primeira parte

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Maya entra no caminhão com um sorriso. A adrenalina corria em suas veias, bem característico de quando iam para as grandes chamadas. Ao volante, Andy sorri para ela, também animada para o grande incêndio que as esperava.
Quando chegam ao local, um abrigo para sem-tetos, o fogo já havia sido levemente controlado pela 51, mas ainda estava massivo e muito alto.

- Capitã Maya Bishop, estação 19. – Maya diz para o outro capitão, parado em frente ao caminhão de sua equipe.

- Capitão Severide, estação 51, muito prazer.- O homem estende a mão para a loira e dá um sorriso, mostrando seus dentes levemente separados.

- Como está a situação, capitão? – Maya questiona.

- Conseguimos controlar boa parte do fogo na ala leste, mas como o abrigo é enorme ainda precisamos de suporte na ala oeste.

- Tudo bem. Warren, você e o novato ficam na ambulância. Montgomery, Hudges e Gibson, vocês entram pela esquerda e eu, a Andy e o Miller vamos pelos fundos.

- Você vai entrar? - Gibson pergunta, semicerrando os olhos.

- Claro! Um fogo desse porte! Não que eu ache que vocês não dão conta, mas eu posso ser útil em algo lá dentro... - Maya responde com um ar superior.

- Você é quem manda. - Rebate Vic, ansiosa para terminar aquela conversa.

- Então vamos. - Andy finaliza e começa ir em direção ao prédio, com Maya e Miller em seus calcanhares.

Eles passam um bom tempo revistando a área e apagando pequenos focos de incêndio dentro do local. O foco maior do fogo era na parte frontal, mas os membros que Maya designou para extinguir o fogo estavam realizando o trabalho com maestria.
Estavam terminado de revistar os últimos cômodos quando Maya escuta um chorinho. Um choro baixo e muito agudo, e a loira se apressa para ir em direção a ele.
Quando entra no cômodo, Maya visualiza uma menininha muito pequena e magrinha, que aparentava ter pouco menos de 5 anos, encolhida no canto.

- Ei... - Maya chama em um tom manso. A menina vai aos poucos acalmando o choro, mas mantém a cabeça entre as pernas.

- Você viu a Becca? - a menina pergunta num tom infantil, tropeçando nas palavras por conta do choro.

- Quem é essa? A sua irmã? - Maya diz se aproximando da garotinha, que balança a cabeça negativamente.

- Ela é a tia que cuida da gente...

A pequena era loira, e seu cabelo era um pouco mais claro que o de Maya. A bombeira se agacha em frente a menina.

- Vamos encontrá-la. Qual o seu nome, pequena? - ela pergunta gentilmente.

- Melinda. - Ela responde, levantando a cabeça e arregalando seus pequenos olhos azuis, vermelhos de tanto chorar. - Você se parece comigo...

Maya solta uma risada. Realmente, aquela garotinha se parecia com ela. Melinda pula em seu colo e a bombeira a ampara com os braços.

- Sabe, a tia Becca sempre dizia que um dia minha mamãe viria me buscar. É você? - Melinda diz em um fôlego só, e sua pouca idade a faz errar algumas palavras, o que deixa Maya encantada.

- MAYA! - Andy grita do batente da porta, antes que a bombeira loira possa responder Melinda, e logo corre em direção a amiga. - Estava te procuran... ei, quem é essa gatinha?

- Essa é a Melinda. - Maya diz, e a garota se esconde na curva de seu pescoço. - Tá tudo bem, não precisa ter medo, ela é minha amiga.

E Melina a agarra mais forte, sem olhar para Andy.

- Ela se perdeu da cuidadora...

- Vamos ver se a encontramos lá fora, porque aqui só sobramos nós. O Miller saiu com as duas últimas vítimas que encontramos.

- Tudo bem, vamos. Ei - Maya diz afagando o cabelo da menina - eu estou com você, vamos sair daqui e achar Becca está bem?

Melinda balança a cabeça, ainda apoiada no ombro da bombeira. Maya e Andy caminham para fora do edifício, mas sempre verificando todos os cômodos antes de saírem.
Caminham para fora onde os membros da 19 esperam ansiosos pelas parceiras.

- Pelo que posso ver o fogo foi domado com maestria, parabéns equipe. - Maya parabeniza os demais, indo em direção a ambulância. Warren estava de pé ao lado de fora.

- O que temos aqui?

- Ben, essa é a Melinda, estava lá dentro sozinha, olha que coragem! - e assim que Maya diz isso a menina levanta a cabeça sorrindo para ela.

- Nossa, quanta coragem! - Ben replica em um falso espanto. - Vamos chegar essa meninona pra ver se está tudo bem?

- Só se ela ficar comigo. - Melinda agarra o casaco de Maya com seus finos dedinhos.

- Tudo bem, tudo bem, eu estou aqui com você. - e a bombeira se senta com a garotinha em seu colo, virando-a de frente para que Ben possa examina-lá.

- Eu vou tocar na sua barriguinha e colocar uma coisa geladinha pra ouvir seu coração, está bem? - Warren espera o aval da garota para toca-la, e a cena deixa Maya de coração aquecido.

Ela tinha muito orgulho de sua equipe, e ver o cuidado com que Ben tratava a menina (e seus pacientes no geral) a deixava como uma mãe orgulhosa.

- Aparentemente está tudo certo, mas vamos levá-la ao Grey-Sloan para o Alex dar uma checada melhor.

- Obrigada Warren. - Maya diz, e vê Andy se aproximando.

- Fui procurar sobre a Becca, ela já foi em outra ambulância para o Grey-Sloan. Está bem, mas foi fazer uns exames como o resto do pessoal que estava no prédio.

- Ah, tudo bem, nós já estávamos indo também. Vou com a Melinda e o Ben e aproveito para fazer o checkup. - a loira replica, se referindo a série de exames que os bombeiros são submetidos após incêndios como aquele.

Os olhos de Melinda piscavam pesadamente, mostrando que a garota estava exausta. Maya entra na ambulância e a ajeita melhor em seu colo, deitando a pequena e a ninando levemente.

- Até que você leva jeito com crianças, chefe. - Ben diz da cabine do motorista, se virando para admirar aquela cena.

- Você acha? Eu sempre me achei uma negação com crianças, sempre as faço chorar com alguma coisa que digo, mas parece que essa pequena gostou de mim. - diz, acariciando a testa da menina já adormecida.

- Eu acho que você e a Carina seriam boas mães. Nunca tinha me imaginado sendo pai, mas quando conheci Tucker foi inevitável. A primeira vez que ele me chamou de pai eu até chorei. - Warren confessa com uma risada, fazendo Maya gargalhar.

Seguem para o hospital em uma conversa amena e divertida, enquanto Melinda dorme um sono pesado nos braços da bombeira.

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