Ultimatum | l.h.

Capítulo 20

Luke's POV

Tomei um gole da cerveja que descansava em cima da mesa e ao engolir a última gota, joguei a lata no lixo o mais forte que pude.

Não é como se minha mãe se importasse se eu faço algo ilegal, de qualquer jeito.

"Ela não vai entender!" Eu disse, angustiado para a menina que se encontrava sentada na minha cama, com uma perna sobre a outra.

"Você nem tentou contar à ela! Como você pode dizer isso?" Jenny cruzou os braços e arqueou a sobrancelha.

"Eu sei que ela não vai acreditar tão fácil." Sentei no espaço vago do colchão e coloquei as mãos em minha cabeça, sentindo uma possível dor de cabeça crescer.

"Eu acreditei." Mesmo ela tendo um argumento, eu balancei a cabeça, recusando a sugestão.

Ela não vê o mal que as pessoas têm, ela não acreditaria que alguém seria capaz disso por um puro capricho.

"Ela não vai me ouvir agora, e ainda não temos certeza absoluta pra você ir o acusando." Tratei de levantar da cama e comecei a andar em círculos, essa conversa me deixando impaciente por não saber mais o que fazer.

"Já faz quanto tempo que vocês não se falam?" Ela perguntou enquanto mudava de posição. Jennifer conseguia ser tão intrometida, que eu não entendo como a Hannah consegue suportá-la o tempo todo.

E ela ainda pensa que eu tenho uma queda por Jenny. Como ela pode ser tão cega?

"Duas semanas e um dia."

"Como vocês são cabeças duras, meu Deus!" Eu ignorei o seu comentário e continuei andando em círculos. Toda vez que eu penso nisso, eu fico nervoso.

Por que ela tem que ser tão difícil?

"Eu disse que a amava e sabe o que ela fez? Foi embora."

"Não é como se ela esperasse por uma declaração dessas no meio de uma discussão." Bati a mão na madeira da mesa do lado da cama, e o barulho do contato fez Jenny pular.

"Ela também largou o emprego, só para não ficar perto de mim, lembra?" E é verdade. Hannah pediu demissão logo na segunda depois da festa, e agora eu tenho que trabalhar com a nova funcionária que não passa de uma vadia oferecida.

E tenho que aguentar um bando de meninas que vão na lanchonete beber água todos os dias. Elas devem pensar que eu não percebo os olhares e risadinhas que elas dão.

Acho que eu vou desistir do emprego agora.

"Ela precisa pensar, Luke. E você também." Ela disse calmamente.

"Eu sei disso, mas eu... Ah, esquece."

"Ela também gosta de você, Luke." Ela sorriu pra mim, numa tentativa de conforto. Mas eu só queria mandar tudo e todos para o inferno.

Eu demorei tanto tempo pra planejar e executar esse plano que eu simplesmente supus que ela fosse colaborar. Mas é de Hannah que estamos falando e ela não consegue não ser curiosa ou agir de cabeça quente. Ela tinha que se meter no plano.

"Ela pensa que tudo isso tem a ver com você." Eu sei disso, mas eu já disse que não é.

Chutei a porta, não com brutalidade, mas sim com indignação. Foi mais um ato de revolta do que de rebeldia, afinal eu não queria destruí-la.

"Minha palavra deveria ser o suficiente." Bufei e rolei os olhos como se estivesse falando isso na cara da Hannah.

"Ah, cala a boca!"