que não é nada tímido; tampouco se envergonha com a sua presença. Inclusive, ver [Nome] só em suas roupas íntimas fez uma ligeira excitação crescer dentro do seu corpo. No entanto, nunca foi de forçar próximas rodadas de sexo e afins, especialmente durante a manhã. Acha melhor tudo acontecer naturalmente.

𝐌𝐎𝐑𝐍𝐈𝐍𝐆𝐒, samatoki aohitsugi.Where stories live. Discover now