I've Been Thinking About You

Capítulo 11

FRANK IERO

Frank conheceu Scarlett quando ela ainda estava na faculdade. Na época, King cantava em bares para tirar alguns trocados, e foi em uma dessas noites, em que ela estava sozinha no bar, que ela viu Frank Iero pela primeira vez.
Para ele, foi amor à primeira vista, logo de cara. Ela cantava e tocava tão bem que Frank não pode resistir. Ele logo se viu encantado com aquela garota, no mínimo uns cinco anos mais nova que ele, que tinha a voz mais doce que ele já tinha ouvido.
Iero suspirou pesado, jogando o cigarro para fora da janela enquanto olhava para o trânsito. Sentia falta de Scarlett. Sentia falta da voz dela cantando baixinho na cozinha, enquanto se arrumava para ir ao trabalho.
Sentia falta dos braços pequenos que o envolvia durante a noite, sentia falta das conversas, da risada, da voz dela... Até mesmo da simples presença, ele sentia falta.
Ele suspirou de novo, irritado com o trânsito e sem muita paciência para ficar apenas divagando em seus pensamentos. Seus dedos habilidosos ligaram o rádio. Ele já sabia que CD estava ali dentro, mas não conseguia evitar de ouvi-lo. Já tinha o tocado tantas vezes que se fosse um vinil, já tinha furado.
Quando o chiado se fez ouvir, Frank voltou alguns anos antes, naquele bar quente e abarrotado de jovens universitários, que olhavam para ele como se fosse um ET. Um ET trajado de um terno caro e sapatos italianos.
Iero riu. As coisas que ele não fazia por Scarlett antes mesmo de conhecê-la. Ele daria o mundo para ela, mesmo ela não querendo nem mesmo a metade.

Flashback on

O bar estava cheio, tão cheio que era difícil chegar até o palco, mas Frank dera sorte; chegou mais cedo no bar e pegou uma mesa bem de frente ao palanque, apenas para vê-la.
Nos últimos dias, Frank foi zoado pelos colegas da empresa quando estes descobriram o que ele fazia toda sexta-feira, mas ele nem se abalou; era o chefe, eles o respeitavam, e ficava por isso mesmo.
Neste dia, Frank passou em uma floricultura e comprou as tulipas mais bonitas que encontrou. Ouviu alguém dizer, talvez algum amigo ou parente dela, em uma das noites em que ficou embriagado ouvindo a doce voz da garota (que se identificava como Scarlett), que tulipas eram as flores favoritas dela.
Ele segurou as flores com cuidado a noite toda, ouvindo cada música e absorvendo cada sentimento delicado que transbordava dela, toda vez que King abria a boca.
Ela se arriscou em covers mais antigos, fazendo a vontade da maioria da plateia - incluindo Iero, um amante claro de rock mais clássico.
Ela passou por bandas britânicas clássicas como Rolling Stones, Beatles e até Oasis, coisa que Iero não gostou tanto de primeira, por odiar os britânicos mais que tudo. Mas no fim das contas, ele amou cada pedacinho do show.
Depois da última música a garota decidiu mostrar algo autoral, e isso fez com que Frank quebrasse o seu coração em mil pedaços, somente para entregar a ela logo em seguida.
- Eu espero que gostem... Ela ainda não tem título, mas é uma das minhas favoritas.



Ela arrumou o ukulele em seus braços miúdos e começou. A voz doce encheu o recinto, e todos que estavam perto do palco até pararam para ouvi-la cantar.

"I make enough mistakes
And it feels like he's the only one that hears the things I say
So if for any reason there's some miscommunication or I'm lying to him face"

Os olhos de Frank estavam fixos em Scarlett que tocava e cantava de olhos fechados, centrada na melodia suave que saia de seus lábios tão delicados.

"My immaturity and habits getting in the way
Cause I can barely breathe and I don't know how I'll explain myself this time
Wish it wasn't a case of "this time"

Os dedos que apertavam as cordas estavam meio rosados, pelo que Frank podia enxergar de onde estava. Ele prestava tanto atenção nos detalhes da garota, que já decorou os acordes da canção em apenas dois versos.

"But why can't I be any other girl
That doesn't need a hand in love?
Someone that I would trust"

Frank sorriu. Suas suspeitas sobre ela cantar sobre os seus sentimentos talvez não estivessem nem um pouco erradas - como ele já imaginava.