Uma Caçadora em Beacon Hills

- THE BEGINNING -

Manhattan, cinco anos atrás.

Horário: 22:35

No meio de uma caótica noite, uma caçadora corria desesperadamente pelas ruas para salvar sua vida. O que era para ser uma caçada simples, acabou se tornando uma corrida pela sobrevivência.

Mais cedo deste dia.

Horário 15:43

No porão de uma casa "comum" em Manhattan estava havendo uma reunião, mas não qualquer reunião, aquilo era um encontro de caçadores. A família Chasseur discutia com o líder do grupo Argent, sobre uma possível matilha de lobisomens, que estavam causando problemas na cidade em que moravam.

Os Argent e os Chasseur, sempre faziam negócios juntos e era comum se reunirem para discutirem técnicas de ataque, comercialização de armas e também reencontrar  a irmã mais nova e sobrinha de Chris. Cada um dos líderes tinha uma filha, sendo Allison Argent e Elena Chasseur Argent.

Chris Argent e sua família eram responsáveis pela segurança da Califórnia, que conhecida por seu alto nível de atividade paranormal e nada melhor do que uma das melhores famílias de caçadores para se responsabilizar pela região.

Enquanto se reuniam no porão para descobrir a melhor forma de atacar os lobisomens, no segundo andar da casa estavam Elena e Allison colocando o papo em dia; as garotas na época tinham treze anos e por mais que morassem longe uma da outra, eram primas inseparáveis, melhores amigas. Tudo que podiam falar, falaram naquela tarde, a conversa foi desde unicórnios até quais eram seus crushs famosos.

Elena sabia do segredo da família e treinava desde pequena, porém a família de Allison não queria envolvê-la no perigo que se colocavam toda vez que saiam de casa.

- Nós não devíamos atacá-los! Não temos certeza se são realmente eles que estão atacando Talvez estejam se defendendo! - Camilla Argent, a mãe de Elena, usava toda sua energia para convencê-los, tanto seu marido quanto sua família, de que era errado atacar a alcateia, sendo que, por mais que fossem lobisomens, ainda eram humanos .

- Está louca mulher?! Eles são monstros, não importa se um dia foram humanos. Agora eles são bestas! -Thiago gritava com sua esposa, tentando convencê-la de que aquilo não passava de bobagem.

Seus berros ecoavam por toda a casa, e Elena com medo de que amiga descobrisse o segredo de suas famílias tentou dar a melhor das desculpas que tinha em mente para ir ver o que tanto sua mãe e seu pai discutiam.

- Me desculpa por isso, Allison. Meu pai tem problemas mentais e às vezes esquece de tomar seus remédios. Eu já volto. Vou ver o que ele imaginou dessa vez. Você pode esperar por mim? - A garota estava super nervosa, pois além de ter que mentir para os amigos sobre o que sua família fazia, tinha que encobrir o segredo da única pessoa que estava tão envolvida nisso quanto ela. E isso a detonava, ela odiava mentir.

Em sinal de concordância, Allison assentiu com a cabeça, fazendo com que a menina saísse e fechasse a porta do quarto tentando parecer o mais normal possível. Desceu as escadas nervosa, por quase expor para a amiga seu segredo. Elena foi direto para o porão e bateu discretamente da porta e, para sua surpresa, quem abriu foi seu tio Chris, que disse:

- Elena, você está suando? Está tudo bem? - perguntou colocando a mão na testa da garota para ver se estava com febre.

- Não, eu não tô bem, a sua gritaria fez com que Allison quase descobrisse que somos caçadores! Mas, afinal, o que tanto discutem? Que estão colocando em risco nosso segredo. - A jovem estava indignada, pois ela sempre recebia sermões sobre o quão importante era manter suas identidades no escuro.

- Seus pais...- Elena lhe mandou um olhar mortal. Ela odiava que dissessem que Thiago era seu pai. Em resposta, seu tio tentou amenizar a situação, não queria começar outra briga.

