Aeternum

5°Brutal

■ Brutal

Eu estaria mentindo se dissesse que Hermione Leblanc não era uma pessoa interessante. Afinal, ela era, e muito. Já a tinha visto no Beco Diagonal, senti coisas que não estava habituado a sentir, e aquilo foi uma incógnita. Mas fora meramente esquecido com a incompetência de Goyle há uma simples missão, onde me encontrava tão possesso que sequer notei que havia o castigado de maneira trouxa, com as minhas próprias mãos. Lembro com êxtase aquele dia, a mensagem sobre incompetência nunca seria apagada da mente de cada um que estava presente.

“Todos formavam um círculo, no pequeno cômodo ao qual eles se reuniam no Beco Diagonal, estavam aguardando a chegada por seu mestre em silêncio. A tensão era grande, essa ao qual os sufocava, ainda mais pelo ambiente decadente e minúsculo ao qual eles estavam presentes. Os corpos estavam tensos, borbulhavam em nervosismo e apreensão, afinal, mais uma missão havia falhado.

Goyle tremia dos pés a cabeça, o mesmo estava no meio do círculo. Tinha consciência de sua situação, sabia que seria castigado por sua incompetência e temia por sua vida, afinal, sabia o quanto o mestre poderia ser cruel quando queria.

Os mesmos ouviram o click baixo e o chão de madeira ranger perante a entrada e a presença forte de Tom Riddle.

Todos suaram frio e engoliram em seco naquele momento.

“Vejo que todos já estão presentes, vou considerar isto como um ponto positivo, afinal, seria muita falta de consideração se eu chegasse aqui e visse mais uma falta de respeito da parte de vocês.” Relatou adentrando o cômodo iluminado com velas, todos estavam curvados e submissos.

Goyle de joelhos praticamente beijava o chão aos seus pés, Tom o encarava com desprezo a figura a sua frente. Sua submissão e falta de poder era tamanha, que se submetia a situações deploráveis por tanta falta de ambição. Era e sempre seria o deplorável cachorro de briga. Ao qual sempre iria servir somente para abater e ser usado como um fodido cachorro de guarda ele pensava.

O mesmo tremia a seus pés, pedindo clemência e que a situação não voltaria ocorrer. Sorria perante a humilhação ao qual ele passava na frente dos outros Comensais.

Observava o riso e os pensamentos dos demais perante a situação. Aquilo de certa maneira não o agradou, estava com ódio, precisava descontar sua tensão em algo. Observou o rosto de cada um, vendo-os ficarem inexpressivos e tensos novamente. A áurea ao seu redor estava perigosa, ocorreria uma chacina, afinal, sabiam que estavam ainda com a corda no pescoço perante o fracasso que tiveram.

“Eu queria dizer que estou decepcionado com vocês. Confiei uma simples missão, e falharam com o que solicitei.” Falou parado a frente do círculo, respirava fundo perante o ódio que corria quente por suas veias. “Mas entendo que todos erram alguma hora, então, serei misericordioso dessa vez.”

Todos o encararam surpresos, estavam sem reação. O choque era presente em cada rosto dali, não acreditavam na fala e na postura calma que o mestre indagava. Suspiraram aliviados, todos relaxaram e seus rostos suavizaram perante a tensão que estava crescente em cada um.

Tom sorriu por dentro.

“Levante-se Goyle.” Disse o olhando de cima. O mesmo estendeu a mão para o garoto jogado ao chão. Goyle e os demais o encararam novamente surpreendidos perante a bondade e gentileza de seu mestre.

Receoso e com um certo alívio no olhar, Goyle estendeu sua mão, sendo ajudado por seu mestre.

“Obrigado meu senhor, não se arrependerá, não irei o decepcionar nunca mais.” Declarava as preces.

“Eu tenho absoluta certeza que não, Goyle.”

Tom somente o olhou por meros segundos, até um sorriso cruel aparecer em seu belo rosto, contorcendo a figura angelical que sua aparência lhe fornecia.