02 | A Surpresa

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— Me conta, quais são as suas metas de vida? — Questionei, forçando um sorriso, fingindo estar interessada no que aquele velho pervertido iria contar

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— Me conta, quais são as suas metas de vida? — Questionei, forçando um sorriso, fingindo estar interessada no que aquele velho pervertido iria contar.

Infelizmente, para mim, criar um vínculo com as vítimas é a parte mais difícil do meu trabalho. Tudo se torna desinteressante quando você sabe que a pessoa em sua frente geralmente é alguém de caráter ruim. Porém, como dinheiro não cai dos céus, o que resta é aceitar e acabar me submetendo. O que o dinheiro não faz, não é mesmo? Minhas bolsas da Louis Vuitton, minhas lingeries da Victoria Secret's e os meus sapatos da Gucci não serão comprados sozinhos. Então, vamos trabalhar.

Respirei fundo, preenchendo meus pulmões de oxigênio. Há horas estou encarando esse homem, me obrigando a gargalhar de suas "piadas" como se fossem as melhores do mundo. Desviei o olhar para o horizonte, observando os altos edifícios e entre eles uma lua que se movimentava conforme o tempo passava. Estava em Las Vegas, cidade do pecado e profanação, desperdiçando meu tempo com um velho caquético enquanto poderia estar dançando em boates e fazendo o que amo.

— Minhas metas de vida? Apesar de ser velho, tenho algumas. — Disse, esbanjando felicidade. Mal sabe ele que morrerá daqui a poucos minutos, pelo menos morrerá feliz e é isso que verdadeiramente importa. — Primeiro, o que eu mais amo fazer: sexo. Transar é quase como terapia, além de ser uma necessidade masculina. — O olhei incrédula com a sua resposta. É, tá explicada a razão da Rihanna matar homem em seus clipes. — O dinheiro, a riqueza, minhas viagens internacionais, o meu status de "bom-homem".

Minha mente está distante, ainda pensando no moreno que conheci na boate, me perguntando se ele é esse tipo de homem. Nos entreolhamos por frações de segundos e, mesmo nesse curto período, nossos corpos irradiavam faíscas que poderiam se tornar chamas a qualquer instante. Em todos esses anos frequentando aquela boate essa foi a primeira vez que um homem cativou a minha atenção de verdade.

Infelizmente, naquele dia minha menstruação resolveu descer no fim da performance e, obviamente, não ficaria com sangue escorrendo pelas coxas. Saí às pressas do palco, me limpando o máximo possível e trocando de absorvente. Só que quando retornei à plataforma ele já não estava mais lá. Não me daria ao luxo de ir atrás dele, mas quem sabe, um dia, a gente não se esbarra por aí?

— E você, mi amore, o que você gosta de fazer? — Perguntou, dando uma tragada em seu xaruto.

— Ah, bem, eu gosto de ir na academia, treinar muay thai, às vezes ir ao cinema, também gosto de... — Fui interrompida por a sua fala de espanto.

— Como assim? Moças como você não praticam esse tipo de luta, é algo para homens. Isso vai tirar toda sua essência feminina. É uma mulher bela demais pra fazer isso. — Aquilo me deu nos nervos. Era uma pena que eu não pudesse esfregar a cara dele no asfalto.

Inspirei, tencionando não estender aquele assunto cafona. Direcionei minha visão ao relógio de ouro que resplandecia no meu pulso. Os ponteiros marcavam exatos 11PM. Precisamente o horário que o plano deve ser executado.

Desejo Ordinário - O Rei da MáfiaOnde as histórias ganham vida. Descobre agora