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Eu corro e corro até chegar ao banheiro feminino. Eu bati na porta com a palma da minha mão e ela se abriu. Em dois segundos, estou dentro de uma banca com a porta trancada. Com os dedos trêmulos, consigo ligar para Maite. Ela pega no terceiro toque.

—Eu sinto muito querida. Eu estava alimentando o garoto  com palitos de peixe. O que está acontecendo? Sua mãe está lhe atormetando?

—Sim, mas isso não é problema meu. — Na verdade, eu sofreria um ano de abuso verbal da minha mãe se, em troca, eu pudesse voltar no passado - eu puxo o telefone do meu ouvido para verificar a hora - cinco minutos. Isso foi o tempo  todo  que  passou? Parecia que eu tinha beijado Poncho por uma eternidade.

—Qual é o problema? Não, Jay, não coma isso. Isso é de plástico. Desculpe você estava dizendo que tem um problema?

Ela está ocupada com sua família e em qualquer outro moment

o, eu teria desligado, mas isso foi uma emergência. —Eu o beijei.

—Quem? Jay, eu disse não coma o plástico. Oh, meu Deus, por que Jay acha que o plástico é mais saboroso do que ervilhas e... espera - você disse que beijou alguém? Além do Poncho? Oh, meu Deus. Ele estava chateado? Ele entrou em uma briga? O que

aconteceu?!!.

Ela faz tantas perguntas, mas apenas uma se destaca. —Por que Poncho entraria em umabriga se eu beijasse alguém?

—Porque ele adora você, duh. Eu estou supondo desde que não houve briga, que você e Poncho estavam se beijando? Eu amo essa música, — ela murmura. —Me diga mais.

—Maite. Você está metida com drogas? Eu  beijando Poncho não é uma coisa boa. É o oposto de uma coisa boa. É uma coisa terrível. Nós somos amigos. Você não corre por aí abocanhando seus amigos.

—Oh, você beijou-o no modo francês. Isso é sério. — Ela é tão alegre que eu posso ouvir sons reais de palmas do seu lado. —Eu não achei que você iria se graduar na troca de cuspe pela primeira vez. Eu imaginei que uma vez que vocês dois fizeram contato, você hiperventilaria e fugiria.

Eu não respondo porque isso é exatamente o que aconteceu e  é humilhante - tanto que aconteceu como que ela previu com precisão. Cinco minutos de felicidade com Poncho e eu perdi a cabeça.

—Anahi, por favor, me diga que você não está se escondendo no banheiro porque você ficou com o Poncho.

Eu esfrego o pé do meu pé calçado de cetim contra o chão do banheiro.

—Fale comigo.

—Você acabou de dizer para não dizer que estou no banheiro escondida porque beijei Poncho.

Ela suspira tão pesadamente que eu juro que sinto uma rajada de vento pelo celular. —Como você pode ter trinta anos? — ela pergunta.

—Cheguei à puberdade tarde.

—Você e Poncho pertencem um ao outro e não apenas como amigos para a vida, o que é maravilhoso, mas como um casal. Como um casal que esta juntos na vida e no sexo.

Uma risada pequena e infeliz escapa. —Eu gostaria. Se Poncho e eu fôssemos feitos para ficarmos juntos, isso teria acontecido quando chegássemos à puberdade ou descobríssemos o que os pássaros e as abelhas eram. Nós estávamos destinados a sermos amigos, mas agora.... —Eu paro porque há lágrimas reais se formando no fundo da minha garganta e a última coisa que eu quero fazer é começar a chorar. —Agora eu estou preocupada que não vamos nem ser isso.

—Um beijo não será o fim do mundo. Pode parecer, mas não   é. Você terá um período de desconforto e então ambos esquecerão  e tudo voltará ao normal. O que é uma droga, em minha opinião, mas se é isso que vocês dois querem, você vai trabalhar com isso.

Se é isso que vocês dois querem...

As palavras de Maite ecoam dentro da minha cabeça. A sensação de sua língua deslizando contra a minha é uma que vai  me alimentar por uma década e esse é o maior problema.

Eu inclino minha cabeça contra a parede de azulejos do banheiro. —Eu não quero esquecer isso.

—Oh? — Maite parece esperançoso. —Bem, então há apenas uma solução.

—Para me afogar no banheiro?

—Eu não tinha considerado isso. Duas opções. Você pode se afogar em um banheiro ou vestir sua calcinha de menina grande, sair e contar a verdade a Poncho. Que você não quer esquecer o beijo porque você está apaixonada por ele desde que você percebeu o que era amar alguém.

Há uma terceira opção que nenhum de vocês reconhece em voz alta. Esse é o caminho em que eu deixo este beijo me atormentar enquanto vejo Poncho passar para a próxima mulher solteira da cidade. Eu chego a uma decisão e fico de pé. —Sinto muito, Maite, — eu digo baixinho: —Eu vou atrás dele.

—Porra, finalmente, — diz ela e desliga.

Eu olho para o meu telefone, reunindo coragem para sair do banheiro quando uma batida forte na porta me assusta.

—Você está aí? — uma voz masculina familiar pergunta. Eu me levanto, jogando o telefone no chão.

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Gente a maite é muito maravilhosa né? Kkkkk ai sera que agora vai???

Comentem e votem 😘♥️

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