Just One Coffee

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Eu só precisava de um café, um café preto sem açúcar ou leite ou espuma, sem qualquer frescura, um simples café amargo era só isso que eu precisava, assim eu seguiria pra escola e daria as aulas que necessitava sem matar nenhum de meus alunos ou se quer surtar pelas confusões que eles arrumavam. Eu admito que ainda me encontro traumatizado desde o acampamento de férias quando um dos meus alunos, especificamente Katsuki Bagukou, colocou fogo em dos dormitórios da hospedagem. Nezu, o diretor, quase infartou ao ver o preço do conserto.

Então sim!

Eu precisava urgentemente do meu café. E o teria isso se o café da minha casa não tivesse acabado e eu tivesse me esquecido de comprar. E antes que pense; "Ah, mas você pode ir até uma cafeteria", eu não sou burro ok? Sou professor de filosofia, sociologia e história de uma das maiores escolar secundárias do Japão. Então, não. Meu problema não era culpa minha, e sim do novo atendente/barista da cafeteria a qual eu estava agora. E eu digo novo, porque ele claramente não sabia mexer na máquina de café.

Meu dia só melhora... E ainda não são nem nove horas...

– Senhor me desculpe mesmo... Eu sou novo mexendo nisso aqui... – Ele pede se curvando... Assim não consigo me manter irritado! O coitado 'tá praticamente se ajoelhando. Ainda bem que só tinha eu e mais uma cliente.

– Olha ta tudo bem, pode se levantar, por favor... – Coço a nuca. – Eu posso te ensinar a mexer, pelo menos o básico que eu sei... – Sim, eu sei mexer nessas máquinas. Ta achando o que? Eu tive que pagar a faculdade de alguma forma.

– Não vai te atrapalhar? – Ele estralava os dedos enquanto falava... Ele deve estar nervoso... Mas eu nem pareço ser tão mau assim... Ou pareço?

– Claro que não. – Momentos em que agradeço dar aula somente nos períodos da tarde, e hoje eu só daria aula bem depois do intervalo. – Eu sou Shouta Aizawa – Estendo a mão pra ele.

– Eu sou Hizashi Yamada. – Ele aperta minha mão enquanto sorri. E devo dizer que sorriso lindo.

– Bem, eu posso? – Aponto pro balcão e vejo ele assentir várias vezes.

[...]

Fazia um mês que eu ia todas as manhãs ao BooCoffee, em partes pra tomar o café, que sendo sincero era uma delícia, em outras comer algumas das tortas que eles tinham, uma outra parte pelos livros dispostos em uma outra parte mais silenciosa da cafeteria, e claro, uma parte bem pequena, mas bem pequena mesmo, por causa do Hizashi.

Veja bem, não tínhamos nada romântico, só uma boa amizade que se desenvolvia a cada dia mais. Nos encontrávamos poucas vezes fora do café, não porque não queríamos, mas sim por falta de tempo. Eu trabalhava integralmente na UA e ele, além do trabalho integral na cafeteria, ainda fazia faculdade no período da noite. Que vale ressaltar, eu não saberia ainda caso eu não tivesse ido visitar um colega que lecionava lá. Eu ainda não sei qual o curso dele, até porque é algo que ele se recusa a me contar. Em contra partida, eu sabia praticamente todo o resto sobre ele. Sabia que ele tinha saído de Tóquio por causa da recusa da família sobre sua sexualidade quando ele tinha dezessete para dezoito anos, e que antes de vir pra Musutafu, ele conseguiu uma bolsa de estudos em Oxfoard, e graças a isso ele sabe falar inglês fluentemente. Hizashi morou por quatro anos na Inglaterra antes de voltar aqui pro Japão no final do ano passado, hoje em dia com vinte e dois anos, três anos mais novo que eu, começou a faculdade de alguma coisa.

Além dos fatos mais sérios, sei que o Yamada é apaixonado por rádio e que quando mais novo ele queria ser radialista, mas deixou isso pra lá na adolescência, não abandonando sua paixão por rádio, fácil de perceber já que ele vive com aqueles headphones o tempo todo, os coitados devem pedir arrego até.

CoffeeWhere stories live. Discover now