Capítulo 29: órfãos

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XXIX: órfãos

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XXIX: órfãos


      Enão te amo e eu não o quero! Ele jamais será meu filho!

Um pequeno menino, cinco anos apenas, ouvindo as duras palavras de um homem. Seu pai. Da cozinha, suas lágrimas pingavam no chão. Ele saiu correndo, foi para o pequeno córrego que passava no quintal de casa e caiu de joelhos na terra molhada da beira do riacho. Ele estava em pânico. O que aconteceria? Sua mãe sempre dissera que o pai era um herói, que estava lutando contra monstros para tornar Keema um reino melhor... Mas agora ele voltara e não o queria... O que ele tinha feito de errado? Começou a bater na cabeça com os punhos cerrados. O que eu fiz? O que eu fiz? Levantou-se sujo de lama e correu novamente para casa, o mais rápido que podia.

–– Olha, até que eu gostava de você, mas não quero ser pai... Aliás, quem disse que ele é meu filho? Pode ser de qualquer outro!

A criança entrou na sala, foi até o homem e segurou sua mão. Com os pequenos olhinhos negros cheios d'água e o coração partido, implorou:

–– Desculpe, papai... Por favor... Fique conosco...

O homem olhou irado para a jovem de cabelo escuro parada em sua frente e gritou irado:

–– Então esse é o seu plano?! Usar uma criança contra mim?! Ele não é meu filho e você não passa de uma vadia!

O homem largou a mão do menino com rispidez e saiu pisando duro. A mulher tentava disfarçar as lágrimas. O menino estava parado, perdido. Ela foi até ele e o abraçou, aninhou-o nos braços e o beijou na testa.

–– Desculpe, meu amor...

–– Ele não me quer? – A mulher virou o rosto tentando não chorar na frente do filho – Mãe... Você me ama? Você me quer? – Ela soluçou e o abraçou contra o peito, com as lágrimas escorrendo.

–– Eu te amo, Tenazd, e jamais vou te deixar. Eu prometo!


♜ ♜ ♜


Tenazd se contorcia na cama, com lágrimas escorrendo pela face. Todos no barco achavam que era por causa da febre, não tinham a menor ideia de que ele chorava por causa do seu passado que a febre trazia com uma realidade torturante...

Leor improvisou um xarope feito com umas ervas e deu para o cientista beber, que foi voltando à consciência aos poucos... Ele ainda estava com um pouco de febre e a garganta ardia, mas, pelo menos, já não estava mais se afogando em memórias dolorosas.

–– Como se sente? – Perguntou Leor.

Nemat não tinha saído de perto do cientista nem por um minuto. Já passava da hora do almoço e eles tinham posto Tenazd deitado na cama do convés. Leor estava checando o estado de saúde do cientista, antes de voltar a assumir a direção.

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