- Desculpa...sua mãe e o Thiago estão discutindo, porque ela não acha certo atacarmos os lobisomens que estão ameaçando a cidade. - A menina virou sua atenção para a mãe em um breve segundo, Camilla e Elena tinham a mesma opinião em relação à caçadas, mas as duas não podiam dizer que não achavam certa os ideais de sua família, então disse:

- Thiago tem razão mãe, eles são monstros e não podemos deixar que ataquem nosso lar. - Elena falou com uma grande convicção como se aquilo fosse realmente o que ela defendia. Sua mãe e ela eram ótimas atrizes e faziam de tudo para defender o que acreditavam, mas para não causar mais problemas, tinham que encobrir suas opiniões de vez em quando.

Camilla deu uma breve pausa e suspirou rapidamente para que ninguém percebesse que se entregou às mentiras.

- Você tem razão, meu amor, eu não sei porque disse aquilo, somos caçadores e nosso ditado é "Nous chassons ceux qui nous chassent", e no momento os lobos estão nos caçando. - Sua voz é firme e autoritária, ela era uma mulher decidida e respeitada.

A expressão de todos do cômodo passou de surpresa para afirmativa. Tirando a discussão de Camilla, a reunião continuou normalmente: tudo já estava combinado e iriam para o armazém onde os lobos estavam escondidos às 22:00 da noite.

Horário 22:05

Todos estavam em suas posições e um grupo de cinco caçadores estavam adentrando o armazém, enquanto outras três esperavam do lado de fora, caso precisassem de suporte. Entrar no alçapão foi fácil, até demais, alguma coisa estava errada e os cinco sentiam isso, incluindo os dois irmãos, Camilla e Chris.

De repente, tudo virou um caos. Enquanto vasculhavam o lugar, os lobisomens saíram da espreita e atacaram os caçadores. Podemos dizer que o feitiço virou contra o feiticeiro. Em meio ao ataque, Camilla havia sido mordida e como sua adrenalina estava a mil ela não sentiu dor e nem ao menos reparou na marca em seu braço.

A jovem estava no limite, estava tão assustada que queria apenas fugir daquele armazém e não voltar mais. O que a impulsionou a tomar essa decisão foi se deparar com o corpo de seu amigo ensanguentado enquanto tentava se afastar da confusão.

Seus olhos se encheram de lágrimas ao ver o rosto familiar. Ela tentou ajudá-lo, porém foi em vão. Ele já havia morrido. Camilla correu os olhos pelo local até encontrar uma saída. Em uma das paredes do alçapão havia uma rachadura e seria por ali que ela iria escapar, pelo menos, até tudo se acalmar.

Sem olhar para trás, ela saiu correndo o mais rápido que sua pernas podiam. Ela não estava muito machucada e parou apenas ao se deparar com um beco sem saída. Ainda distraída e com a visão turva devido as lágrimas e a chuva forte que caia, nem percebeu que algo ou alguém havia seguido-a.

Os olhos vermelhos eram a única coisa que Camilla conseguia enxergar claramente em meio à silhueta masculina e ameaçadora que a cercava.

Ela dava pequenos passos para trás, para não ter que arcar com uma atitude brusca do Alfa, mas não havia mais para onde correr. A caçadora estava cercada não apenas pela criatura, mas também pelas paredes na qual se apoiava.

Conforme o homem se aproximava, maior era o medo que Camilla sentia. Ela tinha certeza de que iria morrer e as únicas palavras que saiam de sua boca eram:

- N...não por... por favor.- O pedido era quase um sussurro. - Eu...eu tenho... uma filha...por favor.

O lobisomem parou e a encarou por breves segundos. Ele passou seus olhos sobre a moça até parar no braço onde havia sido mordida. O homem lentamente se distanciou. Por um momento a caçadora achou que suas palavras haviam convencido o Alfa a não a matar, mas quando reparou no seu braço direito, percebeu o porque ele a deixara viver. Ela estava se tornando uma deles.

________________________________________________________________________________

Notas da autora: Oi gente, esse é um dos primeiros livros que escrevo. Decidi escrever esse capítulo em formato flashback, se tudo der certo, teremos mais capítulos assim para explicar as situações que irão acontecer na história. Eu estou muito empolgada e estou cheia de ideias para escrever. Espero que gostem. Comentem e votem, por favor, obrigada. Beijos