CAPÍTULO 5: Luzes da cidade

26 1 0
                                    

Português:

Você acredita em destino?

Quando criança, aproximadamente 8 ou 9 anos de idade, fui em um acampamento com minha escola. Ironicamente, era em uma fazenda, local este que nunca gostei de frequentar, como já disse anteriormente. Talvez meus amigos tenham me pressionado tanto a ponto de eu concordar em ir. Naquela noite, todos se reuniram ao redor de uma fogueira para queimar marshmallows e cantar canções. Lembro que não estava me sentindo a vontade, então resolvi sair para andar entre as árvores. Em certo momento, percebi que estava perdido - e completamente sozinho, entre toda aquela natureza. Em meio a uma mistura de pânico e medo, comecei a chorar - algo que qualquer criança certamente faria nesta situação. De repente, diversas luzes voadoras me rodearam. Eram vagalumes. Encantado com seus brilhos, resolvi as seguir. Magicamente, elas me guiaram até o acampamento, junto das outras pessoas que lá estavam. Acreditava que esta situação havia sido o destino. Quando cresci, percebi que estes seres brilhantes apenas apareceram em um momento oportuno, era tudo uma grande coincidência, não "coisa do destino". Às vezes, é melhor termos a magia de uma criança para não sermos tão duros com nós mesmos na vida adulta.

_____________________________________________

Novamente nos encontramos. Meus olhos estavam completamente arregalados. Pensava que, como entre todas as pessoas do mundo, tive logo que derrubar uma quente xícara de café sobre este homem, que fizera meu coração acelerar com uma simples frase: "Está tudo bem...". Neste instante, chefe Lew surge por trás de nós, preocupado com seu convidado. Pedi imensas desculpas novamente, tanto ao senhor Lew quanto ao senhor Hyuk. Tirei a jaqueta do terno que estava usando e ofereci a ele, para que pudesse se trocar, então pedi licença para me retirar da cozinha, com o rosto vermelho de tamanha vergonha. Retornei a minha mesa e euforicamente contei a Eunchan o que havia ocorrido. Ele disse para me acalmar pois o que o que estava feito, já estava feito. Curiosamente, perguntei se este cara também trabalharia em nossa empresa. Eunchan disse que não, ele apenas havia sido contratado por nosso chefe como modelo de uma nova campanha que realizaríamos. Se antes já estava com vergonha o suficiente, agora eu estaria ainda mais, pensando que o veria muitas outras vezes. Prossegui o dia com meu trabalho, para tentar esquecer a situação.

_____________________________________________

Meu expediente havia encerrado, estava próximo ao entardecer. O pôr do Sol sempre foi a minha parte do dia favorita. Ver as diferentes cores esbanjadas no céu com grandes nuvens o cobrindo me fascinava. Era como uma grande obra de arte. Tentei sair da empresa da maneira mais discreta possível, pois não sabia se Hyuk já havia ido embora ou se ficara durante todo este tempo naquele lugar. Já estava pensando racionalmente, então peguei um táxi para ir para casa - sem pedir carona a estranhos desta vez, como havia feito pela manhã. Enquanto estava dentro do carro, comecei a reparar a cidade, toda iluminada. Era muito linda e acolhedora. Em um certo momento do trajeto, vi como se fosse uma feira em um espaço público. De alguma forma, me senti atraído, então pedi para o motorista me deixar no local. Desci do carro e comecei a explorar o lugar. Era muito parecido com as feiras que já havia frequentado no Vietnã, sentia como se estivesse em casa. Parei em uma singela barraca e comprei um doce que sempre tive vontade de experimentar: tanghulu. Peguei o feito de morango e era realmente muito delicioso, tanto quando imaginava. Continuei caminhando como que sem rumo, refletindo sobre meu caótico dia. Repentinamente, parei em frente a uma ponte, que dava visão a um rio. Não sabia se era o famoso Han ou qualquer outro, pois ainda não estava totalmente familiarizado. Já havia escurecido, então pude ver os astros do céu refletindo na vasta imensidão de água. Fechei meus olhos e respirei fundo algumas vezes. Estava totalmente relaxado. Olhei sutilmente ao meu lado esquerdo e o encontrei novamente. Sim, você sabe de quem estou falando. Estava também admirando a bela vista do rio. Fiquei um pouco assustado mas não pronunciei uma palavra sequer. De repente, soltou uma certa reflexão, reflexão esta que me questiono até hoje:

