CINCO

60.9K 5.8K 1.3K
                                    

Não deixe de me presentear com sua estrelinha e um comentário nos capítulos. São MUITO importantes!!!

SE esse capítulo tiver ao menos 50 comentários PERTINENTES A ELE, amanhã (terça) posto mais um capítulo. Do contrário, nos vemos na quarta-feira.

beijos purpurinados,

Kami <3

.

.

.

Quando percebi que Victor Hugo estava me levando para um hospital particular, cogitei abrir a porta do carro e me jogar, mas logo que minha mão alcançou a maçaneta, voltei a mim e tentei argumentar:

— Senhor, pode me levar ao hospital público, eu não tenho como pagar um hospital como esse.

— Você não tem que se preocupar com isso. Como está a perna? — ele avança um sinal vermelho.

— Puta merda. O senhor pode não fazer isso? — suas mãos apertam tão fortemente o volante que os nós dos seus dedos estão pernas. — Me leva pro SUS, por favor.

— Deixa que eu me preocupo com isso, Helena. — para bruscamente no estacionamento de um hospital e desce abrindo a porta para mim em seguida. — Passa os braços pelo meu pescoço e segura. — tenta me pegar no colo, mas me recuso, mesmo sentindo dor.

A última coisa que preciso é de uma dívida com um hospital.

— Helena, não seja teimosa, por favor. — resmunga irritado.

— Eu não vou nesse hospital, senhor! — cruzo meus braços e seguro o cinto de segurança.

— Caralho, mulher, vou ter que chamar o seu marido?

— Boa sorte para tentar tirá-lo do caixão. — resmungo com amargura.

— Eu não sabia, me desculpa. — responde se dando por vencido. — Eu sinto muito mesmo, vou te levar no hospital público.

— Eu agradeço imensamente. — e antes que eu consiga fechar o cinto, ele consegue me puxar para fora do carro no seu colo. — Para com isso. — dou alguns tapas nele, mas Victor Hugo não parece se abalar. — Eu vou te acusar de sequestro! — grito.

— A doutora Victoria Mendes, rápido. Diga que é Victor Hugo e é uma emergência. — fala para um enfermeiro que sai rapidamente a procura de Vic.

— O senhor pode me colocar no chão.

— Não enquanto eu não puder garantir que não irá fugir.

— Quem tem motivos para desconfiar das intenções de alguém aqui não é o senhor! — me contorço em seu colo, mas nem assim ele me coloca no chão.

— Pode colocá-la nesta maca, senhor. — uma enfermeira de pele clara com o rosto pintado com sardas.

— Somente após Victoria vir até nós. — avisa e nem mesmo dá a chance da enfermeira argumentar. — Pode chamá-la, por favor? — por um momento ele sorri e, um pouco constrangida, ela também sai a procura de Vic.

— Isso é ridículo, senhor Victor Hugo. Tenho idade suficiente para não agir como uma criança e tentar fugir de um hospital. — tento força-lo mais uma vez a me tirar do seu colo.

O que Vic vai achar quando me vir assim no colo do marido dela? Pior, o que ela acharia se soubesse os pensamentos que tenho tido com ele?

— Pode se contorcer o quanto quiser, isso só vai fazer com que seu corpo fique mais próximo e apertado pelo meu, Helena. — sua voz irritada e um pouco rouca faz com que eu fique quieta imediatamente.

Prioridades, Helena! Você não é nenhuma adolescente inconsequente. Você tem contas para pagar e um filho para criar. Não pode se entregar a luxúria.

— Isso mesmo. Fica quietinha. — ele fala próximo do meu ouvido e é inevitável meus pelos não eriçarem e meus pensamentos voltarem totalmente a ele novamente. Olho para o seu rosto tão próximo ao meu.

Meu Deus, por que colocar uma tentação dessa tão próxima a mim?

