Me faça Seu! ( Mini)

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Minhas sobrancelhas colidem juntas. —No mês passado e você está apenas me dizendo agora? Quem te trouxe sorvete? — No final de cada um dos seus relacionamentos fracassados, sempre levei seu sorvete favorito. Eu gostaria de chamá-lo de nossa festa comemorativa, embora ela provavelmente se refira a ele como seu deleite de consolação.

—Eu não precisava de sorvete, — ela admite. —Eu não estava com o coração partido quando nos separamos.

Isso é um alívio. Ela nunca parecia realmente dedicada a ele de qualquer maneira. —Bom. Porque não valia a pena o seu tempo.

—Mais como se eu não valesse o tempo dele, — ela murmura baixinho. Antes que eu possa corrigir essa afirmação, ela  continua:

—O problema é que preciso de um par para o casamento de Belinda ou a mamãe passará o tempo todo perguntando onde está Manoel e por quê não estou vendo ninguém, e como estou perdendo todos os meus ovos e que eu vou morrer solteirona e enquanto ela acha que homens e mulheres devem ser iguais, o feminismo que faz você morrer sozinha é uma doença.

Como essas são todas as coisas que ouvi a mãe de Anahi dizer, não discuto com a pobre garota. Em vez disso, tive uma ideia brilhante. —Eu vou com você e podemos fingir que estamos namorando.

—Não.

—Não? — Como Anahi não vê quão genial é isso. Colocando um cotovelo na mesa, eu digo: —É perfeito. Sua mãe vai morrer de felicidade. Ela sempre quis que eu fosse seu verdadeiro filho.

Anahi passa os olhos para o céu. —Eu sei. Nós todos sabemos, que é precisamente por isso você não irá como o meu namorado de mentirinha. Mamãe provavelmente me deserdaria depois do nosso rompimento falso. Não, — ela diz. —Eu vou sozinha e sofro por três horas.

Como diabos você vai. A família de Anahi é uma espécie de show de horrores. Eles favorecem Belinda porque a Sra. P não deveria  ter  filhos  depois  de  Anahi. Quando  Anahi completou sete anos, Belinda apareceu. Ela tem sido tratada como se ela fosse uma flor frágil e delicada desde o nascimento e, como os Portillas são péssimos em multitarefas, Anahi  foi  praticamente  esquecida. Eles realizariam um evento de uma semana para comemorar o aniversário de Belinda e depois esqueceriam o  grande dia de Anahi alguns dias depois. Se Belinda chegar ao ponto de bater o dedo do pé, a casa para de funcionar.

Um ano, quando Anahi tinha treze anos, ela ficou presa na varanda de sua casa por três horas porque Belinda tinha tosse e a Sra. P a levou ao pediatra, esquecendo de deixar a porta destrancada para a mais velha. Um vizinho finalmente chegou em casa e fez Anahi sentar em sua casa até que a Sra. P retornasse. O que torna tudo isso pior é que, quando os Portilla voltam seus olhos para Anahi, é sempre crítico, mesmo que Anahi seja uma advogada que faz banco de horas aos trinta anos, enquanto a reivindicação de sucesso de Belinda é derrubada pelo filho do prefeito.

Todos os eventos familiares que frequentei - que reconhecidamente não foram muitos no ano passado. Desde que passei o verão rastreando o assassino de dois estudantes da Uni - Anahi está sendo atormentada por sua família por não se encaixar na ideia deles sobre o que as mulheres devem ser que é essencialmente dona de casa com crianças.

Anahi pode ter filhos algum dia, ou não. Isso não faz dela menos de uma pessoa. Ela é incrível e eu gostaria que ela dissesse a sua família para ir chupar ovos. Mas Anahi diz que ela recebe confrontos suficientes no tribunal e não gosta de discutir com ninguém  enquanto  está  de  folga.  —  Exceto  por  mim. Ela  não está me desafiando. Se eu expressar meu pensamento de que ela precisa se defender, acabaremos brigando enquanto meu bife esfria.

—Tudo bem. Vou deixar isso em paz então, mas me ligue se precisar de resgate. Ser o cavaleiro branco é basicamente a descrição do meu trabalho.

Ela revira os olhos. —Tudo bem, príncipe Alfonso.

—Ei, eu não me referi à realeza. Eu disse cavaleiro. — Passamos alguns momentos de silêncio confortável comendo  nossas refeições, mas a paz não dura muito tempo.

—Então é por isso que as coisas não deram certo, — uma voz cáustica interrompe nosso jantar.

Eu olho para cima do meu prato para ver Manoel Velasco, também conhecido como puxador de saco do condado, em pé ao lado da nossa mesa com uma expressão estrondosa no rosto. Eu jogo meu guardanapo ao lado do meu prato, tiro o distintivo do meu cinto e balanço meu punho.