As Listas de Ellen [versão wattpad]

Capítulo 20 - Iogurte, café, comidas prontas, etc.

Acordo com um toque incessante, muito próximo ao meu ouvido, o que não me deixa nada feliz. Está muito alto, e não para. Meu primeiro pensamento é que pode ser o despertador, então dou um tapa na mesa ao meu lado. Não é minha mesinha de cabeceira, e sim o móvel do abajur da sala. Por pouco não derrubo o objeto.

O toque continua. Tento me mexer no sofá, mas um corpo está no meu caminho.

O quê?

Abro os olhos, finalmente, e encontro Brandon Morgan, meu Talvez-Futuro-Chefe deitado ao meu lado, num sono profundo, não movendo nem um músculo ao ouvir o toque. Não é possível que ele não esteja se incomodando com isso.

Estico meu braço e consigo alcançar o aparelho. Tenho vontade de jogá-lo contra a parede, mas preciso saber o que há de tão urgente para me ligar às – olho para o relógio na parede – sete horas da manhã! Sério!?

— Alô? — Atendo, mal-humorada.

— Elleeeeeeen! Queridaaaaa! Bom dia, borboletinha!

Agito a cabeça e afasto o celular do ouvido. Esses gritos quase me deixaram surda, e eu sei de quem são.

— Filha, você está aí? — A animação na voz é inconfundível.

— Mamãe! — Exclamo, tentando parecer animada.

Eu até estou animada em falar com ela, mas às sete da manhã, depois de ter dormido apenas três horas, e de ressaca, não dá.

Me jogo no sofá e só então sinto o corpo de Brandon novamente. Levanto com dificuldade, só para me sentar na poltrona bem ao lado.

Minha mãe ainda está falando. Consigo ouvir sua voz berrante do outro lado da ligação, mas não tenho forças para voltar o aparelho para perto de meus ouvidos. Deixo-o apoiado no ombro esquerdo, enquanto ouço de longe o que ela diz. Ela não para. Está falando e falando, sobre como está amando morar em Los Angeles. Deve ser maravilhoso mesmo, para me ligar às sete da manhã. SETE!

Bocejo, mas sou interrompida quando ouço mamãe dizer:

— E estaremos indo para Nova Iorque semana que vem! Ou melhor, esta semana, agora, Ellen! Não é a melhor notícia? E ficaremos com você e Max. Da terça-feira até a sexta. Sábado já estaremos em São Francisco.

Engulo em seco, quase tendo um piri-paque.

— Mamãe, hã... — Levo a mão à testa, tentando organizar os pensamentos. — Max... é.

— E seu pai está animadíssimo! Temos boas notícias!

— Mãe, me ouça. — Respiro fundo. — Max não mora mais aqui.

Silêncio.

— Como não? Vocês se mudaram? Ellen, como você foi capaz de não me dizer na...

— Mãe! Eu ainda moro aqui, mas.... Max e eu não somos mais Max e eu.

— Ellen, quando eu lhe ensinei a falar, eu tinha em mente que você criasse frases coerentes.

Reviro os olhos, um pouco impaciente.

— Sei disso, mãe. E obrigada por me ensinar tão bem. Estou sendo coerente, sim. Max e eu não estamos mais juntos.

— E por que você enrola para falar? E, ah, meu Deus! O que houve?

— Mãe — Suspiro profundamente — Você vem para cá semana que vem?

— Sim, eu vou! E seu pai, também! Estamos com saudade da cidade, e de você também, querida! Tenho tantas novi....