11 - Julian

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Antes que eu pudesse pensar em qualquer coisa, em qualquer reação, as paredes assumirem um revestimento metálico. Só que o pior foi uma parede brotar do chão, separando a sala em dois. Não tive tempo de fazer nada, já que estava muito perto da parede que se ergueu e fui arremessado no chão quando ela começou a se levantar com rapidez demais e bati a cabeça no chão.

Alguém veio andando na minha direção e quando olhei pra cima vi que era um dos gêmeos. O Nicolas.

- Não é único que está preocupado com a irmã - ele disse estendendo a mão para me ajudar a levantar. - Rylie também não está aqui, mas elas devem estar com Enzo e Juan, e eles sabem se cuidar.

- Venham aqui, olhem isso - ouvi a voz de Pablo dizendo e com a ajuda de Nicolas me levantei e caminhamos até a entrada de um corredor onde ele e Alícia observavam algo -, tem uma porta no final.

Olhei para trás e não havia nenhuma porta a não ser a do fim do corredor, olhei para cima e não consigegui ver de onde caímos, o teto parecia totalmente normal, nenhum alçapão, nada, parece que tínhamos atravessado o concreto. Aquela porta era nossa única saída.

- Então vamos - Alícia disse já avançando.

- Alícia, espera! - disse Pablo, segurando firmemente em sua mão.

Assim que Alícia pôs um centímetro do pé para dentro do corredor, de pequenos orifícios das paredes começam a sair algo que parecem lanças, só que muito finas e razoavelmente pequenas.

- Espinhos - Nicolas diz.

- Envenenados - Alícia usou o pé para puxar pequeno espinho que tinha caído perto da entrada do corredor onde estávamos, o pequeno e afiado espinho estava todo envolto em uma camada nojenta com um cheiro forte. - Isso é algum tipo de veneno natural, consigo sentir pelo seu cheiro.

Me virei para uma das paredes que não paravam de lançar espinhos e outro movimento chamou minha atenção: um número aparecer e desaparecer rapidamente na parede.

- Olhem para a parede, prestem bem atenção - eu disse. - Parece que vi um número.

- Acho que acabei de ver também! - Nicolas exclama.

- A porta - Pablo diz.

- O que tem a porta? - Alícia pergunta.

- Tem um aparelho, ao lado da porta - Pablo apontou, e lá estava um aparelho preto com um pequeno visor e números. - Deve ser um código, ou uma senha que está passando nas paredes. Vamos ter que digitar para abrir a porta.

- Já é impossível passar pelo corredor sem ser atingido e consequentemente envenenado, como vamos passar e ainda olhar para os números? - Alícia questionou.

- E estão passando rápido demais - Nicolas acrescenta -, teríamos que passar várias vezes para gravarmos.

- Acho que vocês esqueceram que tem alguém aqui que a habilidade é ter uma super memória. Eu vou - Pablo fala simplesmente como se ele não estivesse dizendo que ia para a morte certa.

- E como pretende fazer isso sem morrer? - perguntei.

- Estou trabalhando nisso - respondeu com uma pequena curva nos lábios que acho que poderia ser considerado um sorriso. - Sempre existem falhas na armadura.

Enquanto ele pensava, andamos em volta da sala em busca de algo, sem saber necessariamente o quê. Não havia outra saída. Colocamos os ouvidos nas paredes, mas nenhum som vinha do lado de fora de onde quer que estejamos. Ficamos assim até que depois de um tempo Pablo exclama:

Projeto CronosWhere stories live. Discover now