CINQUENTA E CINCO

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Saí do quarto logo que recebi uma mensagem de Hugo avisando ter chegado e algumas batidas na porta.

Vestindo um smoking pequeno, Léo me esperava formalmente na porta com o cabelo penteado para trás como Hugo gosta de usar. Um caminho de velas leva até a escada e com um sorriso o meu filho diz:

— Você está linda, mamãe! — ele sussurra me arrancando uma risada em meio a minha emoção.

— Obrigada, meu amor. Onde vamos?

— Tem que me acompanhar.

— Sim, meu amor. — seguro sua mãozinha levantando a barra do vestido longo, o único que serviu em mim apesar de justo.

Preto com pequenas flores de mesma cor que forma as alças e o top do vestido, a peça está contornando cada parte do meu corpo. Quando o coloquei e consegui fechá-lo agradeci em voz alta que a minha barriga, mesmo pequena, não me impediu de usá-lo. Além de lindo, meus seios que, diferente da minha barriga, cresceram bastante, se destacam no decote que nem era tão generoso assim. Uma fenda discreta arremata a peça. Uma sandália de salto, uma clutch e brincos pretos finalizam o look em conjunto com o meu cabelo preso.

Descendo as escadas acompanhada de Léo, noto as velas nos degraus dentro de pequenos recipientes de vidro. E ao fim dos degraus, o caminho continua até o jardim.

— Estava esperando vocês. — Hugo está com uma roupa idêntica a de Léo e com um sorriso tão bonito quanto.

— O que está acontecendo aqui? — estou completamente trêmula.

Há velas dentro da piscina, assim como nas bordas. Uma música suave toca ao fundo e sem conseguir me controlar, o beijo rapidamente.

— Eu queria ser um homem paciente, que soubesse esperar conforme planejei essa noite, mas eu não sou. — estende a mão se ajoelhando, mas Léo nega com a cabeça.

— Não era pra ser agora! — meu filho resmunga por um momento.

— Vamos tomar um sorvete com a tia, Léo. — escuto a voz de Vic no fundo, mas não viro para confirmar.

— Tá bom! — Léo finalmente entrega a Léo uma caixinha de veludo preto e sai correndo até Vic.

— Até amanhã, pombinhos. — minha amiga se despede.

— Como eu dizia, não sei ser paciente. Planejei essa noite com muito cuidado, mas que se foda tudo, Helena. Tudo o que eu quero, é estar com você. Em todos os jeitos, em todos os momentos. Eu sou completamente seu e quero que você seja completamente minha.

— Eu sou...

— Não legalmente. — ele abre a caixinha. — Casa comigo, meu amor.

— Sim. — falo chorando e acenando a cabeça diversas vezes tirando dele um sorriso com suas lágrimas escorrendo como as minhas.

~*~

SEMANAS DEPOIS

Não pensei que conseguiria organizar um casamento em menos de um mês, mas consegui, com a ajuda de Vic, Carina e Paloma, além de outros amigos.

Convencida por eles, aceitei fazer o casamento em um lugar que nunca imaginei: em um barco. A vantagem seria que teria o mínimo de pessoas na cerimonia e claro, ninguém entraria de penetra, não que o nosso casamento fosse um grande evento, mas Hugo insistiu nessa possibilidade.

A cerimônia foi linda de uma forma que jamais imaginei que seria. Aproveitamos a luz do dia e demos o nosso primeiro beijo como marido e mulher no pôr do sol. De convidados, apenas aqueles que eram próximos de nós. De comida optamos por chamar o bom e velho Chicão. Parecia o mais acertado, consideração nossos gostos.

Léo estava lindo como nosso pajem e muito animado, dançando todas as músicas de axé que escolhi para a playlist da festa. Vic entrando com a Gigi no colo acompanhada de Luiz, foi simplesmente emocionante.

Hugo insistiu para que fizéssemos uma rápida viagem de lua de mel antes que a bebê nascesse e não pudéssemos fazer isso logo. Vic, mesmo com a Gigi, fez questão de que Léo ficasse com ela e até mesmo se fez de ofendida quando comentei que o deixaria com Carina.

Durante a nossa dança, não consegui tirar os olhos de Hugo por um segundo que fosse, assim como ele comigo. Apenas não podia me afastar do meu marido.

Após jogar o meu buquê que caiu literalmente no colo de Luiz, o namorado da minha amiga, o barco retornou ao caís, já durante a noite. A marina Igararecê, no litoral norte de São Paulo, localizada na cidade de São Sebastião é simplesmente linda, mesmo a noite.

Vic, Gigi, Léo e Luiz nos acompanham até o aeroporto. Luiz se recusou a soltar o buquê dizendo que só o faria depois que Vic fizesse o pedido arrancando risada até mesmo de Hugo que começou a respeitá-lo mais e até mesmo o ter como um amigo.

— Nossa! — Luiz reclama levantando Gigi e sentindo o fedor de sua fralda. — Preciso trocar a Gigi. — avisa indo para o banheiro com a neném no colo após dar um beijo em Vic.

— Ele não é um amor? — Vic se derrete. — Não sei não, mas acho que vou ter que casar com esse homem!

— Pelo menos esperem até voltarmos. — peço ainda agarradinha a Léo.

— Com toda a certeza. Não deixaria vocês perderem meu primeiro, e espero que único, casamento real por nada! — afirma estendendo a mão para o Léo enquanto somos chamados para o nosso voo.

— Vocês vão me trazer presente, papai? — Léo pergunta e pela milionésima vez vejo meu marido se emocionar ao ouvir nosso filho chama-lo de pai.

— Claro, campeão! Sem dúvidas! — Hugo o abraça.

— Tia Vic, preciso ir ao banheiro. — avisa e corre para o trocador onde Luiz foi com a Gigi.

Estamos próximos e quando eles saírem veremos sem dúvida.

— Queria cheirar a cabeça da Gigi mais uma vez antes de irmos. — aviso Vic.

— Logo você vai ter sua própria menininha para cheirar a cabeça dela! Inclusive, voltem dessa viagem com o nome da minha sobrinha!

— Pode deixar. — Hugo afirma me abraçando pelas costas colocando suas mãos sobre minha barriga no momento exato em que a bebê me chuta.

— Ai, meu Deus, você sentiu isso? — questiono emocionada mais uma vez.

— Senti. Vou buscar o Léo, ele vai adorar... — Hugo sai correndo em direção ao banheiro esbarrando em uma mulher que segura o meu pequeno pela mão.

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Meu Viúvo - (COMPLETO)Onde as histórias ganham vida. Descobre agora