- Já parou para pensar como o reflexo da Lua sobre a água nos da a impressão de que estão unidas? Mesmo estando há milhares de quilômetros de distância uma da outra, em sua essência estão juntas. Assim funciona o amor! Mesmo se a distância separa dois apaixonados, suas almas estão conectadas de alguma forma.

Continuei em silêncio mas ouvi atentamente cada palavra que dissera, mesmo não conseguindo responder nada. Então, ele se vira em minha direção e aproxima-se. Senti meu coração palpitar fortemente como se não pudesse me controlar. Estávamos frente a frente um do outro, apenas alguns centímetros nos separavam. Ele tira então a jaqueta de sua bolsa, jaqueta esta que o havia emprestado mais cedo, quando sofremos aquele pequeno incidente. Com um simples sorriso, me agradece, e com sua mão esquerda, acaricia meu cabelo por alguns segundos. Neste momento eu pude sentir que iria desmaiar. Por que estava tão nervoso assim? Ele então se vira novamente em direção ao rio, mas agora ao meu lado. Mesmo em choque, me virei para o rio também.

- Desculpa por aquele incidente mais cedo. Eu deveria ter sido mais cuidadoso. Espero que não tenha se machucado.

- Não tem o porquê se preocupar! O que importa é que nenhum de nós nos ferimos.

Como pode ele ter se importado com o fato de eu não ter me ferido sendo que o café apenas o havia atingido?

- Acho que vamos nos ver maior frequência a partir de agora. Fui contratado temporariamente para uma publicidade em sua empresa.

Sem pensar muito, respondi:

- Sim, fiquei sabendo...

Neste instante, me deu uma leve risada com a cabeça inclinada para baixo. Fiquei um pouco confuso até ele me dizer:

- Já está tão interessado em mim assim, que já havia ouvido sobre esta informação?

Não sabia onde esconder minha cara. Fiquei mais vermelho do que um tomate maduro - e eu odeio tomates. Queria explicar, mas nossa conversa foi interrompida por uma ligação. Era Taerae, perguntando se eu já estava a caminho de casa. Olhei as horas e vi que já havia passado o horário do jantar.

- Desculpa, preciso ir pra casa agora... acho que nos vemos... amanhã? - disse eu de maneira muito tímida, quase perdido em minhas palavras.

- Tudo bem! Te vejo amanhã... Ngô Ngọc Hưng!

Ele se virou e retirou-se antes de mim. Estava paralizado em meu lugar pois não imaginava que ele sabia meu nome, muito menos meu nome real! Quando voltei aos meus sentidos, segui meu caminho para casa. Fui andando com auxílio do GPS desta vez, pois não estava tão longe. Quando cheguei, lá estava Taerae preparando nosso jantar. Ao entrar, deu-me um sorriso e me desejou boas-vindas ao lar. Não havia reparado até o momento como ele era parecido com um Retriever. Acho que nos daríamos muito bem. Disse a ele que iria me banhar antes da refeição, então fui ao meu quarto guardar minhas coisas. Joguei minha jaqueta sobre a cama e ouvi um pequeno barulho no chão. Quando reparei, havia caído algo de seu bolso. Me aproximei e recolhi o objeto caído. Era uma pequena concha, branca com detalhes cor violeta e uma pequena escrita, talvez feita à caneta: 03.

O que está acontecendo...?

_____________________________________________

"Mereço me divertir um pouco após longas horas de trabalho ;)"

Oops! This image does not follow our content guidelines. To continue publishing, please remove it or upload a different image.

"Mereço me divertir um pouco após longas horas de trabalho ;)"

26/02/2020

When The Sun Goes Down I'll Be There! [BonBin Fic] Where stories live. Discover now