capítulo 11

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Quando percebemos que as cosias começam a dar tudo errado? Quando percebemos que a vida não faz mais sentido? Quando ficamos tão vazios que não vivemos, apenas existimos

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Quando percebemos que as cosias começam a dar tudo errado? Quando percebemos que a vida não faz mais sentido? Quando ficamos tão vazios que não vivemos, apenas existimos. Pelo menos é assim que eu me sinto agora, vazio e sem rumo.

Vou tentar contar como tudo começou a dar errado, e foi exatamente a seis meses atrás. Tinha deixado Deméter em casa depois da gente sair pra um jantar, eu tava feliz, radiante, eu diria. Ela estava conseguindo o que ninguém tinha conseguido, aquela fedelha estava baixando minha guarda.

E por isso tomei a decisão de deixarmos de ser um segredo, mesmo com medo da reação de todo mundo, eu queria gritar para os quatro ventos que eu queria aquela mulher pra mim, cada vez que minha mãe perguntava dos "namoradinhos" e ela respondia que não tinha nenhum, eu queria dizer o contrário, falar que claramente ela tinha um, que no caso era eu.

Mas não disse isso a ela e a ninguém dos meus planos de parar de nos esconder, porque quando voltei pra casa meu pai me esperava na sala, a luz estava baixa, ele fumava um charuto, e tinha um copo de uísque nas mãos, não achei nada estranho, aquela cena acontecia com frequência.

Ele me chamou pra sentar ao seu lado, e comecei a me preocupar quando seu rosto apresentava uma expressão séria e maxilar travado. Eu sabia que estava tudo errado, e uma frase, uma maldita frase, mudou todo o sentido da minha vida.

_ Eu estou com câncer.

Era câncer de pulmão. Naquela noite eu fiz uma coisa que não fazia a muito tempo, chorei, chorei como um bebê, em vês de eu o consolar, ele que fez isso, e baque maior foi descobrir que ele tinha seis meses de vida.

_ Para com essa merda, pai. Me dê isso. - Exijo tentando tomar o charuto e o uísque da sua mão, mas ele me impedi.

_ É uma última vez filho. Eu tenho esse direito, afinal, eu vou morrer mesmo. - Ele ri e leva o charuto até a boca novamente.

_ Não fala isso. Porra. - Xingo baixo. _Não ouse brincar com isso papa.

_Tudo bem, Filippo. - Ele desocupa suas mãos e vira pra mim segurando no meu ombro. _ Sei que vai ser difícil, mas precisa ser forte, por você e pela sua mãe. Você será o homem da casa agora.

_Papa...- O Interrompi não suportando ouvir aquilo.

_ Me deixe terminar. - Ele acaricia meu ombro.

_ Eu confio em você pra isso, você foi a coisa mais importante que a sua mãe me deu, sei que o legado da família está em boas mãos. E antes que me esqueça, pare de fumar, está me entendendo?

_Vou tentar pai, prometo. -Abaixo a cabeça, e ele segura o lado do meu rosto fazenda com que eu o olhe.

_ Você não vai tentar, vai conseguir. Não quero que acabe como eu, então pare já com isso, enquanto você ainda é novo.

Ele me abraça forte, e deixa as lágrimas caírem, todo aquele homem forte pelo qual me inspirei estava soluçando em meus braços, eu segurei meu choro e só fui chorar no meu quarto, sozinho.

Minha Doce perdição - Trilogia [Família Leblanc #2] 🍒Where stories live. Discover now