Capítulo 28: perdas inevitáveis

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XXVIII: perdas inevitáveis

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XXVIII: perdas inevitáveis


       Ela sentia-se leve, quente... Em paz... Foi acordando aos poucos, sentindo o corpo com pequenos movimentos, como que para ter certeza que estava ali. Abriu os olhos lentamente, mas uma forte luz a cegou.

–– Nemat?

Era a voz de Leor, uma voz macia e confortável, a voz que ele usava para acordá-la quando ela estava atrasada... O Ninho! Que horas eram? Estava atrasada! Nemat tentou se levantar, mas uma tontura a fez cair nos braços de alguém.

–– Está tudo bem... Você está a salvo... – Dizia Hadin com carinho.

Ela estava com os olhos semicerrados por causa da luz, num canto do barco e nos braços de Hadin. Olhou para cima, para os olhos azuis que a fascinavam, e perguntou:

–– O que aconteceu?

Ela via todos ao seu redor, encarando-a com pesar. A pergunta os fez virar a cara. Alguém morreu... Oh não, não, não... Ela estava apoiada nos cotovelos com a cabeça latejando. Tenazd estava com os olhos cheios d'água, mas, quando falou, sua voz não saiu embargada, saiu apenas... Carregada de tristeza e culpa:

–– Ele me salvou... O Tubarão pulou no mostro e quando eu atirei... Deveria tê-lo esperado pular no barco... Mas eu atirei... E o monstro caiu em cima dele e... – Tenazd abaixou a cabeça tentando reencontrar a voz – Ele era mal humorado e mandão, mas fazia parte do grupo...

Nemat abraçou o cientista e Shari, e Leor, e Hadin... Todos naquele abraço em grupo tinham lágrimas escorrendo pelas faces... Estavam desorientados, tristes e cansados...

–– Eu achei que você tinha dito que se navegássemos com um barco menor não seríamos atacados! – Disse Tenazd, empurrando Nemat para longe de si, e saiu de perto deles.

Nemat levantou-se ainda vermelha por causa do choro e virou-se para ir ao convés. Os outros se levantaram também, mas ela queria ficar sozinha.

–– Eu vou me trocar no convés, ninguém entra, por favor...

Sua cabeça doía demais, resultad da pancada e do choro, e ela queria simplesmente socar alguma coisa...!


♜ ♜ ♜


Nemat acabou ficando tempo demais no convés e Shari estava agoniada por causa de sua roupa ensopada... Se ela não se aquecesse logo, ia acabar adoecendo. Todos estavam molhados e precisando se secar, mas como Nemat não saía do convés, não tinham como fazê-lo...

O convés era um cômodo modesto, cabia a bagagem deles mais a comida estocada. Tinha uma pequena cama e também as redes onde eles dormiam, além de uns colchões de pano que usavam para dormir do lado de fora, sob as estrelas. Uma mesa e duas estantes pequenas completavam a simples mobília.

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