The Tiny Dancer

Despertar

Hello meus queridos! Tudo bonzinho?
Então, eu tive essa idéia há um tempo atrás e só agora tive coragem de escrever, por que é algo bem pessoal.
Como devem ter lido na sinopse o tema principal é o TOC, Transtorno Obsessivo Compulsivo, e eu sou portadora desse transtorno.
Estou postando essa história com o objetivo de entreter, mas também esclarecer um pouco as pessoas sobre o que é isso e se possível ajudar os que possam ter esse transtorno, eu quero mostrar que o TOC não é só algo engraçado como é retratado nos filmes que já vi, mas também é uma perturbação mental que requer cuidados.
Hoje felizmente convivo muito bem com minhas "manias" e já perdi muitas delas, com o tratamento certo e também um pouco de paciência dos que me cercam.
Espero que gostem dessa nova história! Divirtam-se 😘
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Lauren Jauregui

Despertar. Primeiro passo já foi dado. Relógio de cabeceira: oito da manhã, como sempre, ótimo, pelo menos isso permanece. Olhei ao meu lado na cama, ele ainda dorme profundamente. Um pouco atípico, mas a noite passada também foi, entretanto já aconteceu antes, então não foge muito do nosso padrão de normalidade.

Levantei com todo cuidado do mundo para não o acordar, se isso acontecesse agora seria ruim, muito ruim, talvez começasse tudo de novo e eu não quero isso, ontem já foi demais para minha cabeça, agora eu preciso insanamente da minha rotina, para poder me recuperar do descontrole que foi a noite passada, e eu odeio não ter controle sobre as coisas, é uma sensação horrível, parece que tudo vai desmoronar a qualquer momento. Nossa, eu ainda estou zonza! Sabia que isso seria difícil, só não sabia o quanto.

Pus os pés para fora da cama, meu chinelo favorito continua onde deixei, ótimo, tudo parece estar voltando ao normal. Fui até o banheiro e me olhei no espelho, olheiras, eu detesto olheiras, remete ao fato de que não dormi bem, não dormi o suficiente, que está tudo fora do lugar, bagunçado, e eu odeio bagunça, com todas as minhas forças. Liguei o rádio baixinho para não acorda-lo, isso vai me relaxar um pouco, com certeza. The Fool on the hill, Beatles, é, acho que essa sou eu, a tola, sozinha no alto de uma montanha e isolada do mundo. Sorri sem humor negando com a cabeça.

Certo Lauren, não se afobe agora, tudo vai ficar bem, tudo vai voltando para o lugar aos poucos, é só uma questão de tempo, e vamos começar pelo começo, meus dentes. Limpei minhas mãos com o álcool gel, essa parte é imprescindível, e iniciei o processo de todos os dias, isso irá me acalmar sem dúvidas, primeiro os dentes de cima, trinta e duas escovadas nos da frente, trinta e duas nos da direita, trinta e duas nos da esquerda, agora a parte de dentro, e embaixo. Nos dentes inferiores é só repetir o mesmo processo, já me sinto um pouco mais calma. O fio dental também é muito importante, mas não quero entrar em contato direto com as bactérias dos meus dentes, então é necessário sempre usar luvas para isso, cada junção deve ser limpa oito vezes, depois disso é só usar o enxaguante bucal, é o gran finale do processo, dezesseis bochechos de cada lado são suficientes.

Dentes limpos, vamos para o corpo, tirei meu pijama já o colocando no cesto de roupas sujas para a lavanderia a seco, sempre lavo nossas roupas a seco, acho mais higiênico. As roupas íntimas separo num cesto de metal esterilizado e as encaminho para o lixo hospitalar, nunca uso roupas íntimas mais de uma vez, não consigo deixar de pensar que é anti-higiênico.

No banho até que sou rápida, me acostumei a fazer tudo relativamente rápido na verdade, por que para quem passava duas horas no banho, quarenta minutos é uma vitória, primeiro molho o corpo inteiro, a água é sempre quente, por que além do frio que faz em New York, acredito que ajuda a matar algumas bactérias. Passo o sabonete bactericida no corpo inteiro, não há muitos segredos, é só esfregar tudo cinquenta e duas vezes, sempre para a direita, e faço isso com o chuveiro desligado, por que obviamente não quero acabar com toda água do mundo.