O Beco

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A chuva torrencial deixava o cenário no beco ainda mais macabro, ninguém conseguiria ver nada graças a água que caia dos céus.

Ninguém, exceto ela.

Escondida nas sombras de forma que ficasse invisível aos olhos humanos, Yerin aguardava sua presa passar ali distraidamente. Ninguém em sã consciência passaria em um beco escuro tarde da noite, ainda mais chovendo daquela maneira.

Mas humanos gostavam de brincar de serem divindades, imortais que nada nem ninguém poderia matá-los. E ela estava ali, para provar que estavam errados.

Um homem com um odor semelhante a maconha e whisky passava cambaleando, chegava até a cantar alguma música da banda Queen que a garota não se deu o trabalho de ouvir porque se preparava para dar o bote com somente um pouco da sua força.

Chutando uma latinha forte o suficiente para fazer barulho e causar pânico no homem, Yerin se aproximou por trás silenciosamente dando tempo somente para ele ver o rosto dela.

O último que veria antes de morrer.

— Oi gracinha.

Yerin não respondeu, apenas o ergueu pelo pescoço e jogou no chão como se não pesasse absolutamente nada. O homem gritou pelo susto, e ela tampou logo sua boca montando em cima dele, de forma que não pudesse se mover.

— Cala a boca, que a gracinha aqui está com fome.

As presas de Yerin se cravaram na jugular do homem, sugando todo o sangue que estava misturado com drogas e álcool até sobrar um corpo oco e sem vida no chão. Após um rápido corte na garganta para não levantar suspeitas e recolher todos os objetos de valor simulando que o homem havia sofrido um assalto seguido de morte.

Yerin saiu do beco em passos firmes com o monstro interno alimentado, sentindo ainda a chuva bater com força em seu corpo.

Era o suficiente para aquela noite, era o suficiente por hora.

Walpurgis Night - GFriendWhere stories live. Discover now