— O que aconteceu, Hugo? Helena? — a voz de Vic me traz de volta a realidade. — Hugo, coloca ela na maca. Você e você, me ajudem aqui, por favor. — fala com os dois enfermeiros que meu patrão pediu para procura-la. — O que aconteceu, gente?

— Eu derrubei água quente. — admito. — Estava servindo o café.

— Vamos cuidar de você agora mesmo! — Vic avisa preocupada quando vê minha perna. — Hugo, dá pra colocá-la na maca? Desgrudem! — e assim ele faz.

— Vic, eu prefiro ser atendida em um hospital público. — peço e ouço meu patão praticamente rosnar irritado.

Não entendo para que tanta insistência. Eu não o processarei por um erro meu.

— Olha, Helena, se a gente demorar, sua perna pode ficar com uma mancha enorme, até mesmo cicatrizes se eu não examinar logo para ver o que pode ser feito. Vamos cuidar de você, tá bom?

— Mas...

— Eu já avisei a ela que arcarei com os custos do hospital. — ele resmunga.

— Por que faria isso? Helena, quando você assinou o seu contrato, automaticamente você passou a ter plano de saúde. Eu te expliquei isso.

— Mas... E o período de carência?

— Fica tranquila, você não tem que gastar com nada. — eu e meu patrão nos olhamos rapidamente, ambos sem saber o que dizer e optamos pelo silêncio. — Eu nunca contrataria um plano com período de carência para qualquer pessoa que trabalhasse para o Hugo. — avisa com um sorriso e novamente ele parece rosnar.

~*~

— Como você conseguiu fazer isso, Helena? — a queimadura é estendida desde o início da minha coxa direita até próximo ao meu joelho.

— Acho que coloquei a água muito próxima da borda da mesa. — falo baixinho. Victor Hugo não para de nos observar. — Foi falta de atenção.

— Que bom que o Hugo agiu depressa cortando a sua calça e colocando o pano úmido. — ela sorri para ele. Os dois combinam e, apesar de como ele se mostra ser, parece que se dão muito bem. — Você só vai precisar descansar alguns dias e passar uma pomada para não ficar manchada, de resto, acho que você está muito bem. Foi apenas uma queimadura superficial.

— Sério? Obrigada, Victória.

— Eu não brincaria com pernas tão lindas, Helena. — sorri. — Não é mesmo, Hugo? Hugo, ela não vai trabalhar essa semana, você está sendo avisado pessoalmente pela médica.

— Você vai comigo ou de táxi, Helena? — ignora completamente a esposa que apenas revira os olhos.

— Posso falar com você um minutinho, Hugo? — ele acena com a cabeça e os dois saem da sala deixando-me sozinha com o enfermeiro.

~*~

Optei por voltar para casa com o senhor Victor Hugo. Ele se mostrou disposto e, dessa vez, não me carregou no colo, o enfermeiro que auxiliou Vic, Roberto, levou-me em uma cadeira de rodas até o carro, e me ajudou a entrar no carro.

Diferente de quando estávamos vindo para o hospital, dessa vez meu patrão dirigiu mais devagar e prudentemente. Chegando, ele me ajudou a descer e até mesmo me deu apoio até a frente da minha casa.

— Eu peço desculpas mais uma vez, senhor Victor Hugo. E agradeço por ter se disponibilizado a me ajudar. — paro na porta. Não posso deixá-lo ver os brinquedos que Leo deixou na sala.

— De nada, Helena. Mais tarde, eu vou pedir comida, quer jantar comigo?

— Não! — respondo rápido demais e, imediatamente, seu rosto se fecha em uma carranca. — Quer dizer, não, obrigada. Eu tenho comida aqui. Mas obrigada, mesmo senhor.

— Certo. Eu só queria ter certeza deque você não seria estúpida o suficiente para se machucar ainda mais. — vira as costas e volta para a mansão deixando-me sem palavras mais uma vez.

Meu Viúvo - (COMPLETO)Onde as histórias ganham vida. Descobre agora