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Qual é o verdadeiro limite?

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Qual é o verdadeiro limite?

Durante muitos anos, quis saber até onde minha mente me levaria, quais caminhos me faria cruzar e quais desafios eu enfrentaria. Passei por todos os obstáculos, mesmo entre vários altos e baixos, a única coisa que me manteve firme foi a fé em minha redenção. Quando atingisse o meu máximo, poderia ter um novo começo, fazer as coisas diferentes e ter mais dignidade; conheceria o lugar que eu chamaria de lar e poderia descansar após meus dias exaustivos e caóticos.

Ainda não encontrei meu limite, ele parece fugir para mais longe sempre que faço coisas que beiram a insanidade, quase reconhecendo que não estou preparada para descansar ou ter uma vida feliz. Todas as vezes que me perco pensando em Giorgio Marcino, meu limite se esconde mais e mais, porque sabe que sou apaixonada pela tensão do perigo. Todas as vezes que lembro que O Rei da Máfia morrerá em minhas mãos, meu limite desaparece como cinzas porque sabe que não resisto a provocações.

Durante esse evento, passei todos os segundos na expectativa de rever Giorgio, de enxergar ao menos um átomo de sua sombra, de contemplá-lo ao menos por um segundo. Ter chegado atrasada e não ter acompanhado a cerimônia atrasou meus planos, então minha ansiedade aumentou em um nível surreal, ao ponto de não conseguir ficar quieta e ir procurá-lo. Instintivamente, meu coração ditava o caminho, cada passo que devia dar, como se algo além da compreensão estivesse me guiando. Não demorou até eu estar no centro da pista de dança, com música se propagando para todo lugar e cercada de pessoas que não conheço.

Como o raio antes do trovão, o único rosto que conheço surgiu no meio da multidão. Há poucos metros estava o Rei da Máfia, impotente e imbatível. Mas Giorgio não é um raio, ele não é barulhento e nem estrondoso e nem tempestuoso, na verdade, ele é a luz do sol, ele é quente e aconchegante, sua chama é tão forte que me faz queimar só com um simples olhar, seu brilho é tão intenso que faz cada centímetro de meu corpo ferver. Ele estagnou totalmente quando nossas órbitas se encontraram, entrelaçadas por calor e ganância e desejo, todos misturados e em estado líquido, palpáveis e visíveis. Foi inevitável abrir um sorriso ao me deparar com sua surpresa, como se pensasse que esse reencontro jamais fosse possível.

Decerto, as possibilidades de nos reencontrarmos eram quase nulas. Por magia do destino, estamos respirando o mesmo oxigênio mais uma vez. Por enquanto.

Durante aqueles segundos que ele me admirou, quis ir até ele e beijá-lo, sentir seu toque e seu perfume. Queria saciar todos os desejos pendentes da noite na boate de Samantha Jones. Queria fazê-lo meu e fazê-lo implorar por mim. Me controlei para não ceder aos estímulos, cerrando o punho com força, ainda o encarando. Ficamos paralisados e eletrizados pela emoção do reencontro.

Um garçom passou entre nós, segurando, acima do ombro, uma bandeja com taças de vinho italiano. Vi a oportunidade perfeita para sairmos daquele lugar e termos alguns minutos a sós. Segui o copeiro, sem olhar para os lados, tinha plena confiança que Giorgio me seguiria. Pedi licença ao empregado e peguei a bebida, agradecendo-o com um sorriso discreto. Feito isso, avistei a frente um belíssimo jardim, afastado do público e das luzes e enfeites. O espaço perfeito para permitir que eu entre na mente de Giorgio e o faça ficar na palma de minha mão.

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⏰ Last updated: Feb 11 ⏰

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Desejo Ordinário - O Rei da MáfiaWhere stories live. Discover now