O que é um peido para quem está todo cagado?

852 107 29
                                    

Trocamos poucas palavras durante o voo, Olívia logo adormeceu e eu tentei não entrar em pânico, afinal, era minha primeira viagem de avião e eu não poderia transparecer medo. O comandante nos informa que logo iremos pousar, mas que provavelmente sofreremos algumas turbulências e é nesse momento que eu provavelmente estou pálido e tenso. Tudo o que eu mais temia era isso, eu queria apenas um voo tranquilo. Os tremores começam e eu fico mais tenso ainda. Seguro a mão da Olívia por pura tensão, escuto Olívia dizer algo, mas não consigo nem prestar atenção só consigo imaginar o avião caindo e as pessoas gritando. Após a turbulência pousamos e eu não tenho coragem de dirigir qualquer palavra a ela, estou totalmente envergonhado pelo meu vexame no avião. Ainda bem que eu não gritei, o vexame seria bem maior. Passamos pelo desembarque e pela imigração. Peguei nossas bagagens e as coloquei na mala do taxi, em seguida abro a porta do taxi para Olívia e não consigo deixar de provocá-la.

Chegamos ao hotel para fazer check-in e para meu azar (ou não), nossos quartos eram exatamente um do lado do outro. Olho para a atendente que me parecia bem atraente, provavelmente na casa dos vinte e poucos anos, cabelos pretos lisos, com olhos cor verde água e lábios carnudos. Não iguais os da Olívia, mas..."Por que você está as comparando?" escuto minha consciência gritar comigo e tenho que concordar, atualmente não posso ficar muito próximo da Olívia que começo a compará-la com outras mulheres. A atendente está sorrindo maliciosamente para mim e eu decido provocar Olívia que estava tão irritada quanto eu, pois nossos quartos eram próximos.

–Não seria possível trocar e colocar a gente um mais longe do outro? Porque alguém aqui não gosta de barulhos de madrugada. E bem, você sabe né? – Digo olhando para atendente com um sorriso safado nos lábios. A atendente sorri para mim de volta entrando totalmente na minha. Escuto Olívia bufar ao meu lado e tenho vontade de rir. Mas infelizmente não teve jeito e tivemos que ir para o andar com os quartos próximos.

Entramos no elevador com algumas pessoas, mas logo que chegamos ao nosso andar, Olívia sai em disparada para o seu quarto e eu vou andando calmamente atrás dela. Para que pressa se nós vamos para o mesmo lugar? Chego próximo a ela, que está toda atrapalhada com a chave, o que me dá mais vontade ainda de rir da cara dela. É muito engraçado como ela se irrita facilmente com qualquer coisa que eu faça.

– Precisa de ajuda? –Pergunto a ela, segurando o riso ao me aproximar.

– Não, obrigada. Eu consigo. – Ela me responde totalmente seca.

– Não precisa mesmo de mim? – Pergunto novamente, dessa vez me aproximando dela.

– Qual o seu problema?– Olívia fala de modo ríspido, o que me deixa confuso.

–Você não respondeu minha pergunta. –Me aproximo ainda mais dela.

– Eu não preciso de você. Nunca precisei. – Olívia diz autoritária e com um tom de raiva.

– Qual o seu problema comigo? – Estou totalmente intrigado e desconfiado agora, essa mulher deve realmente ter algum problema comigo, não é possível.

– Nenhum, Lorenzo. - É nesse momento que a chave encaixa na fechadura. Eu apoio os braços nas bordas da porta, a prendendo entre mim e a porta.

- É incrível como meu nome sai dos seus lábios com tanta naturalidade agora. O que aconteceu, Olívia? –Me aproximo ainda mais, com um olhar como se fosse devorá-la. É realmente incrível como meu nome sai dos lábios dela de uma forma tão sensual e hipnotizante que eu só consigo ir a sua direção como se fosse um imã, mas a cada avanço meu ela vai chegando para trás até que a porta se abre totalmente, quase a derrubando.

- Senhora Rassato para você. Te vejo no jantar, Senhor Albertini. – A olho um pouco frustrado e com um sorriso malicioso ao mesmo tempo. Ela fecha porta sem esperar a minha resposta, o que me faz rir. Olívia é engraçada, toda mandona e autoritária, mas toda vez que eu tento algo a mais, ela corre parecendo ter medo, mas me seduzir ela sabe.

Tudo que vai, voltaOnde as histórias ganham vida. Descobre agora