All For Love ✓2

C A P Í T U L O 175

     Minha mãe ri, ignorando o tom hostil de sua enteada. Pelo menos eu espero que ela tenha ignorado, e não que não tenha percebido.

     — Na verdade, eu consegui convencê-lo a fazer algo diferente hoje. — Diz minha mãe em tom misterioso. — Vocês vão gostar.
     — Contanto que não tenha abobrinha, pra mim está ótimo. — Beth diz friamente

     Ela se vira com suas sacolas nas mãos, as levando junto com si escadaria a cima, seus animais a seguindo. Apenas o Duque permanece aqui embaixo. Olho para minha mãe, que sorri fraco para mim depois do mal humor de Elizabeth.

     Tomara que esse mal humor grátis seja por causa do baile, e não por causa da minha mãe. Não há motivos para se estressar por causa da minha mãe.

     — Bom, melhor você ir lavar as mãos para jantar. — Ela diz — Me dê as sacolas. Vou deixa-las na sala.

     Entrego minhas poucas escolas para minha mãe, que saí entrando na sala de estar. Eu vou atrás dela, me surpreendendo com a imensidão desse casarão. Já estive aqui na Festa do Beijo Na Boca, mas estava tudo brilhando e haviam luzes coloridas para todo lado, além da multidão de pessoas que entraram e saíram a noite inteira; agora a casa definitivamente parece maior.

     É a primeira vez que entro dentro da casa em si desde a festa. Sempre que Beth e eu nos encontramos fora da escola é no The Jhon's, ou no apartamento da minha mãe, ou em algum outro lugar da cidade. Nunca vim pra cá pra ficar de bobeira com ela.

     Toda a decoração da casa é simples e elegante ao mesmo tempo, com um toque familiar incluso nas várias fotos em família espalhadas pelos móveis. Em cima da lareira há algumas fotos do Nate e Beth na neve, usando equipamento para esquiar. Também tem foto dos dois na praia, quando crianças, usando gorros de Natal na cabeça, e um onde ambos estão em cima das costas de um Charles mais novo e sorridente. A última foto na lareira pertence a uma mulher jovem. Ela se parece com a Beth – tem o mesmo sorriso, o mesmo cabelo e o mesmo brilho 220 volts nos olhos azuis. Deve ser a mãe dela.

    — Você pode usar o banheiro lá em cima. — Minha mãe fala, me acordando da distração divertida com as fotos.

     O Charles literalmente emoldurou uma foto do Nate bebê, deitado de bruços. O que torna a foto interessante? A bunda branquela dele de fora. Ele tem uma marquinha de nascença perto do...

     — Sam! — Charles entra na sala, vindo da cozinha. — Que bom que vocês chegaram, o jantar acabou de ficar pronto. Onde está a Elizabeth?
     — Subiu pro quarto.
     — Ah... — Ele esfrega as mãos grandes, nervoso. — Pode pedir pra ela descer, por favor? Já vou servir o jantar e quero todos na mesa. O Nate e a namorada dele também, se não for pedir muito.

     Ih, a Lauren tá aqui?

     — Não, tudo bem, eu faço isso. — Sorrio gentilmente
     — Obrigado, Sam. — Charles sorri de volta. — Venha, querida. Me ajude a pôr a mesa.

     Ele estica a mão para minha mãe, que vai até ele para segura-la e juntos seguirem para a cozinha. É tão fofo quando ele chama ela de "querida". Parece um príncipe cuidando de sua futura rainha.

     Enfim, subo as escadas para o segundo andar da casa. Diferente da última vez em que estive aqui, tenho certo medo de andar por esses corredores, porque não conheço nada por aqui, e o lugar é enorme mesmo. Consegue ser maior que a casa do Christian, e eu também conseguia me perder dentro dela quando passei a ir lá com frequência.

     A única coisa de que me lembro daqui é o caminho até o banheiro e até um dos quartos de hóspedes – ah, aquele quarto de hóspedes e suas lembranças... Não faço ideia de onde fica o quarto da Beth nem do Nate, acho que vou ter que ir de porta em porta até achar um dos dois primeiro.